Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) | |||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||
Designação | Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) | ||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | / | ||||||||||||||||
Tipologia | |||||||||||||||||
Categoria | |||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Lisboa/Santa Maria Maior | ||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||||||
Concelho | Lisboa | ||||||||||||||||
Freguesia | Santa Maria Maior | ||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 7/2015, DR, 1.ª série, n.º 75, de 17-04-2015 (com restrições) (ver Decreto) Classificação aprovada no Conselho de Ministros de 5-03-2015 Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 15-12-2014 do diretor-geral da DGPC Anúncio n.º 244/2014, DR, 2.ª série, n.º 196, de 10-10-2014 (ver Anúncio) Parecer favorável de 3-07-2014 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura Proposta de 6-05-2014 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a classificação como SIN/MN Declaração de retificação n.º 331/2014, DR, 2.ª série, n.º 61, de 27-03-2014 (retificou os números de polícia relativos à Rua Augusta, para 76 a 96) (ver Declaração) Anúncio n.º 29/2014, DR, 2.ª série, n.º 23, de 3-02-2014 (ver Anúncio) Despacho de abertura de 6-01-2014 da diretora-geral da DGPC Proposta de 2-01-2014 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a abertura de procedimento de classificação de âmbito nacional | ||||||||||||||||
ZEP | |||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||
AFECTACAO | 181504 | ||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A primeira ocupação humana documentada no espaço hoje ocupado pelo Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) remonta aos séculos V-IV aC, no contexto de uma acentuada expansão urbanística ligada aos contactos com povos comerciantes de origem oriental, nomeadamente sob influência político-económica de Cartago. A cidade cresce na direção do rio e seu esteiro, surgindo um bairro portuário e comercial. A este bairro pertenceria um conjunto de compartimentos retangulares com embasamento em pedra. Foi também identificado um forno cerâmico, do qual se conservava apenas a base da fornalha pavimentada a barro cozido de coloração vermelha e que se sobrepõe, parcialmente, às construções mais antigas, desativando-as. Após um período de abandono urbanístico desta zona baixa da cidade, durante o qual se formou um depósito natural de areia, criando uma praia fluvial, a área do NARC foi utilizada como cemitério (de ritos mistos de inumação e incineração), pelos primeiros colonizadores romanos (séculos I aC-IdC). No âmbito do acentuado crescimento urbanístico verificado em Olisipo a partir do final do século I aC, a área do NARC é, em grande parte da sua extensão, ocupada por um complexo industrial de salga e conserva de preparados piscícolas, do qual se identificaram trinta um tanques (cetárias), agrupados em sete pequenas unidades que terão laborado entre o século I e meados do século V da nossa era. Foi possível igualmente reconhecer algumas construções de apoio às fábricas e um poço. Anexa à área industrial foi construída, talvez no século III, uma habitação dotada de termas. Destas foi apenas identificado o frigidarium, constituído por um átrio de forma quadrada, pavimentado com um mosaico policromo - o primeiro encontrado na cidade de Olisipo - e quatro tanques frios. As áreas industriais e habitacionais confinariam a Sul, com a via de acesso a Olisipo por Oeste, elemento importante do urbanismo da cidade. Após o século V, a área baixa da cidade terá tido uma nova regressão urbana, conservando-se contudo no NARC alguns contextos integráveis na fase tardo-antiga, incluindo uma sepultura isolada. No período de dominação islâmica, a partir do final do século X, forma-se a ocidente da cidade muralhada um arrabalde, no qual se integram os contextos desta época identificados no NARC. Foram exumadas estruturas habitacionais e artesanais, nomeadamente um forno cerâmico. Após a conquista cristã da cidade, em 1147, a Baixa de Lisboa é reurbanizada com mais intensidade a partir do século XIII. Na zona do NARC, a cidade mantém a matriz anterior, tendo sido identificados contextos habitacionais (muros, pavimentos e lixeiras). O período designado como "pré-pombalino" (séculos XV a XVIII) é fortemente marcado pelo fenómeno da Expansão Ultramarina. Nesta fase, a baixa da cidade mantém o traçado medieval, mas verifica-se um conjunto de fenómenos ligados à sua transformação em centro político, económico e social urbano. Desta época, no NARC, escavaram-se vários troços de arruamentos, construções habitacionais (por vezes com pormenores arquitetónicos requintados (revestimentos azulejares, capitel, pavimentos cerâmicos), estruturas industrio-artesanais e poços. O Terramoto de 1755 está claramente identificado no registo arqueológico do NARC, nos níveis de ruína e escombros e nos vestígios do grande incêndio subsequente. A reconstrução pombalina encontra-se igualmente bem inscrita no sítio, destacando-se, sob os alicerces dos edifícios, a estacaria em pinho verde. Já em fase pós-pombalina funcionou aqui uma forja e, eventualmente, uma padaria. | ||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||||||
Outra Classificação | Lisboa Pombalina | ||||||||||||||||
Nº de Imagens | 9 | ||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 1 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Uma Casa Pré-Pombalina na Baixa Lisboeta. Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros | AA VV | Edição | 2015 | Lisboa |
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Planta anexa ao anúncio de abertura do procedimento de classificação, com a delimitação do sítio e a ZGP em vigor
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Planta anexa ao decreto de classificação, com a delimitação e a ZGP em vigor
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Ânforas romanas
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Área industrial para produção de preparados de peixe - 1.º plano: cerâmica comum romana
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Área industrial para produção de preparados de peixe: cerâmica comum romana
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Enterramento tardo-antigo
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Estruturas da Idade do Ferro
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Exposição permanente
Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) - Termas romanas