Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Cruz
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Cruz
Outras Designações / PesquisasIgreja de Santa Cruz da Ribeira / Igreja Paroquial de Santa Cruz / Igreja de Santa Cruz (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Santarém/União de Freguesias da cidade de Santarém
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Escadinhas de Santa CruzRibeira de Santarém Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.23698-8.676356
DistritoSantarém
ConcelhoSantarém
FreguesiaUnião de Freguesias da cidade de Santarém
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 37 801, DG, I Série, n.º 78, de 2-05-1950 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 17-05-1960, publicada no DG, II Série, n.º 130, de 2-06-1960 (com ZNA)
Despacho de homologação de 28-04-1960
Parecer favorável de 7-04-1960 da 1.ª Subsecção da 6.ª Secção da JNE
Proposta de 1-02-1960 da DGEMN
Zona "non aedificandi"Portaria de 17-05-1960, publicada no DG, II Série, n.º 130, de 2-06-1960
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConstruída pela iniciativa de um estranho Conde Lourenço Domingues Minatos - provavelmente de origem estrangeira (SARMENTO, 1959, republ. 1993, pp.104-105) - e de sua mulher, Iria Afonso Caeira (ambos sepultados na capela-mor), a igreja de Santa Cruz da Ribeira de Santarém permanece como o único exemplo, actualmente conservado na cidade, de arquitectura religiosa gótica trecentista que não decorre do patrocínio mendicante.
Constitui, por isso, um bom testemunho na urbe escalabitana de um modelo de igrejas paroquiais, adoptado um pouco por todo o Sul do país durante os reinados de D. Dinis e de D. Afonso IV, e cujos exemplos melhor conseguidos situam-se na Estremadura, como os templos de Santo André de Mafra ou de São Leonardo de Atouguia da Baleia.
No caso da igreja de Santa Cruz da Ribeira, é possível identificar um compromisso entre este modelo, dito paroquial, e as características específicas do Gótico mendicante de Santarém. A fachada principal, com a sua feição harmónica, denuncia um interior dividido em três naves, e o portal, inscrito num alfiz, aproxima este templo dos exemplos atrás citados. Já a opção pela cobertura em madeira das naves e, especialmente, a planta poligonal da capela-mor, com altas janelas abertas em panos delimitados por contrafortes, sem afastar a igreja daqueles protótipos paroquiais, relaciona-a mais directamente com o caso próximo da igreja do Convento de Santa Clara de Santarém, facto evidenciado por Zeferino Sarmento quando se referiu a Santa Cruz como uma "miniatura da igreja clarista" (SARMENTO, 1953, republ. 1993, pp.95 e 98).
Desconhecem-se as datas fundamentais relativas ao processo construtivo deste monumento, sendo hoje consensual nos meios científicos que as obras deveriam etar concluídas em 1280, data em que D. Dinis concedeu o padroado da igreja à Colegiada de Santa Maria da Alcáçova. O facto de ainda no século XII Santa Cruz aparecer como sede paroquial, leva a supor da existência de um primitivo e modesto templo, construído após a Reconquista da cidade (SEQUEIRA, 1949, p.XVI), na sequência da nova organização cristã e do aumento demográfico então verificado, que a posterior campanha gótica veio substituir.
A originalidade do templo de Santa Cruz testemunha-se também na feição arcaizante dos capitéis das naves, cujos modelos figurativos se afastam dos esquemas naturalistas, então em experimentação nas diversas obras da cidade (DIAS, 1994, p.74), e assumem uma relação mais próxima com o que poderá ter sido uma evolução natural das oficinas românicas escalabitanas.
Durante a época moderna a igreja foi alvo de várias campanhas de actualização estética e de melhoramentos estruturais. As primeiras notícias datam de meados do século XVI e referem-se à construção do coro, de que resta a balaustrada de tipo mudéjar (CUSTÓDIO, 1996, p.113) e ao púlpito renascentista, de clara filiação coimbrã e relacionável com peças idênticas da região de Tomar (SERRÃO, 1990, p.56).
Mas a maior campanha moderna de que o monumento foi alvo aconteceu na primeira metade do século XVIII. De 1712 data o portal barroco, da autoria provável de João Antunes (SERRÃO, 1990, pp.79-80) e que obstruiu a primitiva entrada gótica, entretanto descoberta nos restauros da década de 50 do século XX a cargo da DGEMN. Três anos depois construiu-se a Casa da Irmandade do Santíssimo Sacramento, que se adossa à igreja pelo lado Sul. Apesar do aspecto modesto da sua fábrica arquitectónica, o interior revela um espaço plenamente barroco, pensado como obra de arte total, ainda que alguns anos separem a aplicação dos grandes painéis de azulejos - datados de 1723 e atribuíveis ao mestre lisboeta P.M.P., alusivos a passos do Cântico dos Cânticos e inspirados em gravuras dos Pia Desidéria (SERRÃO, 1990, pp.92-93; MONTEIRO, 1996, p.156) - e a pintura do tecto - de 1732, obra documentada de António Simões Rodrigues, o mesmo pintor do magnífico tecto da Biblioteca joanina da Universidade de Coimbra (SERRÃO, 1990, pp.88-90).
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
SantarémSERRÃO, VítorEdição1990Local de Edição - Lisboa
"XX. Igreja de Santa Cruz", Património monumental de SantarémCUSTÓDIO, JorgeEdição1996
História e Monumentos de SantarémSARMENTO, ZeferinoEdição1993Local de Edição - Santarém

IMAGENS

Igreja de Santa Cruz - Fachada principal

Igreja de Santa Cruz - Fachada principal: portal principal

Igreja de Santa Cruz - Fachada principal: pormenor dos capitéis do lado sul do portal

Igreja de Santa Cruz - Casa da Irmandade (adossada à fachada lateral esquerda da igreja)

Igreja de Santa Cruz - Fachada principal da Casa da Irmandade: portal (antigo portal principal da igreja)

Igreja de Santa Cruz - Fachada posterior: vista geral de sul da cabeceira

Igreja de Santa Cruz - Fachada posterior sul: cabeceira da capela-mor

Igreja de Santa Cruz - Fachada posterior: vista da cabeceira (lado Norte)

Igreja de Santa Cruz - Fachada principal: pormenor dos capitéis do lado norte do portal

Igreja de Santa Cruz - Fachada lateral: remate do portal da capela

Igreja de Santa Cruz - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 130, de 02-06-1960 - Texto e planta do diploma

MAPA

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