Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC)
Designação
DesignaçãoNúcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC)
Outras Designações / PesquisasNúcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Santa Maria Maior
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua AugustaLisboa Número de Polícia: 76-96
Rua dos CorreeirosLisboa Número de Polícia: 9-29
LATITUDE LONGITUDE
38.709978-9.137265
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSanta Maria Maior
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 7/2015, DR, 1.ª série, n.º 75, de 17-04-2015 (com restrições) (ver Decreto)
Classificação aprovada no Conselho de Ministros de 5-03-2015
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 15-12-2014 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 244/2014, DR, 2.ª série, n.º 196, de 10-10-2014 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 3-07-2014 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 6-05-2014 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a classificação como SIN/MN
Declaração de retificação n.º 331/2014, DR, 2.ª série, n.º 61, de 27-03-2014 (retificou os números de polícia relativos à Rua Augusta, para 76 a 96) (ver Declaração)
Anúncio n.º 29/2014, DR, 2.ª série, n.º 23, de 3-02-2014 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 6-01-2014 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 2-01-2014 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a abertura de procedimento de classificação de âmbito nacional
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181504
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA primeira ocupação humana documentada no espaço hoje ocupado pelo Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) remonta aos séculos V-IV aC, no contexto de uma acentuada expansão urbanística ligada aos contactos com povos comerciantes de origem oriental, nomeadamente sob influência político-económica de Cartago. A cidade cresce na direção do rio e seu esteiro, surgindo um bairro portuário e comercial. A este bairro pertenceria um conjunto de compartimentos retangulares com embasamento em pedra. Foi também identificado um forno cerâmico, do qual se conservava apenas a base da fornalha pavimentada a barro cozido de coloração vermelha e que se sobrepõe, parcialmente, às construções mais antigas, desativando-as.
Após um período de abandono urbanístico desta zona baixa da cidade, durante o qual se formou um depósito natural de areia, criando uma praia fluvial, a área do NARC foi utilizada como cemitério (de ritos mistos de inumação e incineração), pelos primeiros colonizadores romanos (séculos I aC-IdC).
No âmbito do acentuado crescimento urbanístico verificado em Olisipo a partir do final do século I aC, a área do NARC é, em grande parte da sua extensão, ocupada por um complexo industrial de salga e conserva de preparados piscícolas, do qual se identificaram trinta um tanques (cetárias), agrupados em sete pequenas unidades que terão laborado entre o século I e meados do século V da nossa era. Foi possível igualmente reconhecer algumas construções de apoio às fábricas e um poço.
Anexa à área industrial foi construída, talvez no século III, uma habitação dotada de termas. Destas foi apenas identificado o frigidarium, constituído por um átrio de forma quadrada, pavimentado com um mosaico policromo - o primeiro encontrado na cidade de Olisipo - e quatro tanques frios.
As áreas industriais e habitacionais confinariam a Sul, com a via de acesso a Olisipo por Oeste, elemento importante do urbanismo da cidade.
Após o século V, a área baixa da cidade terá tido uma nova regressão urbana, conservando-se contudo no NARC alguns contextos integráveis na fase tardo-antiga, incluindo uma sepultura isolada.
No período de dominação islâmica, a partir do final do século X, forma-se a ocidente da cidade muralhada um arrabalde, no qual se integram os contextos desta época identificados no NARC. Foram exumadas estruturas habitacionais e artesanais, nomeadamente um forno cerâmico.
Após a conquista cristã da cidade, em 1147, a Baixa de Lisboa é reurbanizada com mais intensidade a partir do século XIII. Na zona do NARC, a cidade mantém a matriz anterior, tendo sido identificados contextos habitacionais (muros, pavimentos e lixeiras).
O período designado como "pré-pombalino" (séculos XV a XVIII) é fortemente marcado pelo fenómeno da Expansão Ultramarina. Nesta fase, a baixa da cidade mantém o traçado medieval, mas verifica-se um conjunto de fenómenos ligados à sua transformação em centro político, económico e social urbano. Desta época, no NARC, escavaram-se vários troços de arruamentos, construções habitacionais (por vezes com pormenores arquitetónicos requintados (revestimentos azulejares, capitel, pavimentos cerâmicos), estruturas industrio-artesanais e poços.
O Terramoto de 1755 está claramente identificado no registo arqueológico do NARC, nos níveis de ruína e escombros e nos vestígios do grande incêndio subsequente. A reconstrução pombalina encontra-se igualmente bem inscrita no sítio, destacando-se, sob os alicerces dos edifícios, a estacaria em pinho verde. Já em fase pós-pombalina funcionou aqui uma forja e, eventualmente, uma padaria.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra ClassificaçãoLisboa Pombalina
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias1

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Uma Casa Pré-Pombalina na Baixa Lisboeta. Núcleo Arqueológico da Rua dos CorreeirosAA VVEdição2015Lisboa

IMAGENS

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Planta anexa ao anúncio de abertura do procedimento de classificação, com a delimitação do sítio e a ZGP em vigor

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Planta anexa ao decreto de classificação, com a delimitação e a ZGP em vigor

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Ânforas romanas

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Área industrial para produção de preparados de peixe - 1.º plano: cerâmica comum romana

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Área industrial para produção de preparados de peixe: cerâmica comum romana

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Enterramento tardo-antigo

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Estruturas da Idade do Ferro

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Exposição permanente

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Termas romanas

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