Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Arqueosítio do Cerro do Cavaco
Designação
DesignaçãoArqueosítio do Cerro do Cavaco
Outras Designações / Pesquisas
Categoria / TipologiaArqueologia / Vestígios Diversos
TipologiaVestígios Diversos
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Tavira/Cachopo
Endereço / Local
LATITUDE LONGITUDE
DistritoFaro
ConcelhoTavira
FreguesiaCachopo
Proteção
Situação ActualProcedimento caducado - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
CronologiaProcedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
Despacho de abertura de 15-02-2001
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAs primeiras referências ao Cerro do Cavaco, formuladas por Estácio da Veiga, referem a existência de achados isolados de épocas romana e islâmica. Mais de um século passado, pouco mais se avançou no conhecimento deste estabelecimento. Uma plausível hipótese é a que relaciona a sua origem com uma dinâmica civilizacional pré-românica, ideia para que muito contribuiu um bocal de ânfora púnica aí aparecido (MAIA, 1978). No entanto, e apesar da mais que provável ocupação proto-histórica do local, ainda não se efectuaram quaisquer escavações, que esclareçam, com uma base minimamente rigorosa, as etapas de povoamento e de civilização deste dominante monte sobre o rio Séqua.
Pouco ou nada é o que sabemos acerca da estrutura interna do povoado. Através de uma fotografia aérea de 1958, "parece observar-se uma mancha de vegetação de contornos ovalados, rodeando a parte superior da elevação, o que sugere a existência de um recinto fortificado, ainda que de escassas dimensões", mas "a observação que hoje se pode efectuar no local não confirma essa percepção" (FABIÃO, 2003, p.78). A confirmar-se esta hipótese, poderemos estar perante o que resta de um antigo povoado proto-histórico, posteriormente romanizado, sugestão que aguarda ainda melhores argumentos para ser encarada com nitidez.
De maior importância (pelos problemas que colocam e pelas soluções que permitem equacionar) são os dados extraídos dos inúmeros fragmentos de cerâmica dispersos pelo local. De acordo com as conclusões de Carlos Fabião, a maior concentração de espólio relaciona-se com o período romano republicano, em particular ânforas de produção itálica datáveis dos séculos II - I a.C. e outras de fabrico peninsular, que têm em comum uma mesma função: eram normalmente usadas no transporte de vinho. Este conjunto "constitui o padrão típico dos contextos arqueológicos contemporâneos da conquista do ocidente peninsular" (IDEM) e está certamente associada à passagem dos exércitos.
Esta tremenda concentração de espólio cerâmico deve motivar uma maior importância do Cerro do Cavaco enquanto local relevante no contexto da conquista romana do território. Por outro lado, esta substancial transformação historiográfica pode ainda explicar alguns dos achados efectuados na área de Tavira ao longo das últimas décadas, mas cuja associação a determinado local era problemática, casos de seis denários publicados por Maria Luísa Santos e que estavam catalogados como aparecidos nas imediações de Tavira.
Mas o maior contributo que a concentração de cerâmica republicana romana traz ao estudo do povoado é a sua extrema relevância numa cronologia específica, relegando-se o eventual passado proto-histórico para um plano secundário. Com efeito, se é certo que os romanos aproveitaram alguns estabelecimentos da II Idade do Ferro, as suas pequenas dimensões e a escassez (ou inexistência?) de espólio pré-romano são argumentos que dificultam a sua inclusão no mundo proto-histórico, problema que apenas a Arqueologia permitirá resolver.
Em conclusão, "parece evidente que se trataria de um sítio relevante, certamente nas ligações entre o litoral e o interior, mas não se afigura plausível que constituísse o lugar central, que vertebrasse uma vasta região (IDEM, p.80). Conhecendo-se fases indígenas pré-romanas em Balsa e em Tavira, não espantaria, por isso, que o Cerro do Cavaco formasse um capítulo na história do povoamento e da organização do território prévio à chegada de Roma, localizado nas proximidades de um aglomerado maior (Tavira), mas em posição estratégica sobre os recursos do interior. No período romano inicial, a sua relevância foi determinante mas, pouco depois, a nova geografia do território imposta por Roma determinou o seu abandono, em favor de outros mais rentáveis centros.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Antiguidades Monumentais do Algarve", Arqueólogo PortuguêsVEIGA, Sebastião Filipe Martins Estácio daEdição1910Lisboa
Arqueologia Romana do AlgarveSANTOS, Maria Luisa Estácio da Veiga Afonso dosEdição1972LisboaPublicado a 1972
"Ânforas neopúnicas do Sul de Portugal", Actas das III Jornadas Arqueológicas, vol. 1, pp.199-207MAIA, Manuel Maria da Fonseca AndradeEdição1978Lisboa
"O cerro do Cavaco (Tavira)", Tavira. Território e Poder, catálogo de exposição, pp.77-81FABIÃO, Carlos Jorge SoaresEdição2003Lisboa

IMAGENS

Implantação do arqueosítio na Carta Militar de Portugal n.º 608 (esc. 1/25.000) - IPPAR/DRF 2004

Planta com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor enquanto esteve em vias de classificação, implantada sobre Fot. Aérea (escala gráfica) - IPPAR/DRF 2004

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