Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Bairro Azul
Designação
DesignaçãoBairro Azul
Outras Designações / PesquisasBairro Azul (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Bairro
TipologiaBairro
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Avenidas Novas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida Ressano GarciaLisboa Número de Polícia: 1-37 e 2-30
Avenida António Augusto AguiarLisboa Número de Polícia: 163- 207
Rua Ramalho OrtigãoLisboa Número de Polícia: 1-37 e 2-18
Rua Fialho de AlmeidaLisboa Número de Polícia: 1-17 e 2-30
Rua Marquês de FronteiraLisboa Número de Polícia: 8-12
LATITUDE LONGITUDE
38.734809-9.156063
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaAvenidas Novas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como CIM - Conjunto de Interesse Municipal
CronologiaEdital n.º 22/2011 de 1-03-2011 da CM de Lisboa publicado no Boletim Municipal n.º 890 de 10-03-2011
Boletim Municipal n.º 814 (1.º Suplemento) de 24-09-2009
Deliberação n.º 71/AM/2009 de 15-09-2009 da AM de Lisboa
Deliberação n.º 535/CM/2009 da CM de Lisboa
Despacho de concordância de 20-06-2005, do presidente do IPPAR, por não ter valor nacional, com o consequente arquivamento do procedimento de classificação de âmbito nacional
Parecer de 1-06-2005 do Conselho Consultivo do IPPAR, a concordar com a classificação como CIM
Edital n.º 26/2005 de 15-03-2005 da CM de Lisboa publicado no Boletim Municipal n.º 583 de 21-04-2005
Despacho de 23-02-2005 da Vereadora da Cultura da CM de Lisboa a determinar a abertura do processo de classificação como CIM
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914631
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConjunto
Situado numa zona de expansão urbana da Lisboa dos inícios do século XX, o Bairro Azul surge como resultado do crescimento económico e demográfico que se verificou na cidade. Este conjunto denota, também, a fixação definitiva de uma linguagem Art Déco, que caracterizou a arquitetura deste período, nomeadamente os edifícios habitacionais da alta burguesia (FRANÇA, 1985, p. 238).
A organização do Bairro é delineada por três vias: Rua Fialho de Almeida, Avenida Ressano Garcia, e Avenida Ramalho Ortigão que são paralelas entre si, separadas por prédios de gaveto. Destacam-se, pela sua monumentalidade, os dois que definem a artéria central, e que determinam uma espécie de entrada, ou fachada nobre. Ambos exibem uma linguagem muito semelhante, com remate em frontão triangular, e galerias de cobertura suportadas por colunas. Por sua vez, os prédios que definem o início da Rua Fialho de Almeida e a Avenida Ramalho Ortigão apresentam uma mesma orgânica.
A implantação do bairro, efetuada em terreno de declive acentuado, não seguiu a racional linha de volumetria estanque, razão pela qual a diferenciação de cotas não foi disfarçada na altura conjunta dos prédios. A unicidade orgânica deste conjunto habitacional é sugestionada nos arruamentos, pela forma como os prédios se sucedem numa frente urbana, de 4 a 5 pisos onde as frontarias determinam a diferenciação dos imóveis, ainda que todas elas se pautem pelo geometrismo e linhas retas que caracterizam o gosto Art Déco. As fachadas tornaram-se, então, o elemento de maior modernidade e unidade no conjunto, utilizando elementos decorativos como baixos relevos, ou painéis cerâmicos, a par de outros como balaustradas, frontões, alpendres, e frisos, sem função estrutural (PEREIRA, BUARQUE, 1995, p. 415).
Um dos elementos de maior interesse neste conjunto urbano é a unidade e homogeneidade alcançada. A rápida execução dos edifícios, entre 1930 e 1937, terá contribuído, em muito, para esta coerência, tomando por modelo a linguagem Art Déco então em voga (FRANÇA, 1985). A estrutura das casas é outro dos elementos comuns, uma vez que o Bairro obedeceu à lógica mais racional da arquitetura do betão armado, que veio alterar não apenas a gramática formal, mas também a tipologia dos edifícios (TOSTÕES, 1999, p. 517).

