Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Misericórdia de Viseu, incluindo o património integrado, adro e escadório
Designação
DesignaçãoIgreja da Misericórdia de Viseu, incluindo o património integrado, adro e escadório
Outras Designações / PesquisasIgreja da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Viseu/Viseu
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Adro da SéViseu Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.660197-7.911938
DistritoViseu
ConcelhoViseu
FreguesiaViseu
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 690/2015, DR, 2.ª série, n.º 181, de 16-09-2015 (ver Portaria)
Anúncio n.º 154/2015, DR, 2.ª série, n.º 111, de 9-06-2015 (ver Anúncio)
Parecer de 6-05-2015 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura para a classificação como MIP da Igreja da Misericórdia de Viseu, incluindo o património integrado, adro e escaddório
Proposta de 9-09-2014 da DRC do Centro para a classificação como MIP
Anúncio n.º 302/2013, DR, 2.ª série, n.º 173, de 9-09-2013 (ver Anúncio)
Despacho de 26-07-2013 do Secretário de Estado da Cultura a aprovar a abertura de novo procedimento
Parecer favorável de 24-07-2013 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 12-07-2013 da DRC do Centro para abertura de novo procedimento de classificação (Igreja da Misericórdia de Viseu, adro e escadório)
Anúncio n.º 13820/2012, DR, 2.ª série, n.º 251, de 28-12-2012 (ver Anúncio)
Despacho de arquivamento de 17-12-2012 da diretora-geral da DGPC, com fundamento na existência de deficiências de instrução consideradas insanáveis em tempo útil
Procedimento prorrogado até 31-12- 2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma)
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Despacho de abertura de 27-10-1998 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de abertura de 23-10-1998 da DR de Coimbra (Igreja da Misericórdia de Viseu)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaMuito se tem escrito sobre o edifício da Misericórdia de Viseu, questionando-se, primeiro, o problema da fundação e local original da primitiva igreja, e depois os problemas relacionados com a caracterização do edifício actual, principalmente a fachada setecentista, que é considerado o seu elemento de maior interesse e relevância.
Não se sabe, ao certo, em que data foi fundada a Misericórdia, apontando-se como mais provável o ano de 1510, embora esta possa ser anterior e remontar a 1506, data em que o Cardeal de Alpedrinha foi Bispo de Viseu. Certo é que já existia em 1516, quando recebeu o Compromisso de D. Manuel (FREITAS, 2000, p.75). A mesma incerteza verifica-se em relação ao local e configuração da primitiva igreja, que poderia ou não corresponder à da actual. Os estudos de Maria Luísa de Freitas, que temos vindo a seguir, apontam para que a edificação seiscentista se deva à iniciativa do Bispo D. Jorge de Ataíde (1569-1578). As descrições subsistentes deste templo sugerem semelhanças planimétricas relativamente ao que hoje conhecemos e, até à grande obra da fachada, a documentação é omissa no que concerne a reformas arquitectónicas. Excepção, neste campo, constitui a definição do adro que antecede o templo, executado, em 1749, pelo pedreiro António de Almeida, e que deverá, ao que tudo indica, ser o actual (IDEM, p.77).
A igreja, de nave única com anexos adossados (que se crê terem sido realizados no início do século XIX (PEREIRA, RODRIGUES, 1915, pp.679-680), desenvolve-se em volumes diferenciados, abertos nos alçados exteriores por diversas janelas e portas de moldura recta. No interior, os panos murários da nave e capela-mor são rasgados por portas e janelas de sacada com balaustrada. Os altares e respectivos retábulos são já neoclássicos, remontando às intervenções ocorridas ao longo do século XIX.
A obra da fachada deverá ser compreendida no contexto da renovação urbana que Viseu conheceu em meados do século XVIII. O desejo de actualização estética por parte dos Irmãos da Misericórdia terá conduzido à encomenda de um novo frontispício para a sua igreja, cujo plano era uma realidade em 1764. Não se conhece o seu autor, e a documentação subsistente não permite avançar dados mais seguros. Contudo, o nome de António Mendes Coutinho, responsável pelo traçado das igrejas barrocas da cidade, tem vindo a ser apontado como o mais provável autor da fachada da Misericórdia, numa atribuição que ganha maior peso se compararmos esta obra com outras seguramente concebidas por Coutinho, como é o caso da igreja de Ribafeita (FREITAS, 2000, pp.79-81). Em todo o caso, esta obra é, também, devedora do seu mestre pedreiro, António da Costa Faro, que a arrematou em 1775.
Desenvolvida num único plano, a fachada da Misericórdia é dividida por pilastras, que flanqueiam uma série de portas, no piso térreo, e janelas com balaustrada no segundo andar. Ao centro, abre-se o portal, encimado por varanda com balaustrada. A empena acompanha o desenho do frontão da fachada, enquadrando as armas reais. Sobre os panos laterais, uma cimalha interrompida por acrotérios percorre o edifício e, num plano mais recuado, duas torres projectam o edifício na vertical. Se, por um lado, este frontispício se assemelha a um palácio barroco (sem torres), podendo ser cotejado com a casa do Cabo de S. João da Pesqueira, a Casa de Cedovim ou a Casa dos Condes e Anadia (VALE, 1969, p.16), por outro, os pormenores decorativos apontam para a aproximação à igreja de N. S. dos Remédios (Lamego), ou à Casa dos Lobo Machado (Guimarães) (SMITH, 1968, p.108).
Em todo o caso, esta obra parece assumir o espírito da arquitectura do século XVIII, onde se verifica um forte eclectismo, e onde "a arquitectura chã transparece claramente". A decoração parece aposta a uma fachada linear, sem relação entre si, "e o templo estira-se em largura até se perder qualquer hipótese de integração dos vários panos, um pouco à maneira do gótico tradicional" (GOMES, 1988, p.32). (RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens22
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
The art of Portugal 1500-1800SMITH, Robert C.Edição1968Londres
Retábulos das Misericórdias PortuguesasLAMEIRA, FranciscoEdição2009Faro
Portugal - Diccionário Historico, Chorographico, Heraldico, Biographico, Bibliographico, Numismatico e ArtisticoPEREIRA, L. A. EstevesEdição1911Lisboa
Portugal - Diccionário Historico, Chorographico, Heraldico, Biographico, Bibliographico, Numismatico e ArtisticoRODRIGUES, GuilhermeEdição1911Lisboa
Solares Portugueses - Introdução ao Estudo da Casa NobreAZEVEDO, Carlos deEdição1969Lisboa
A cultura arquitectónica e artística em Portugal no séc. XVIIIGOMES, Paulo VarelaEdição1988Lisboa
"A Misericórdia de Viseu", Monumentos, n.º 13, pp. 75-81FREITAS, Maria Luísa Amaral Varela deEdição2000Lisboa
Origens e Formação das Misericórdias PortuguesasCORREIA, Fernando da SilvaEdição1999Lisboa
Viseu monumental e artísticoVALE, Alexandre de Lucena eEdição1969Viseu

