Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim
Designação
DesignaçãoCasa de Santa Maria, incluindo o jardim
Outras Designações / PesquisasCasa de Santa Maria (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Casa
TipologiaCasa
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida Rei Umberto II de ItáliaCascais Número de Polícia:
Rua do FarolCascais Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.691094-9.421395
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 740-FB/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012 (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 7-11-2012 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 13426/2012, DR, 2.ª série, n.º 180, de 17-09-2012 (ver Anúncio)
Procedimento prorrogado até 31-12- 2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma)
Despacho de concordância de 10-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P.
Parecer favorável de 10-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 24-05-2011 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a classificação como MIP
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Edital N.º 508/06 de 12-07-2006 da CM de Cascais
Despacho de abertura de 3-02-2005 do presidente do IPPAR
Proposta de 27-01-2005 da DR de Lisboa para a abertura da instrução de processo de classificação
Em 9-11-2004 a CM de Cascais enviou documentação para instrução do processo
Em 26-08-2004 foi solicitado à CM de Cascais o envio de documentação para instrução do processo de classificação
Despacho n.º 42/2004, de 25-03-2004 do presidente do IPPAR a determinar o estudo da classificação
ZEPPortaria n.º 283/2014, DR, 2.ª série, n.º 82, de 29-04-2014 (sem restrições) (ZEP da Cidadela de Cascais, incluindo a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e a Torre Fortificada de Cascais, do Forte de Santa Marta (restos), do Palácio dos Condes de Castro Guimarães (...), Marégrafo de Cascais e da Casa de Santa Maria, incluindo o jardim (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 24-02-2014 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 340/2013, DR, 2.ª série, n.º 211, de 31-10-2013 (ver Anúncio)
Despacho de 7-03-2012 do diretor-geral da DGPC a determinar a audiência dos interessados sobre a fixação conjunta de uma só ZEP
Despacho de concordância de 10-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P.
Parecer de 10-10-2011 da SPAA do CNC a propor que sejam fixadas cinco ZEP, uma para cada imóvel, todas coincidentes
Proposta de 24-05-2011 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a ZEP conjunta da Casa de Santa Maria, incluindo o jardim, do Palácio dos Condes de Castro Guimarães, do Forte de Santa Marta, da Cidadela de Cascais, incluindo a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e a Torre Fortificada de Cascais e do Marégrafo de Cascais
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNos finais do século XIX, a vila de Cascais, vista até então como vila de pescadores e importante praça de armas, torna-se "vila da Corte" durante os meses de Setembro a Novembro. Esta mudança assiste-se em 1871, quando D. Luís, grande apreciador das artes de marear, transforma o velho Paço dos Governadores da Cidadela em residência real. A partir desta data todos os anos, depois de passar o Verão em Sintra, a família real desloca-se a Cascais durante os meses de Setembro a Novembro, arrastando consigo o círculo próximo da corte.
A Casa de Santa Maria foi encomenda de Jorge O'Neill, em 1902, àquela época proprietário da Torre de São Sebastião (Museu Condes de Castro Guimarães) ao arquitecto Raúl Lino para a oferecer à sua filha D. Teresa. Por venda de Jorge O'Neill, chega à posse de José Lino, por sua vez irmão de Raúl Lino que procede à ampliação do imóvel. Posteriormente, veio a pertencer à família Espírito Santo Silva, sendo o primeiro proprietário desta família o Dr. Manuel Espírito Santo Silva, casado com D. Isabel Pinheiro de Melo Espírito Santo Silva, filha do Conde de Arnoso.
A 15 de Maio de 1902, Jorge O'Neill faz o pedido de licenciamento da casa ao mesmo tempo que é apresentado o projecto do arquitecto Raúl Lino. Em 1914 é apresentado o projecto de ampliação da casa, realizado pelo mesmo arquitecto.
O imóvel atravessou duas fases de construção: a primeira fase "corresponde à Ala Sul, onde Raúl Lino conjuga painéis de azulejos de Marvila, originalmente com um desenho definido e disposto à sua maneira Art Deco. Os corpos apresentam uma escala menor, comparativamente com os da segunda fase. Esta primeira fase distingue-se pelos elementos manuelinos, da fase mourisca de Raúl Lino - arco em ogiva, pavimento com encastramento.
Perante o espaço incerto - um alongado rectângulo entre o mar e o farol de Santa Marta - Lino concentrou-se primeiro na planta, organizada a partir de um amplo corredor, a casa é constituída por uma sucessão de compartimentos e, nas pontas, por duas destacadas salas que articulavam os jogos controlados da luz. O sentido de espacialidade assim criado revela uma compreensão íntima e quase física daquilo que são considerados os valores de habitar específicos de Raúl Lino.
O estreito corpo alongado era harmonizado com diversidade dos desenhos dos vãos, alguns de arcos ultrapassados e enquadrados por tijolo cru, com os telhados tradicionais de quatro águas e a expressividade dos espaços de transição entre interior e exterior, quer nas varandas alpendradas, quer nos átrios de entrada, encarados como lugares de frescura. Factores que exprimiam a organicidade vivencial da planta, reflectindo assim sobre a arquitectura tradicional do sul do país, marcando paralelamente fortes influências mouriscas.
Em 1918 a residência foi significativamente ampliada pelo novo proprietário José Lino, irmão de Raul Lino. É nesta data que José Lino compra o recheio azulejar de uma antiga capela existente na Quinta da Ramada em Frielas, e o adapta à sua propriedade de Cascais, e com isso certamente determinado a traça a seguir nas novas alas da Casa de Santa Maria (azulejos de 1698, de António de Oliveira Bernardes.), destaque também para o tecto da sala de jantar, onde se encontra adaptada uma tela também da autoria de António de O. Bernardes, e quer pertencia à Capela da Ramada.
O resultado das duas fases de obras destaca-se na sua organização, apresentando planta rectangular, no sentido longitudinal, com cerca de 50 metros de fachada e 10 metros de alçado. Desenvolve-se por dos pisos mais cave, embora com algumas variações.
No interior, o aparato sombrio dos tectos e das portadas de madeira é refrescado pelos lambris de azulejos. Destacando-se contudo a modelação da luz, tratada com raro cuidado na arquitectura desta época, e na articulação dos espaços de estar e circular que apresentam uma dimensão orgânica de conforto.
(adapt. do processo de classificação, da autoria de Paulo Martins, IPPAR/DRL)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias1

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Raul LinoSANTOS, Joana Carvalho dosEdição2011Vila do Conde

IMAGENS

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim - Vista geral

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim - Vista geral

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim - Portão de acesso

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim - Planta de localização do imóvel e respectiva zona de protecção em vigor até ser fixada a ZEP

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim - Planta com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP

Casa de Santa Maria, incluindo o jardim - Planta com a delimitação e a ZEP conjunta com outros bens imóveis classificados

MAPA

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