Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Convento das Bernardas
Designação
DesignaçãoConvento das Bernardas
Outras Designações / PesquisasConvento de São Bernardo
Convento de Nossa Senhora da Piedade de Tavira / Convento das Bernardas / Igreja do Convento de São Bernardo / Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade de Tavira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento
TipologiaConvento
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Tavira/Tavira (Santa Maria e Santiago)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Campo dos Mártires da PátriaTavira Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoFaro
ConcelhoTavira
FreguesiaTavira (Santa Maria e Santiago)
Proteção
Situação ActualProcedimento caducado - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
CronologiaProcedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
Despacho de abertura de 2-06-2000
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO Mosteiro feminino de São Bernardo, em Tavira, foi mandado construir, em 1509, por D. Manuel I, como "acção de graças" pelo insucesso que teve, no "Algarve de além mar, em África", um cerco mouro, à cidade de Arzila. Posteriormente, o edifício terá sido cedido a D. Fernando Coutinho que, em 1530, o concluiu e o entregou às Monjas de Cister. Pelo que, se configura como um mosteiro feminino de época tardia das construções cistercienses em Portugal. Nos três séculos seguintes, manteve-se como o único convento daquela ordem, na região, tendo as suas religiosas e conversas tido proveniência não só das famílias de Tavira como de todo o Algarve. O edifício sofreu diversas ampliações e alterações ao longo da sua existência. Como muitos outros edifícios da região algarvia foi fortemente danificado com o terramoto de 1755. Após 1834, e em sequência da legislação liberal que extingue as ordens religiosas, em Portugal, o edifício (Igreja, Convento e Cerca) é incorporado na fazenda real, e vendido em hasta pública. Em 1888, Albrecht Haupt visita Tavira e na sua obra " A Arquitectura da Renascença em Portugal", pág.309, dá-nos o seguinte testemunho sobre o imóvel: " A velha cidade de Tavira é, de todas, aquela que mais importante assunto nos ministra, a saber, o convento das irmãs de São Bernardo. É instituição de D. Manuel e encontra-se actualmente em estado de ruína total. Era gótica terciária a igreja, ostentando um pórtico manuelino, algo tosco; conserva-se ainda de pé o claustro, de dois pavimentos, com as suas formosas colunas oitavadas, de capitéis com calabres entrançados." Em 1890, é ali montada a Fábrica de Moagem e Massas a Vapor que, em 1920, é vendida a J. A. Pacheco. A fábrica manter-se-á em laboração, até finais da década de 60. Paralelamente alguns espaços são adaptados a escritórios de apoio ao funcionamento da indústria e a residências particulares. Mantém-se ainda, na actualidade, em funcionamento uma indústria de panificação, na ala a Sul. Este imóvel tem uma localização privilegiada no extremo urbano de Tavira. Situa-se na proximidade da nova ponte sobre o rio Gilão, e apresenta o tardoz bordejado por um canal e voltado para o sapal, para a foz do rio e para a ria, sem obstáculos visuais. Está numa parte da cidade onde coexistem uma parte deprimida, de que faz parte, e uma outra de expansão urbana, com novos edifícios, mas ainda não densamente povoada. As alterações de uso do imóvel, particularmente a passagem de convento a moagem, contribuíram não só para marcados desvios ao seu desenho inicial como para a sua actual degradação construtiva e estética. Do primitivo edifício são facilmente identificáveis in situ, para além da localização das alas, exceptuando a central: Um portal gótico-manuelino encimado por fogaréus barrocos, no alçado Norte da igreja. Algumas mísulas de pedra que serviam de apoio à cobertura do antigo mosteiro, na parte superior da parede sul da Igreja. Os arcos que definiam a capela-mor, o falso transepto e as zona das monjas e outros de acesso. Vãos de janela, com molduras de cantaria de pedra, correspondentes às celas das monjas no alçado interior Poente, piso superior. O edifício foi objecto de intervenções, no interior e no exterior, que afectaram profundamente a identidade da sua imagem enquanto conjunto monástico e os elementos arquitectónicos adquiridos, quando do seu uso como fábrica, não são particularmente dignos de registo. Porém equacionando o seu magnífico enquadramento paisagístico, com os elementos arquitectónicos que subsistem da sua vivência religiosa e conventual, com o elemento marcadamente identificador da sua continuidade enquanto unidade industrial, definem-se assim os três aspectos que, associados, estabelecem o valor patrimonial do edifício.
(Natércia Magalhães/DRFaro/2002)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens16
Nº de Bibliografias1

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Inventário dos pórticos manuelinos do concelho de Tavira", Tavira do Neolítico ao século XX. Actas das II Jornadas de História de Tavira, pp.51-65FERNANDES, Carla VarelaEdição1993

IMAGENS

Convento das Bernardas - Panorâmica do conjunto (vista nascente)

Convento das Bernardas - Pormenor da antiga cabeceira da igreja e chaminé da fábrica

Convento das Bernardas - Fachada principal do conjunto (dependências privadas anexas à antiga fábrica)

Convento das Bernardas - Portal manuelino, lateral, da antiga igreja

Convento das Bernardas - Portal manuelino

Convento das Bernardas - Vista geral

Convento das Bernardas - Fachada poente (Atalaia)

Convento das Bernardas - Fachada poente (Atalaia)

Convento das Bernardas - Portal manuelino (fachada norte)

Convento das Bernardas - Fachada poente (Atalaia)

Convento das Bernardas - Fachada sul

Convento das Bernardas - Fachada sul

Convento das Bernardas - Vista de conjunto (sapal do Rio Gilão)

Convento das Bernardas - Vestígios de cantarias do interior

Aspecto durante as obras

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
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