Igreja de São Julião, matriz de Mangualde, incluindo o adro e a Via-Sacra (as 10 cruzes ainda existentes) | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de São Julião, matriz de Mangualde, incluindo o adro e a Via-Sacra (as 10 cruzes ainda existentes) | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | (4 cruzes no adro da Igreja de São Julião, 4 cruzes a caminho da Misericórdia, 1 na Misericórdia e 1 na Avenida Salazar, integrada no Palácio do Conde de Anadia) / Igreja Paroquial de Mangualde / Igreja de São Julião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Viseu/Mangualde/Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viseu | ||||||||||||
Concelho | Mangualde | ||||||||||||
Freguesia | Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (alterou a designação para "Igreja de São Julião, matriz de Mangualde, incluindo o adro e a Via-Sacra (as 10 cruzes ainda existentes)" (ver Decreto) Decreto n.º 31/83, DR, I Série, n.º 106, de 9-05-1983 (classificou a "Igreja matriz de Mangualde") (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12700426 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A matriz de Mangualde foi construída na Idade Média, provavelmente entre os séculos XIII e XIV conforme testemunham as cachorradas ainda conotadas com o período românico, que se encontram incorporadas nas fachadas laterais do templo. Antes, porém, é de presumir que já existisse um edifício religioso, a que deverá aludir um documento de 1103, pelo qual Pedro Sernandes doou o mosteiro de São Julião à Sé de Coimbra. Desse primitivo templo, todavia, nada chegou até aos nossos dias, sendo os vestígios tardo-românicos (ou proto-góticos) os mais antigos que se conservam no conjunto. Os modilhões que formam as cachorradas apresentam decoração zoomórfica e vegetalista. No entanto, se estes elementos se podem incluir ainda no vocabulário românico, tal como o portal lateral Norte, de arco a pleno centro e entretanto entaipado, outros aspectos apontam para uma cronologia já mais próxima do Gótico. Está neste caso o portal lateral Sul, em arco apontado e de arestas chanfradas, características que sugerem uma feitura a rondar o século XIV. Também o facto de a grande maioria dos silhares que compõem as fachadas laterais serem siglados admite uma campanha em plena Baixa Idade Média, ao contrário do que sucede nos edifícios plenamente românicos, onde as siglas são raras. A planta da igreja pode, também, ser uma herança medieval, pela sua simplicidade e coerência relativamente à época românica, de nave única relativamente estreita e capela-mor rectangular. Desconhecem-se as obras que se sucederam neste espaço depois de concluído o projecto. Em 1462, D. Afonso V doou o seu padroado a Fernão Cabral e seus descendentes. No entanto, só encontramos novos elementos materiais datáveis da segunda metade do século XVI, concretamente as duas capelas laterais da nave (consagradas a Jesus e Nossa Senhora do Rosário). Estas são abertas por portais de arco de volta perfeita inscritos em alfizes de cantaria, sendo a composição do lado Norte rematada por frontão triangular com elementos heráldicos no tímpano. As obras continuaram pelo século XVII, com feitura do campanário que se adossa à frontaria, pelo lado Sul (de maciço pétreo rectangular encimado por dupla sineira de arcos de volta perfeita), e de um desmantelado retábulo, da autoria de António Vieira e terminado em 1635 (de que se conservam cinco tábuas, quatro delas ainda no interior do templo). A segunda metade de Seiscentos parece ter sido um momento de grande actividade no estaleiro, alteando-se o corpo da igreja (através de duas fiadas de silhares acima da primitiva linha de cachorrada), reformulando-se o arco triunfal e procedendo-se a novas obras na capela-mor, que foi de novo benzida em 1690. A plenitude do Barroco trouxe o engrandecimento artístico do interior, realizando-se um novo retábulo-mor de talha dourada (contratado em 1709 e terminado em 1723) e o tecto da abside, em caixotões seccionados por segmentos de talha dourada, com 18 pinturas alusivas aos Apóstolos, santos diversos e São Julião ao centro, incluindo-se, ainda, cruzes da Ordem de Cristo, instituição a que o templo pertencia desde o século XVI. Ligeiramente posteriores são os retábulos laterais, que ladeiam o arco triunfal, de corpo único limitado por colunas salomónicas e de talha branca e dourada. Em 1838, ruiu a fachada principal, que presumivelmente seria ainda a da campanha tardo-românica. Houve, por isso, que refazer toda a frontaria, que adquiriu, então, o actual aspecto, com portal axial de arco irregularmente apontado, sobrepujado por janela de perfil idêntico. Da mesma altura é a escadaria de acesso ao campanário, pelo lado nascente da fachada lateral Sul, e o coro-alto. O restauro da igreja, consumado nas décadas de 80 e de 90 do século XX, não foi integral, apesar de ter actuado sobre grande parte do conjunto. Escavações arqueológicas identificaram uma necrópole medieval, mas o monumento aguarda, ainda, por uma monografia que coloque em perspectiva todos os dados então recolhidos. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 16 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 4 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Notas sobre a necrópole medieval da Igreja Matriz de Mangualde", Mundo da Arte, nº16, pp.67-70 | PINTO, António Nunes | Edição | 1983 | Coimbra | Publicado a Dez. 1983 |
Terras de Azurara e Tavares, vol.I | ALVES, Alexandre | Edição | 1990 | Mangualde | Publicado a 1990 |
Artistas e Artífices nas Dioceses de Viseu e Lamego | ALVES, Alexandre | Edição | 2001 | Viseu | |
Concelho de Mangualde. Antigo concelho de Azurara da Beira | SILVA, Valentim da | Edição | 1978 | Porto |
Igreja Matriz de Mangualde - Adro: vista parcial das cruzes
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada posterior: vista geral
Igreja Matriz de Mangualde - Adro: vista parcial das cruzes
Igreja Matriz de Mangualde - Vista geral (fachada posterior)
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada lateral esquerda: corpo da sacristia
Igreja Matriz de Mangualde - Vista geral (fachada principal)
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada principal: vista parcial
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada principal
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada principal
Igreja Matriz de Mangualde -Torre Sineira e cruz
Igreja Matriz de Mangualde - Remate da torre sineira
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada lateral esquerda
Igreja Matriz de Mangualde - Adro: vista parcial das cruzes
Igreja Matriz de Mangualde - Fachada lateral esquerda
Igreja Matriz de Mangualde - Adro: vista parcial das cruzes
Igreja Matriz de Mangualde - Adro: vista parcial das cruzes
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