História
Edificado nos anos 30 do século XX, e posteriormente ampliado, na década de 60, o Bairro Azul, assim designado devido à cor das persianas dos prédios não surge como um cato isolado, devendo antes ser integrado no âmbito dos estudos e projetos de desenvolvimento da Avenida da Liberdade e arranjo do Parque Eduardo VII que, desde a década de 1920, ocupavam arquitetos e urbanistas como J. C. Forrestier, os irmãos Mac Bride, ou Cristino da Silva (FRANÇA, 1985, p. 238). Para a zona da Palhavã, estava projetada também uma vasta urbanização, que dava pelo nome de Bairro de França, mas que nunca chegou a ser concretizada. Na verdade, apenas foram construídas as três ruas que estruturam o Bairro Azul, o que explica a sua implantação em triângulo , resultante de um isolamento que não estava previsto no plano inicial.
Sem a colaboração de arquitetos, o Bairro foi concebido por construtores e engenheiros civis, entre os quais se destaca A. J. Ávila Amaral, com outras obras conhecidas na capital (IDEM). Esta situação reflete a legislação emergente que apoiava os construtores civis, e que teve como consequência um "novo surto da construção privada para habitação", generalizando-se o emprego do betão armado aliado a uma arquitetura mais geometrizada (PEREIRA, 1994, pp. 499-500).

Rosário Carvalho/IPPAR/2005, atualizado por Maria Ramalho/DGPC/2016
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCadeia Penitenciária de LisboaCasa de Ventura Terra, incluindo os elementos decorativos que a integram e o respectivo parque
Outra Classificação
Nº de Imagens18
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Prédios e vilas de LisboaBUARQUE, IreneEdição1995Lisboa
"Lisboa no século XX - o tempo moderno", O Livro de Lisboa, pp. 493-522FERNANDES, José ManuelEdição1994Lisboa
A Arte em Portugal no Século XXFRANÇA, José-AugustoEdição1985Venda Nova
Prédios e vilas de LisboaPEREIRA, Nuno TeotónioEdição1995Lisboa
"Bairro Azul", in Dicionário da História de LisboaSANCHEZ, Sebastião FormosinhoEdição1994Lisboa
Arquitectura Moderna e Obra Global a partir de 1900TOSTÕES, AnaEdição2009PortoColecção Arte Portuguesa - Da Pré-História ao Século XX, n.º 16

IMAGENS

Bairro Azul - Vista geral dos prédios que definem o início da Rua Fialho de Almeida

Bairro Azul - Prédio na entrada da Rua Fialho de Almeida

Bairro Azul - Prédio entre a Rua Fialho de Almeida e a Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Prédio de gaveto entre a Rua Fialho de Almeida e a Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Prédio que define o início da Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Prédio de gaveto entre a Avenida Ressano Garcia e a Avenida António Augusto de Aguiar

Bairro Azul - Edifício de gaveto no início da Avenida Ramalho Ortigão e da Avenida António Augusto de Aguiar

Bairro Azul - Pormenor do edifício de gaveto no início da Avenida Ramalho Ortigão e da Avenida António Augusto de Aguiar

Bairro Azul - Prédios da Rua Fialho de Almeida

Bairro Azul - Prédios da Rua Fialho de Almeida

Bairro Azul - Prédios da Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Fachadas dos prédios da Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Fachadas dos prédios da Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Fachadas dos prédios da Avenida Ressano Garcia

Bairro Azul - Fachadas dos prédios da Avenida Ramalho Ortigão

Bairro Azul - Fachada dos prédios da Avenida Ramalho Ortigão

Bairro Azul - Prédio entre a Avenida Ramalho Ortigão e a Avenida António Augusto de Aguiar

Bairro Azul - Prédios da Avenida António Augusto de Aguiar

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt