Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Aldeia de Antas
Designação
DesignaçãoAldeia de Antas
Outras Designações / PesquisasAldeia de Antas de Mazes / Alcaria de Mazes / Aldeia de Antas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Aldeia
TipologiaAldeia
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Lamego/Lazarim
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Lugar de MazesLazarim Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.006481-7.856167
DistritoViseu
ConcelhoLamego
FreguesiaLazarim
Proteção
Situação ActualEm Vias de Classificação
Categoria de ProtecçãoEm Vias de Classificação (Homologado como IIP - Imóvel de Interesse Público)
CronologiaDespacho de homologação de 3-02-2005 da Ministra da Cultura
Parecer favorável de 10-11-2004 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 8-07-2003 da DR do Porto para a classificação como IIP
Despacho de abertura de 24-10-2002 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 29-09-1989 do Museu de Lamego
ZEPParecer favorável de 19-03-2007 do Conselho Consultivo do IPPAR (só em vigor após publicação no DR)
Proposta de 19-02-2007 da DR do Porto
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConjunto
A Aldeia de Antas ou de Anta, implanta-se na encosta Oeste da Serra de Montemuro, a cerca de 935 metros de altitude. A organização do povoamento nesta região é por vezes marcada pelo deslocamento sazonal das populações, sendo este o caso de Antas. Mazes, a aldeia mais próxima situada numa vertente mais baixa e com maior predisposição agrícola adaptava-se melhor à passagem do inverno (inverneira), albergando assim as habitações principais. Antas, com os seus currais e palheiros, seria ocupada sobretudo nos meses de estio (branda), geralmente julho-agosto. A fertilidade proporcionada pelo rio Poldras não deixava, no entanto, de ser aproveitada para a irrigação de parcelas de terra de caraterísticas idênticas.
O acesso a Antas é ainda hoje dificultado pela inclinação e tipo de pavimento irregular. O aglomerado, de declive pouco acentuado, desenvolve-se sobretudo a partir de dois eixos de circulação perpendiculares entre si e que, originalmente, se diferenciavam entre a circulação humana e o trânsito de animais ou viaturas de tração animal. De notar que no eixo NO/SE é ainda possível observar, no afloramento rochoso, marcas das rodas dos carros.
A divisão dos espaços encontra-se também ligada a estes eixos denominando-se "Cabo da Anta" à zona Norte, "Anta do Meio" ao centro e "Anta do Fundo" à área Sul.
Em termos construtivos distinguem-se diferentes tipologias (RODRIGUES, 2015): unidades isoladas, agrupamentos em banda que resultam da justaposição de casas duas águas, agrupamentos em U formados pela concentração e aglutinação de diferentes unidades e, ainda, algumas situações híbridas geralmente dispostas em L, articulando a banda contínua e o volume simples.
Relativamente aos edifícios, hoje muito arruinados, é possível identificar quatro tipos (IDEM, 2015) o primeiro, de apenas um piso, poderia servir como curral, palheiro ou mesmo habitação; o segundo, com uma altura ligeiramente superior, possibilitava a criação de um meio piso destinado a colocar palha num local mais elevado e seco, deixando, sob ele, espaço para os animais; um terceiro tipo, em tudo idêntico ao anterior, apresenta no entanto um acesso ao meio piso pelo exterior. O último tipo de construção compõe-se de dois pisos separados com funções que podiam ser de habitação com curral ou palheiro mais curral.
No espaço exterior, na proximidade dos caminhos, observam-se ainda algumas construções cobertas destinadas ao resguardo dos carros de bois. Em certas casas é possível também referenciar um pequeno átrio de entrada formado por simples lajetas que, desta forma, separavam a zona coletiva de um espaço mais resguardado. À inexistência de forno comunitário contrapõe-se à presença de cinco eiras comuns denotando, assim, uma importante atividade ligada à preparação dos cereais.
Os materiais de construção utilizados correspondem ao que se encontrava disponível na zona como seja o granito que, depois de toscamente talhado, é colocado em alvenaria de pedra seca usada tanto para erguer as habitações, como os abrigos de animais, palheiros ou estruturas complementares. A madeira é utilizada nos suportes do telhado, pavimentos, portas e portadas. Os elementos vegetais como a palha ou o colmo foram inicialmente usados nas coberturas, sendo depois substituídos por telha ou coberturas de zinco e fibrocimento.

História
Sobre a origem da Aldeia de Antas pouco se sabe mas o topónimo parece apontar para a existência de dólmens algo que, nesta zona, é bastante frequente. No entanto, no perímetro da aldeia este tipo de vestígios nunca foi encontrado, colocando-se a hipótese das pedras terem sido reaproveitadas na construção. A partir dos anos 60 do século XX, com o aumento da emigração/imigração dos mais jovens e a perda de importância da vida agro-pastoril, a aldeia foi sendo abandonada, permanecendo hoje com uma atividade agrícola residual mas sem habitantes.

Maria Ramalho/DGPC/2018
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens28
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Reabilitação do Património Rural: o caso da aldeia da Anta. Mestrado Integrado em Arquitetura e UrbanismoHenrique António Abreu RodriguesEdição2015Vila Nova de Cerveira
Arquitetura, contexto e mudança nas regiões de montanha do norte da BeiraMiguel ReimãoEdição2016Lisboa

IMAGENS

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - pormenores de alterações negativas ao nível dos vãos. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - pormenor da alvenaria de pedra seca observando-se, também, um acrescento ao edifício principal. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - pormenor de um nicho no interior de uma habitação. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - pormenor de um telheiro. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - envolvente paisagística da aldeia onde se nota o impacto negativo dos aerogeradores. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - aspeto de um edifício com escada de acesso ao piso de habitação e entrada para o nível térreo destinado aos animais. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - marcas dos rodados dos carros de boi no pavimento. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - pormenor de um fecho de porta em madeira. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - tanque de rega. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - aspeto de um conjunto que sofreu uma intervenção desadequada. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - pequena ponte. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas - interior de uma habitação onde se observa o que resta do pavimento em pedra (zona da lareira) suportado por pilar, assim como um armário embutido na parede de apoio à lareira. Maria Ramalho, 2018.

Aldeia de Antas. Maria Ramalho, 2018.

MAPA

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