Nota Histórico-Artistica | Tarouca é território de povoamento cristão muito remoto, desenvolvendo-se entre finais do século IX e o século X, herdeira já de uma primitiva villa extinta pela mesma altura. O "foro de Tarouca" foi doado pelo rei leonês D. Fernando I, seu conquistador definitivo, ao Conde D. Sisnando, que dinamizou o povoamento da região. Em 1140 iniciaram-se as obras do mosteiro de São João de Tarouca, o segundo da Ordem de Cister em Portugal, em terrenos doados aos monges por D. Afonso Henriques. Em meados do século XIII, mais precisamente em 1258, as Inquirições de D. Afonso III referiam-se ao "corpo do castelo de Tarouca", que era reguengo da coroa, e às suas casas e terrenos de cultivo, cuja donatária era a paróquia de São Pedro de Tarouca. Quatro anos depois surgia o primeiro foral da povoação, concedido por D. Afonso III. Tarouca teve foral novo, dado por D. Manuel, em 1514, no seguimento do qual terá sido erguido o pelourinho; este monarca ainda criou o título de Conde de Tarouca, na pessoa de D. João de Meneses, em c. 1520. O pelourinho, de clara tipologia quinhentista, encontra-se desde o início do século XX na adega de uma casa particular, servindo de pilar de sustentação de uma trave onde se apoia o piso superior. Conservam-se, desta forma pouco digna, o fuste (ou um troço do mesmo), o capitel e o remate, tudo em granito. A coluna assenta numa pedra tosca, escavada, por sua vez embebida no pavimento cimentado; o fuste tem secção octogonal, com faces lisas. O capitel é um singelo prisma octogonal, com rebordo inferior saliente e boleado, e faces bojardadas. O remate é constituído por uma pinha lavrada, cuja decoração, em dois registos, repete a marcação oitavada dos restantes elementos; o registo inferior possui oito florões, o superior oito folhas tipo acanto. Há já várias décadas que é manifesta a intenção, a nível local, de repor o monumento num local mais adequado, embora tal ainda não tenha sucedido. SML |