Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Colégio de Santiago Maior, actualmente ocupado pelo Teatro Lethes
Designação
DesignaçãoColégio de Santiago Maior, actualmente ocupado pelo Teatro Lethes
Outras Designações / PesquisasAntigo Colégio da Companhia de Jesus / Colégio de Santiago Maior / Teatro Lethes / Teatro Letes (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Teatro
TipologiaTeatro
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Faro/Faro (Sé e São Pedro)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Dr. Justino CumanoFaro Número de Polícia: 3
Rua de PortugalFaro Número de Polícia: 58
Rua Horta MachadoFaro Número de Polícia:
Largo das Mouras VelhasFaro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.018536-7.931695
DistritoFaro
ConcelhoFaro
FreguesiaFaro (Sé e São Pedro)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
O antigo Colégio de Santiago Maior, hoje Teatro Lethes, encontra-se situado a norte da zona histórica de Faro destacando-se, desde logo, pela sua grande dimensão. A área envolvente carateriza-se pela existência de quarteirões regulares resultantes da alienação da antiga cerca seiscentista do Colégio. A privatização do território por parcelas, deu lugar à edificação, por parte da burguesia emergente da sociedade farense, de moradias unifamiliares que, mais tarde, foram substituídas por edifícios em altura com impacto negativo na envolvente do monumento.
Na leitura atual do edifício é imprescindível compreender que se trata de uma construção destinada, originalmente, a albergar um Colégio da Companhia de Jesus que integrava uma Igreja e diversas dependências tanto colegiais como conventuais mas que, no século XIX, será alvo de uma adaptação a teatro municipal, aproveitando-se a igreja para colocar o auditório e o palco.
A fachada principal, virada a Sudoeste, ostenta uma composição simétrica enquadrada por cunhais rusticados nos ângulos, assentes em base saliente. De notar ainda que nesta fachada, sobre janelas retangulares do registo superior, existe uma inscrição com as seguintes palavras: "MONET OBLECTANDO" que significam "Instruir Divertindo" remetendo assim para o novo uso do edifício outrora igreja.
A planta do imóvel integra três corpos retangulares articulados, correspondendo o corpo central, que é também o mais alto, à antiga igreja enquanto que os laterais integravam as dependências colegiais e conventuais. No interior destaca-se a decoração do teto da sala de espetáculos e a ornamentação da boca de cena com uma interessante pintura polícroma, representando, sob um fundo com céu e nuvens, quatro figuras segurando instrumentos musicais. Neste local, oculta pela cobertura em madeira do auditório, permanece a abóbada de berço da antiga nave da igreja, bem como os arcos da capela-mor e do coro-alto.

História
O Colégio dos Jesuítas que foi fundado por D. Fernando Martins Mascarenhas, bispo do Algarve, nos finais do século XVI integrava ainda uma extensa cerca que rodeava uma horta e uma área destinada ao cultivo de cereais, para além de um conjunto de construções como a casa do hortelão, nora e tanque.
Em 1759 a Companhia de Jesus é extinta sendo confiscados todos os seus bens que passam para as mãos dos Padres Marianos ou Carmelitas Calçados. Na primeira década do século XIX o edifício é utilizando para aquartelamento militar das tropas napoleónicas sob comando do General Junot. Após a extinção das Ordens a propriedade foi comprada por Lázaro Doglioni, médico veneziano naturalizado português, com a intenção de aí ser instalado um teatro de modelo italiano.
As obras de adaptação da capela do Colégio a sala de espetáculos prolongaram-se até 1845, altura em que se procedeu à inauguração do designado "Teatro Lethes" nome que remete para a mitologia grega, servindo o espaço, poucos anos depois (1898), para a exibição de filmes - primeiro cinematógrafo de Faro.
Entre 1906 e 1908, estando o teatro na posse da família Cúmano, procede-se a obras de recuperação e a uma campanha decorativa que teve a participação do pintor José Filipe Porfírio. Depois de alguns anos encerrado o edifício é comprado pela Cruz Vermelha Portuguesa, instalando-se aí também o Conservatório de Música. Em 1991 o edifício servirá como sede da Delegação Regional da Cultura do Algarve que promove obras de adaptação e restauro. No entanto, um pouco mais tarde, foram detetadas anomalias estruturais na cobertura da antiga Igreja que colocavam em causa a estabilidade do edifício e a segurança dos espectadores, conduzindo assim ao encerramento da sala de espetáculos que, só em 2001 irá reabrir garantindo, a partir de então, uma programação regular na área do teatro, da música e da dança.

Maria Ramalho/DGPC/2016
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias1

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Faro. Edificações NotáveisLAMEIRA, FranciscoEdição1995Faro

IMAGENS

Teatro Lethes - Fachada principal

Teatro Lethes - Interior: plateia e galerias

Teatro Lethes - Interior: palco e galerias

MAPA

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