Nota Histórico-Artistica | A aldeia de Monsanto, talvez erguida no local de um antigo castro com posterior ocupação romana, domina a partir da sua elevada implantação as vastas planícies que se estendem desde a Serra da Gardunha. É conhecida uma primeira tentativa de repovoamento do local, então de grande importância estratégica, aquando da doação a D. Gualdim Pais, Mestre da Ordem do Templo, em 1165. Poucos anos mais tarde, em 1172, o território é entregue à Ordem de Santiago, e em 1174 recebe uma primeira carta de foral, ainda outorgada por D. Afonso Henriques, e posteriormente confirmado por D. Sancho I (1190) e por D. Afonso II (1217). De D. Manuel, em 1510, Monsanto recebeu foral novo, na sequência do qual se terá erguido o pelourinho. Este monumento, ainda conservado, foi no entanto reconstruído em finais da década de 30 do século XX, para o que foram reunidas peças então dispersas. Levanta-se na praça principal da localidade, ou Largo do Pelourinho, junto à Capela do Socorro e à Igreja da Misericórdia, igualmente do século XVI, e na vizinhança da famosa Torre do Relógio, ou de Lucano, datada ainda de Quatrocentos. É um exemplar muito singelo, constando de uma pequena plataforma rectangular semi-embebida no pavimento desnivelado, sobre a qual asenta a base, que acaba por representar o elemento mais característico do conjunto, e a coluna, encimada por um diminuto remate. A base é constituída por um grande bloco em forma de campânula, com base quadrada talhada no primeiro terço, com um chanfro côncavo, de forma a converter-se em octógono, arredondado em calote no topo. A coluna reduz-se a um simples fuste cilíndrico, com talhe quadrado na base, que encaixa num orifício do bloco anterior. O fuste é rematado por um profundo recorte circular, que define um pescoço ou gola, sobre a qual fica um pequeno cilindro com o mesmo diâmetro da coluna, possivelmente talhado no mesmo bloco. SML |