Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Necrópole eneolítica de Alapraia
Designação
DesignaçãoNecrópole eneolítica de Alapraia
Outras Designações / PesquisasGrutas artificiais de Alapraia / Necrópole Eneolítica de Alapraia / Grutas Artificiais de Alapraia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Gruta Artificial
TipologiaGruta Artificial
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Afonso do PaçoAlapraia Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.706546-9.377089
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 34 452, DG, I Série, n.º 59, de 20-03-1945 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 23-12-1942
Parecer de 19-12-1942 da 2.ª Subsecção da 6.ª Secção da JNE a propor a classificação como MN
Proposta de 16-12-1942 da Junta de Turismo de Cascais para que a classificação seja como MN
Despacho de homologação de 22-11-1940
Proposta de 8-11-1940 da 2.ª subsecção da 6.ª Secção da JNE para a classificação como IIP
ZEPEm 14-06-2007 a CM de Cascais enviou CD com informação digital
Em 23-05-2007 foi solicitado à CM de Cascais o envio de cartografia do local
Proposta de 6-05-1993 da CM de Cascais
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914631
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO território abrangido na actualidade pelo município de Cascais tem proporcionado aos investigadores inúmeros testemunhos arqueológicos que, no conjunto, revelam a presença contínua de comunidades humanas ao longo de vários milénios. E um dos arqueossítios que mais tem distinguido o concelho em termos arqueológicos e concentrado o interesse de especialistas na área, será o das "Grutas artificiais de Alapraia", classificado em 1945 como "Imóvel de Interesse Público".
Integrado no processo vulgarmente conhecido por Revolução dos Produtos Secundários, ocorrido na transição do 4.º para o 3.º milénio a. C., e durante toda a primeira metade deste último, este sítio (que foi utilizado até à Idade do Bronze), evidencia bem as alterações verificadas, à época, no seio destas comunidades camponesas, nomeadamente no respeitante à diferenciação social, decorrente de uma maior produção, circulação e concentração de riqueza.
Quando, em 1889, o conhecido investigador dos Serviços Geológicos, Francisco de Paula Oliveira, registou as grutas, numa altura em que prospectava a zona, identificando vários vestígios arqueológicos, encontrou-as aparentemente desprovidas de qualquer espólio associado e bastante destruída, designadamente ao nível da entrada, talvez por ter sido, em tempos, utilizada para resguardo de lenha e de animais, razão pela qual se colocou uma porta de madeira. Entretanto, 1932 marcou o início da sua escavação, por mão dos arqueólogos Afonso do Paço (1895-1968) e Eugène Jalhay (1891-1950), depois de a terem visitado e encontrado aquela que ficaria conhecida como "Gruta II de Alapraia". Ademais, as intervenções subsequentes demonstrariam a existência de mais duas grutas: a "III" e a "IV", esta última identificada já em 1943.
À semelhança do que sucede noutros arqueossítios, as sociedades camponesas pré-históricas que habitaram o território do actual concelho de Cascais utilizavam grutas naturais (como no caso da "Gruta do Poço Velho") para as suas práticas funerárias, a par das artificiais, como no caso da necrópole em epígrafe, uma tradição com evidentes marcas mediterrâneas. Escavadas no calcário margoso do litoral, as quatro grutas apresentam câmara circular, onde se depositavam os mortos, através, tanto do longo corredor, como da abertura localizada no topo e coberta por um tampão. Muito naturalmente, as grutas apresentam diferenças entre si, nomeadamente no que diz respeito à dimensão. Assim, enquanto que a "Gruta I" possui uma câmara com pouco mais de seis metros de diâmetro e quase três metros de altura, com corredor aberto, de mais de treze de comprimento, a "Gruta II" exibe uma câmara com cerca de quatro metros e meio de diâmetro por dois metros e vinte de altura. Na verdade, as dimensões presentes nesta última parecem aproximá-la da "Gruta IV", cuja câmara mede quatro metros e vinte de diâmetro, por dois e dez de altura, além de possuir um átrio com aproximadamente sete metros. Quanto à "Gruta III", ela ostenta uma câmara de pouco mais de seis metros de diâmetro e dois e quarenta de altura.
Apesar da relevância inerente aos fragmentos de cerâmica campaniforme e às pontas de seta feitas de sílex, a atenção dos investigadores tem-se centrado essencialmente nos exemplares de carácter sagrado ou votivo executados em calcário. Deste conjunto fazem parte artefactos tão singulares quanto uma lúnula, os já conhecidos ídolos cilíndricos e as placas de xisto gravadas, aos quais se junta um par de sandálias, cujos paralelos se encontrarão em Almizaraque, em Almeria, Espanha.
[AMartins]
ProcessoNo centro da povoação de Alapraia
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias15

