Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Convento e Igreja do Corpus Christi (antigos)
Designação
DesignaçãoConvento e Igreja do Corpus Christi (antigos)
Outras Designações / PesquisasConvento do Corpus Christi / Convento de Corpus Christi / Igreja de Corpus Christi (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento
TipologiaConvento
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Santa Maria Maior
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua da VitóriaLisboa Número de Polícia: 1 a 11
Rua dos DouradoresLisboa Número de Polícia: 50 a 94
Rua de São NicolauLisboa Número de Polícia: 2 a 16
Rua dos FanqueirosLisboa Número de Polícia: 113 a 149
LATITUDE LONGITUDE
38.711056-9.13635
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSanta Maria Maior
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 628/2013, DR, 2.ª série, n.º 182, de 20-09-2013 (ver Portaria)
Despacho de concordância de 29-08-2013 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 26-08-2013 da Unidade de Coordenação de Classificações da DGPC para alteração da designação para "Convento e Igreja do Corpus Christi (antigos)
Anúncio n.º 2869/2012, DR, 2.ª série, n.º 30, de 10-02-2012 (ver Anúncio)
Despacho de homologação de 12-02-2010 da Ministra da Cultura
Despacho de concordância de 7-11-2007 do director do IGESPAR, I.P.
Parecer de 31-10-2007 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. a propor a classificação como IIP
Despacho de abertura de 14-02-2002 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de de 9-01-2002 da DR de Lisboa para a abertura da instrução de processo de classificação do antigo Convento de Corpus Christi
ZEPDespacho de 18-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P. a concordar com o parecer e a devolver o processo à DRC de Lisboa e Vale do Tejo para apresentar propostas de ZEP individuais, ou conjuntas nos casos em que tal se justifique
Parecer de 10-10-2011 da SPA do Conselho Nacional de Cultura a propor o arquivamento
Proposta de 22-08-2006 da DR de Lisboa para a ZEP conjunta do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181504
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA primitiva Igreja do Corpus Christi foi edificada a partir de 1648, sob os auspícios da rainha D. Luísa de Gusmão, em acção de graças após o falhado regicídio de D. João IV, intentado no exacto local da Baixa lisboeta onde se ergue o templo e no decorrer da tradicional procissão do Corpo de Deus, ao qual foi dedicado. O episódio foi rapidamente aproveitado como instrumento de propaganda contra Castela, servindo igualmente para reforçar a tese da protecção divina do reino de Portugal, associada à devoção pelo Santíssimo Sacramento. A capela integrava-se assim num conjunto de obras régias de forte carga ideológica, apresentando-se como um dos primeiros monumentos de celebração do sucesso da Restauração. O convento anexo foi edificado posteriormente, e entregue aos Carmelitas Descalços em 1661, embora as obras se tenham prolongado pelo menos até à primeira década do século seguinte.
Da campanha de obras inicial, concebida por Teodósio de Frias, conhecem-se algumas descrições. Segundo fontes coevas, o templo, de planta quadrada, erguia-se sobre um soco baixo, tendo torre sineira e fachada vazada por pórtico de arcada dupla dando acesso ao portal de feição clássica, enquadrado por duas janelas e encimado por frontão ornado com as armas reais e por um nicho. No interior destacavam-se os alçados marcados por grandes arcos redondos, rematados por cimalha e articulados com as trompas de apoio ao zimbório, as seis tribunas, uma de maiores dimensões, e ainda os mármores de revestimento.
Com o Terramoto de 1755 e o incêndio subsequente, o convento terá sofrido destruição quase total, ficando a igreja muito arruinada, embora possivelmente de pé. A sua reedificação no mesmo local não terá sido decidida de imediato, já que para aí esteve inicialmente prevista a vizinha Igreja de São Nicolau. Quando enfim tomou corpo, a reconstrução, a cargo do arquitecto Remígio Francisco de Abreu, integrou os edifícios na malha ordenada da Baixa Pombalina, e o novo convento, ocupando quase todo o quarteirão, foi parcialmente dividido em lojas e apartamentos para aluguer, destinadas a proporcionar rendimento aos frades.
A igreja oitocentista reproduzirá pelo menos os traços fundamentais do templo original, sendo mesmo possível que tenha incorporado parte da estrutura sobrevivente, suposição permitida pela análise da planta e da sua inserção urbanística, dos alçados internos, com cobertura em cúpula assente igualmente em quatro arcos com cimalha corrida, e de alguns revestimentos marmóreos de embutido largo, muito empregue na arquitectura portuguesa da primeira metade do século XVII (VARELA GOMES, 2001, SOROMENHO, 2004 e RIBEIRO DOS SANTOS, idem). A planta centralizada (quadrado de cantos cortados), que constitui caso único na Baixa Pombalina, conserva o simbolismo de moimento, e até de martyrium, do edifício anterior, evocando o milagre da vitória régia sobre a morte, com uma conotação funerária que fora igualmente aproveitada aquando do sepultamento provisório de D. Luísa de Gusmão, em 1666. O espaço interior esteve dividido em sobrados, sendo hoje possível voltar a admirar a sua grande altura, bem como o esplendor dos mármores brancos, negros e rosa, iluminados pelas oito janelas da cobertura.
A actual frontaria é o resultado de uma série de alterações posteriores à extinção das ordens religiosas e à consequente venda e remodelação do templo e do convento para usos comerciais, nomeadamente o desaparecimento do portal de frontão curvo interrompido da igreja pombalina, de que resta um desenho do século XIX, substituído por três portas de verga recta no piso térreo e igual número de janelas de sacada no segundo andar. As janelas do terceiro andar mantiveram-se, embora com alterações, sendo ainda hoje encimadas pelo frontão contracurvado, único elemento da fachada a recordar a antiga função religiosa, apenas coadjuvado pelo zimbório octogonal que sobressai da regularidade dos telhados pombalinos.
DGPC/2013
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra ClassificaçãoLisboa Pombalina
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Peregrinações em LisboaARAÚJO, Norberto deEdição1939LisboaLisboa Número : 12
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaATAÍDE, M. MaiaEdição1988LisboaLocal de Edição - Lisboa Data do Editor : 1988
Conventos de LisboaCAEIRO, BaltazarEdição1989Lisboa
Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII - A Planta CentralizadaGOMES, Paulo VarelaEdição2001Porto
Mappa de PortugalCASTRO, João Baptista deEdição1763Lisboa
"O Convento de Corpus Christi: um caso de estudo", Monumentos, n.º 21, pp. 116-131SOROMENHO, MiguelEdição2004Lisboa
"O Convento de Corpus Christi: um caso de estudo", Monumentos, n.º 21, pp. 116-131SANTOS, Maria Helena Ribeiro dosEdição2004Lisboa
Dicionário da História de LisboaEdição1994Lisboa
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa, Vol. IIEdição1804Lisboa

IMAGENS

Antigo Convento de Corpus Christi - Fachada principal: registo superior e frontão da igreja

Antigo Convento de Corpus Christi - Fachada lateral (sul) e zimbório da igreja

Antigo Convento de Corpus Christi - Planta de localização do imóvel dentro da Baixa Pombalina, classificada como IIP (entretanto já ampliada para Lisboa Pombalina e classificada como CIP).

Antigo Convento de Corpus Christi - Planta ao nível do primeiro andar

Antigo Convento de Corpus Christi - Alçado principal (nascente)

Antigo Convento de Corpus Christi - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor

MAPA

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