Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Café Central
Designação
DesignaçãoCafé Central
Outras Designações / PesquisasEdifício do Café Central em Santarém (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Café
TipologiaCafé
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Santarém/União de Freguesias da cidade de Santarém
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Guilherme de AzevedoSantarém Número de Polícia: 32
LATITUDE LONGITUDE
DistritoSantarém
ConcelhoSantarém
FreguesiaUnião de Freguesias da cidade de Santarém
Proteção
Situação ActualProcedimento caducado - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
CronologiaProcedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
Proposta de 27-12-2010 da DRC de Lisboa e Vale doTejo para a revogação do despacho de abertura, por não ter valor nacional, e o envio à CM de Santarém para a ponderação da classificação como de IM
Segundo indicação do vice-presidente do IPPAR o assunto deverá aguardar a decisão relativa ao processo de classificação do Centro Histórico de Santarém
Edital de 7-07-2000 da CM de Santarém
Despacho de de 24-05-1999 do vice-presidente do IPPAR a determinar a abertura da instrução do processo de classificação
Proposta de classificação de 18-05-1999 da CM de Santarém
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO arquitecto Amílcar Marques da Silva Pinto foi autor de diversos projectos de grande impacto público na cidade de Santarém, entre os quais figura o do Café Central, no centro histórico da cidade. Construído em 1937, quando a obra de Amílcar Pinto já se assumia em pleno dentro do movimento moderno, este estabelecimento constituiu, juntamente com a estação de correios de Santarém e o Teatro Rosa Damasceno (todos da sua autoria) um autêntico eixo de renovação do espaço citadino. O conjunto destas obras poderá mesmo ser considerado de vanguarda dentro do seu contexto, tendo causado grande admiração na época. O Café Central tornou-se uma referência na cidade, e ainda hoje é relembrado como espaço de conspiração política, de tertúlia ou de vivência cultural (LOPES, Tiago, NORAS, José, 2009).
A fachada, voltada para a Rua Guilherme de Azevedo, era revestida a mármore Ruivina, uma pedra nacional de fundo cinzento escuro e brilho acentuado, substituído em 1988 por granito negro. O contraste entre a pedra negra e as caixilharias da porta giratória e das janelas, em aço pintado de vermelho, permanece como um dos pontos de interesse estético da frontaria, num combinação ousada para a sua época, mas perfeitamente adequada às linhas estilizadas e modernistas da composição. Sob o nome do café, com lettering típico das décadas de 20 e 30 e influência Art-Deco, rasgam-se duas largas vitrinas enquadradas por perfis horizontais vermelhos que as dividem em três panos. A porta central dá acesso a uma porta giratória da mesma cor, realçada por barras em aço cromado.
Este vocabulário modernista, já alinhado com o International Style, repetia-se no interior, hoje consideravelmente descaracterizado. Aqui retomou-se o tema do vermelho (nas portas, perfis de vitrinas e estofos das cadeiras) da pedra escura (revestindo paredes, pavimentos, tampos de mesas e balcões) e dos cromados (em frisos, pilares e mobiliário da época). O espaço era desmultiplicado através de jogos de reflexos, conseguidos entre os quatro pilares estruturantes, revestidos a estuque parafinado, e diversos lambris de espelhos. No tecto falso foram rasgados seis círculos em estuque, ainda existentes, que iluminam a sala com luz indirecta. De referir ainda os seis baixos-relevos, com temática alusiva ao café e ao vinho, da autoria do escultor Maximiliano Alves (1888-1954), e que também se conservam na sala.
As obras efectuadas no Café Central nas últimas décadas resultaram na restauração completa da fachada, e também numa larga intervenção no interior, onde infelizmente se perdeu o interessante mobiliário de época, juntamente com os revestimentos pétreos e o fundamental jogo estético entre vermelhos e negros. O Central mantém uma frontaria digna, mas foi de resto inteiramente desvirtuado como o exemplar arquitectónico modernista autêntico e inovador que era de facto.
Sílvia Leite / DIDA - IGESPAR, I.P. / 2011
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Amílcar Pinto- um arquitecto na província", in "Monumentos", n.º 29, 2009NORAS, José Miguel RaimundoEdição2009Lisboa
"A propósito de uma exposição sobre Amílcar Pinto: ideias de museu na cidade", in Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, Volume 2, pp. 374-377NORAS, José Miguel RaimundoEdição2010Porto
"Amílcar Pinto- um arquitecto na província", in "Monumentos", n.º 29, 2009LOPES, Tiago SoaresEdição2009Lisboa

IMAGENS

Café Central - Vista geral da fachada principal antes da remodelação

Café Central - Porta principal antes da remodelação

Café Central - Interior do café antes da remodelação

Vista geral da fachada principal após remodelação

Porta principal após remodelação

Vista do interior após remodelação

Palacete Vilar de Allen
Rua António Cardoso, nº 175
4150-081 Porto, Portugal
NIF 517 842 920

Tel. +351 226 000 454
geral@patrimoniocultural.gov.pt