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"As grutas pré-históricas de Alapraia", Associação Cultural de CascaisENCARNAÇÃO, José d'Edição1988Cascais
"A Villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana)", ArqueologiaENCARNAÇÃO, José d'Edição1988Porto18, pp. 179-181
Grutas pré-históricas de Alapraia - Estoril.ENCARNAÇÃO, José d'Edição1979Estorialp. 47
Curiosidades arqueológicas, do concelho de Cascais. Alapraia e S. Pedro.NUNES, Augusto Jaime Teles de AbreuEdição1946Cascais
Curiosidades arqueologicas, do concelho de Cascais. Alapraia.NUNES, Augusto Jaime Teles de AbreuEdição1943Cascais
"Novos aspectos da Necrópole de Alapraia", Las CiênciasFIGUEIREDO, Fausto J. A. deEdição1946Madrid11, pp. 139-147
"As grutas pré-históricas de Alapraia", Associação Cultural de CascaisCARDOSO, GuilhermeEdição1988Cascais
"A Villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana)", ArqueologiaCARDOSO, GuilhermeEdição1988Porto18, pp. 179-181
Carta arqueológica do Concelho de CascaisCARDOSO, GuilhermeEdição1991Cascais
"A gruta II da necrópole de Alapraia", Anais da Academia Portuguesa da HistóriaPAÇO, Manuel Afonso doEdição1941Lisboa4, pp. 103-144
"Sandálias de Alapraia", Corona de Estudios que a Sociedad Española de Antropologia, Etnografia y Prehistoria dedica a sus mártiresPAÇO, Manuel Afonso doEdição1941Madrid1, pp. 213-219
"Nota acerca de uma taça de barro da gruta II de Alapraia", Boletin de la Comission Provincial de Monumentos historicos y artísticos de OrensePAÇO, Manuel Afonso doEdição1944Orense14, pp. 3-9
"Necrópole de Alapraia", Anais da Academia Portuguesa da HistóriaPAÇO, Manuel Afonso doEdição1955Lisboa2.ª Série: 6 , pp. 23-140
"Arqueologia da Costa do Sol. I - Grutas de Alapraia", Cascais e os seus lugares. Boletins da Junta de Turismo de CascaisPAÇO, Manuel Afonso doEdição1957Cascais12, pp. 39-49
"Novos aspectos da Necrópole de Alapraia", Las CiênciasPAÇO, Manuel Afonso doEdição1946Madrid11, pp. 139-147
"A cerâmica eneolítica de Alapraia e a cultura do vaso campaniforme", BroteriaJALHAY, EugeneEdição1936Lisboa23:5, pp. 320-331
"A gruta II da necrópole de Alapraia", Anais da Academia Portuguesa da HistóriaJALHAY, EugeneEdição1941Lisboa4, pp. 103-144
"Sítios, «horizontes» e artefactos: o caso da Parede (Cascais, Lisboa)", Arquivo de CascaisGONCALVES, Victor Manuel dos SantosEdição1990Cascaisn.º 9, pp. 13-43
"Os copos no povoado calcolítico de Vila Nova de São Pedro", Revista Portuguesa de ArqueologiaFERREIRA, Sónia DuarteEdição2003Lisboa6:2, pp. 181-228

IMAGENS

Grutas artificiais de Alapraia - Vista geral de poente

MAPA

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