IMAGENS

Igreja da Misericórdia de Viseu - Fachada principal

Igreja da Misericórdia de Viseu - Planta com a delimitação do imóvel em vias de classificação e a respetiva ZGP (já foi classificado)

Igreja da Misericórdia de Viseu, incluindo o património integrado, adro e escaddório - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: retábulo-mor

Igreja da Misericórdia de Viseu - Enquadramento geral de norte (a partir do rio Paiva)

Igreja da Misericórdia de Viseu - Fachadas principal e lateral norte

Igreja da Misericórdia de Viseu - Enquadramento geral de nascente

Igreja da Misericórdia de Viseu - Fachada principal e torre sineira norte

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: órgão de tubos na parede do lado da Epístola

Igreja da Misericórdia de Viseu - Enquadramento geral de sul

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: coro-alto e guarda-vento

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: capela-mor

Igreja da Misericórdia de Viseu - Enquadramento geral de nascente

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior da capela-mor: retábulo-mor

Igreja da Misericórdia de Viseu - Guarda-vento (visto do exterior)

Igreja da Misericórdia de Viseu - Fachada principal

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: retábulo colateral do lado do Evangelho dedicado à Visitação

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: tela do retábulo-mor representando a Assunção da Virgem Maria (actualmente colocada na parede da nave do lado do Evangelho)

Igreja da Misericórdia de Viseu - Fachada lateral sul

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: portada do portal principal

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: nave e capela-mor

Igreja da Misericórdia de Viseu - Interior: retábulo colateral do lado da Epístola dedicado a Nossa Senhora da Piedade (ou do Pé da Cruz)

MAPA

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