Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Casa da Moeda e Valores Selados
Designação
DesignaçãoCasa da Moeda e Valores Selados
Outras Designações / PesquisasCasa da Moeda (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaPatrimónio Industrial /
Tipologia
CategoriaPatrimónio Industrial
Inventário TemáticoArquitectura Industrial Moderna (1925-1965)
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Avenidas Novas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida Defensores de ChavesLisboa Número de Polícia:
Avenida João CrisóstomoLisboa Número de Polícia:
Avenida António José de AlmeidaLisboa Número de Polícia:
Rua Filipa de VilhenaLisboa Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.73705-9.142929
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaAvenidas Novas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 740-ET/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012 (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 29-10-2012 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 13401/2012, DR, 2.ª série, n.º 176, de 11-09-2012 (ver Anúncio)
Procedimento prorrogado até 31-12-2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma)
Despacho de concordância de 10-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P.
Parecer favorável de 10-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Nova proposta de 15-07-2011 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a classificação como MIP
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Devolvido em 26-08-2010 à DRC de Lisboa e Vale do Tejo para formalizar proposta de ZEP
Proposta de 20-05-2010 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a classificação como MIP
Edital N.º 70/2007 de 23-08-2007 da CM de Lisboa a rectificar a planta do edital anterior
Edital N.º 80/2004 de 17-12-2004 da CM de Lisboa
Despacho de abertura de 27-08-2004 do presidente do IPPAR
Proposta de 23-08-2004 do Departamento de Estudos do IPPAR para a abertura de procedimento de classificação de âmbito nacional
ZEPPortaria n.º 740-ET/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012 (sem restrições) (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 29-10-2012 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 13401/2012, DR, 2.ª série, n.º 176, de 11-09-2012 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 10-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P.
Parecer favorável de 10-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 15-07-2011 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaCasa da Moeda e Valores Selados
Avenida João Crisóstomo, Lisboa
Arq.º Jorge Segurado
1933-1941

A leitura de uma das mais singulares obras do primeiro modernismo, a Casa da Moeda, é reveladora da evolução da década de 30 e das situações levantadas no decorrer da obra pela procura de um racionalismo construtivo e de um funcionalismo programático. Trata-se de uma construção singular a vários níveis: pelo programa misto que integra o edifício da administração com desejado carácter de representação e o corpo de oficinas que programaticamente se aproxima do carácter utilitário; pelo empenho construtivo que uma obra desta importância reclamou; finalmente pelo facto de revelar pioneiramente uma abordagem inovadora que se afastava do quadro ortodoxo definido pelo Movimento Moderno de estilo internacional, assim se aproximando das experiências holandesas desenvolvidas em contextos não radicais e menos divulgadas no nosso país.
O conjunto edificado redesenha a forma rectangular do quarteirão aberto no interior formando um extenso pátio. O edifício da administração forma o topo norte ligando-se aos três corpos em U das oficinas através de dois corpos de passagem elevados sobre pilotis. A cobertura em terraço que remata todo o conjunto é ocasionalemnte substituída em certas zonas fabris por uma cobertura em "shed" permitindo a entrada directa da luz norte, mas também por áreas de terraço preenchidas pelo tijolo de vidro cilindrico, de utilização tâo comum nas obras modernistas dos anos 30.
A obra do edifício da Administração estaria praticamente concluída em Setembro de 1936 quando surge a polémica a propósito do topo poente do edifício e da sua linguagem moderna. A Secção de Belas Artes da Junta Nacional de Educação pretendia que fosse realizado um "projecto de embelezamento do alçado poente". Ao que o autor contrapoz, reivindicando o "paradigma racional e na necessidade de o edifício responder à funcionalidade interior".
Em Agosto de 1937 é lançada a concurso a 3ª e última empreitada destinada à construção do edifício das oficinas. Também a leitura deste processo coloca questões úteis ao entendimento da expressão modernizante que empenhadamente os arquitectos propunham e difundiam. E o parecer que o Conselho Central de Obras Públicas pronuncia em Dezembro de 1938 é bem esclarecedor desta situação, admitindo à partida tratar-se de um estabelecimento de carácter industrial, e que por isso "as razões de ordem prática devem naturalmente sobrelevar a tudo mais". Admitindo-se então que "os grandes panos de parede, a proporção larga das janelas, a lisura da composição - são tudo feições adequadas aos edifícios fabris". Marcação de um paradigma de qualidade na construção, revela o amadurecimento do austero expressionismo do seu autor na articulação sábia dos vários volumes que formam o quarteirão, assumidos com presença e funções diferentes e onde se destacam as duas entradas: monumentalizante no edifício da administração e, articulada com outra liberdade, a entrada reentrante do corpo de esquina das oficinas jogando com o relógio, o baixo-relevo, e o revestimento texturado dos tijolos esmaltados de verde dos panos entre pilares.

Ana Tostões/ Docomomo Ibérico
Agosto 2002
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970. Um Património a Conhecer e SalvaguardarAA.VV.Edição2004LisboaCatálogo que organiza o trabalho de levantamento e rastreio divulgado na exposição itinerante ¿Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970¿ que o IPPAR organizou e que tem vindo a ser apresentada em todo o território nacional e Moçambique. Conjunto de textos de enquadramento e fichas das obras mais representativas de um período de rara criatividade e de verdadeira internacionalização da arquitectura portuguesa, oferecendo simultaneamente uma visão global de toda uma época e sob as mais diversas perspectivas críticas e temáticas.
Coordenação científica da Arqª. Ana Tostões.
A Arte em Portugal no século XXFRANÇA, José-AugustoEdição1991Lisboa
"Monumentalidade, Obras Públicas e Afirmação da Arquitectura do Movimento Moderno: O Protagonismo da DGEMN na Construção dos Grandes Equipamentos Nacionais", in Caminhos do PatrimónioTOSTÕES, Ana CristinaEdição1999Lisboa
"Casa da Moeda", in Dicionário da História de LisboaRAMOS, Margarida OrtigãoEdição1994Lisboa

IMAGENS

Casa da Moeda - Fachada Norte (corpo voltado à Avenida António José de Almeida)

Casa da Moeda - Fachada Norte (Edifício da administração)

Casa da Moeda - Fachada Sudeste: entrada da área fabril

Casa da Moeda - Passadiço de ligação entre o edifício de administração e as oficinas

Casa da Moeda - Fachada nordeste: entrada da área fabril (Foto: Mário Novaes)

Casa da Moeda - Entrada Noroeste: vista geral (Foto: Mário Novaes)

Casa da Moeda - Passadiço superior (Foto: Mário Novaes)

Casa da Moeda - Planta com a delimitação e a ZP em vigor até ser fixada a ZEP

Casa da Moeda - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt