Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Conjunto das cinco fontes de Caneças (Fontaínhas, Piçarras, Passarinhos, Castelo de Vide e Castanheiros)
Designação
DesignaçãoConjunto das cinco fontes de Caneças (Fontaínhas, Piçarras, Passarinhos, Castelo de Vide e Castanheiros)
Outras Designações / PesquisasFonte das Pissarras / Fonte de Santo António (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Fonte dos Passarinhos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Fonte
TipologiaFonte
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Odivelas/Ramada e Caneças
Endereço / Local
LATITUDE LONGITUDE
38.8161-9.228404
DistritoLisboa
ConcelhoOdivelas
FreguesiaRamada e Caneças
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IM - Interesse Municipal
CronologiaBoletim Municipal de 14-09-2004
Deliberação de 8-09-2004 da CM de Odivelas a aprovar a classificação como de IM
Pedido de parecer de 13-05-2004 da CM de Odivelas sobre a eventual classificação como de IM
Em 13-05-2004 foi dado conhecimento do despacho à CM de Odivelas
Despacho de concordância de 26-03-2004 do presidente do IPPAR, com o consequente encerramento do procedimento de classificação de âmbito nacional
Parecer de 4-03-2004 do Conselho Consultivo do IPPAR, favorável à proposta da DR de Lisboa, sugerindo a classificação como de IM
Edital de 27-02-2004 da CM de Odivelas
Deliberação de 23-10-2003 da CM de Odivelas a aprovar a abertura do procedimento de classificação como de IM
Proposta de 20-06-2003 da DR de Lisboa para que seja considerado que as fontes não têm valor cultural para uma classificação de âmbito nacional
Proposta de classificação de 2-06-2003 da CM de Odivelas
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConjunto
A primeira das cinco fontes de Caneças localizadas na zona N/O do concelho de Odivelas, têm origem numa cavidade natural. Em 1842, a Sociedade Farmacêutica efetua uma primeira análise das águas confirmando a sua qualidade, dando origem a que a Câmara de Loures procedesse a obras, surgindo então, em 1910, a "Fonte das Fontaínhas". Em 1932, na sequência de uma nova campanha de obras, o local adquire o aspeto que tem hoje. Em 1938 a Direção Geral de Minas e Serviços Geológicos autoriza a sua exploração comercial mas, pouco depois, com o início da comercialização de outras águas e a canalização de água potável às casas de Lisboa e de Loures, observa-se o declínio das vendas.
Em termos construtivos a fonte encontra-se envolvida por dois muros de pedra à vista, onde, ao fundo, se abre um arco de volta perfeita, encimado por uma placa com o nome "Fontaínhas" e por um modesto painel de embrechados de vidro coloriso com a representação de uma bilha associado à inscrição: "Caneças, 1910". É no interior deste arco que se encontra a bica. No exterior encontram-se 9 painéis de azulejos de Eduarda Filhó, datados de 1997, alusivos às profissões da época.
A Fonte das Piçarras que teve origem num poço verá, em 1898, ser concretizado um projeto em estilo neo-manuelino inspirado no Mosteiro dos Jerónimos, da autoria de António Mateus dos Santos. A estrutura corresponde a um corpo avançado constituído por arcos canopiais que alternam com arcos agudos assentando sobre colunas em espiral. Nos arcos existem pequenas gárgulas com cabeças felinas e, na parte superior, medalhões com motivos manuelinos. A rematar a arcaria surge uma platibanda com pináculos espiralados. No interior da fonte são de destacar os azulejos em alto-relevo com representações de índios, animais e plantas.
A Fonte dos Castanheiros foi fundada em 1931, obtendo logo de seguida uma licença de exploração que durará até 1960. O corpo avançado desta fonte, em estilo neo-romântico, apresenta três arcos de volta perfeita assentes em quatro colunas robustas, sendo ainda encimado por um frontão com três medalhões de embrechados. No interior das arcadas surgem mais embrechados, bem como uma composição de azulejos onde predominam motivos circulares e florais em azul e amarelo.
A água da Fonte de Castelo de Vide foi avaliada em 1842 mas, só em 1930, se procede à construção do espaço que, segundo se sabe, deverá ser da autoria do antigo proprietário Aniceto Paisana. Em 1932 inicia-se o processo de exploração da água, atividade que terá durado até 1977. A fonte, hoje em ruínas, encontra-se num edifício térreo cuja fachada é composta por quatro estruturas envidraçadas onde, ao centro, surge a porta de entrada com acesso às bicas implantadas num painel de embrechados.
Situada a meia encosta da Serra de Caneças, a Fonte dos Passarinhos foi construída nos finais de 1933, possuindo um corpo avançado composto por três arcos de volta perfeita, sustentados por quatro colunas, com a pedra de fecho saliente, encimado por um frontão bastante recortado e decorado com embrechados. A decoração do interior é idêntica, associando-se um friso azulejar com motivos de grotesco. Além da fonte existe, à entrada do recinto, um pequeno edifício (escritório) cuja fachada é profusamente decorada com embrechados.
História
Em 1731 D. João V decretou o início da construção do Aqueduto das Águas Livres que, nos primeiros tempos, fornecia água impura e em pouca quantidade. Na segunda metade do século XVIII foram construídos alguns reforços, nomeadamente em Caneças, projetando assim a fama das suas nascentes. Depois de uma curta época de exploração comercial entre os anos 20 e 30, dada a concorrência de outras águas e a generalização da canalização particular, as fontes entram numa fase de declínio do qual, infelizmente, nunca mais vão recuperar, encontrando-se hoje tristemente abandonadas.
Maria Ramalho/DGPC/2016.Apoio da C.M.Odivelas
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens10
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Do Romantismo ao Fim do Século", História da Arte em PortugalRIO-CARVALHO, ManuelEdição1986Lisboa
O Concelho de Odivelas: memória de um povo, 2ªedVAZ, Maria MáximaEdição2001Odivelas
Dicionário Ilustrado de Belas-ArtesTEIXEIRA, Luís ManuelEdição1985Lisboa
"Carta ao Conde de Monsaraz", Obra Completa de Cesário Verde, p. 10VERDE, CesárioEdição1983Lisboa
"Carta a Mariano Pina", Obra Completa de Cesário VerdeVERDE, CesárioEdição1879Lisboa
Dicionário Coreográfico de Portugal Continental e InsularAAVVEdição
"A Água fresquinha de Caneças imortalizada nas fontes", Jornal A CapitalPINHO, HélderEdição2001Lisboa
"Fonte dos Castanheiros em Caneças", A Voz do ConcelhoEdição1938
"Fonte dos Passarinhos", Ficha da Junta de Freguesia de Caneças, Municipio de LouresEdição1989Loures
"A industria da agua em Caneças", A Voz do ConcelhoEdição1938
"Fonte de Castelo de Vide em Caneças", A Voz do ConcelhoEdição1938
"Fonte das Pissarras em Caneças", A Voz do ConcelhoEdição1938
"Lavadeiras de Caneças - Recordar uma época", Loures MagazineEdição1992Loures

IMAGENS

Fonte de Castelo de Vide (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Fonte das Fontaínhas (Caneças) C.M.Odivelas, 2014.

Painel de azulejos na Fonte das Piçarras (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Fonte dos Castanheiros (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Fonte dos Passarinhos (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Fonte das Fontaínhas (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Edifício do escritório da Fonte dos Passarinhos (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Lavadouro associado à Fonte das Fontaínhas (Caneças) C.M.Odivelas, 2014.

Fonte das Piçarras (Caneças). C.M.Odivelas, 2014.

Fonte das Piçarras (anos 50 ?)

MAPA

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