Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Quinta do Paço de Valverde, Capela e Claustro da Mitra, mata, várias pequenas capelas, Jardim de Jericó e lago, aqueduto, edificado no século XVII, todo o sistema hídrico, casa da água, jardim de buxo, horta e todos os muros e muretes que (...)
Designação
DesignaçãoQuinta do Paço de Valverde, Capela e Claustro da Mitra, mata, várias pequenas capelas, Jardim de Jericó e lago, aqueduto, edificado no século XVII, todo o sistema hídrico, casa da água, jardim de buxo, horta e todos os muros e muretes que (...)
Outras Designações / Pesquisas(...) dividem e estruturam o sítio / Capela e claustro do antigo Convento do Bom Jesus da Ordem dos Capuchos / Capela e claustro da Mitra / Colégio da Mitra / Colégio do Bom Jesus de Valverde / Pólo da Mitra da Universidade de Évora / Quinta do Paço de Valverde/ Quinta do Convento de Bom Jesus de Valverde / Convento do Bom Jesus de Valverde (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Évora/Nossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Quinta de ValverdeValverde Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.530568-8.018157
DistritoÉvora
ConcelhoÉvora
FreguesiaNossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 79/2010, DR, 2.ª série, n.º 17, de 26-01-2010 (alargou a classificação à Quinta do Paço de Valverde, mata, várias pequenas capelas, Jardim de Jericó e lago, aqueduto, edificado no século XVII, todo o sistema hídrico, casa da água, jardim de buxo, horta e todos os muros e muretes que dividem e estruturam o sítio, enquanto parte integrante do convento, capela e claustro (ver Portaria)
Edital de 5-12-2003 da CM de Évora
Despacho de homologação de 23-05-2003 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 7-05-2003 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 7-04-1997 da DR de Évora para alargamento da área classificada da Capela e Claustro do Convento do Bom Jesus de Valverde à Quinta do Paço de Valverde
Proposta de 11-03-1997 da Universidade de Évora para a classificação da Quinta do Paço de Valverde
Decreto n.º 44 452, DG, I Série, n.º 152, de 5-07-1962 (classificou a Capela e Claustro da Mitra) (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 79/2010, DR, 2.ª Série de 26-01-2010 (sem restrições) (ver Portaria)
Despacho de homologação de 23-05-2003 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 7-05-2003 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 7-04-1997 da DR de Évora
Proposta de 11-03-1997 da Universidade de Évora
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736227
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA diocese eborense, ou Mitra de Évora, instituiu no início do séc. XVI, perto da ribeira de Valverde, uma quinta com paço episcopal, que já seria habitado em 1514 (ESPANCA, 1966), para servir de local de descanso aos membros da diocese. Terá sido o Infante Dom Henrique (COELHO, 1987), primeiro arcebispo de Évora e futuro cardeal, quem fundou nos terrenos da quinta um convento de frades capuchos, da invocação do Bom Jesus, cuja comunidade aí se instalou em 1517. Em 1538 foram feitas "obras de vulto", sob a direcção do mestre pedreiro Álvaro Anes (ESPANCA, 1993).
Do primitivo edifício quinhentista conservam-se ainda muitos vestígios arquitectónicos, sendo alguns deles de feição manuelina, caso da capelinha existente na cerca conventual, pavimentada com azulejos hispano-árabes relevados e policromados, de aresta e corda seca, da primeira metade do século XVI. Conservam-se igualmente alguns elementos posteriores, de obras dos séculos XVII e XVIII.
Mas de superior interesse arquitectónico será a capela do convento, um perfeito exemplo de micro-arquitectura renascentista, particularmente notável no caso português, onde a harmonia do traçado e a planta centralizada revelam rara erudição e actualidade, e se compreende sobretudo como obra de carácter "experimental" (SERRÃO, 2002). A traça está atribuída com mais probabilidade a Miguel de Arruda (BRANCO, 1993), mestre arquitecto de grande prestígio e reconhecida cultura humanista, como aliás o demonstra este tempietto italianizante de Évora, revelador da influência dos modelos de Sebastião Serlio ou Francesco de Giorgio Martini.
O pequeno templo tem planta em cruz grega, formada pelo corpo central, octogonal nas suas faces exteriores, cortadas pela inserção de quatro capelas radiantes, igualmente de planta oitavada. Os espaços interiores articulam-se como espaços circulares, em função das colunatas de colunas toscanas, em mármore branco de Estremoz, que rodeiam cada capela, sustentando as cúpulas esféricas que as encimam. A cúpula central ergue-se sobre um tambor muito elevado, rasgado por oito janelas. A capela-mor está instalada no octógono oriental, embora a entrada no templo se faça através de um dos panos da capela sul, deitando para um alpendre assente em cinco arcos de volta inteira. Para esta capela foram realizados três painéis encomendados pelo futuro Cardeal D. Henrique, figurando um Presépio, um Calvário e uma Ressurreição de Cristo, da autoria do prestigiado pintor régio Gregório Lopes, datadas de 1544-45.
Para além da capela, que estava originalmente ligada ao interior do paço através de uma galeria, no complexo do paço quinhentista destacam-se as antigas "Casas Pintadas", cujo portal é decorado com pinturas a fresco dos símbolos da diocese e o aqueduto de alvenaria construído na segunda metade do século XVII, para abastecer a casa principal. Numa das áreas de lazer da cerca, o Jardim de Jericó, foi construído um grande lago, decorado a toda a volta com bandeiras recortadas com lunetas, pontuadas pela disposição regular de bustos dos profetas Abraão e Elias. Ao centro do tanque circular foi colocada uma estátua de Moisés. A obra decorativa, iniciada na segunda metade do século XVII, foi concluída somente na centúria seguinte.
Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, todo o conjunto acabou por ficar na posse do Estado, que aí instalou um Posto Agrário, mais tarde a Escola Prática de Agricultura, e depois ainda a Escola de Regentes Agrícolas, agregada até aos dias de hoje à Universidade de Évora. Actualmente, o Colégio da Mitra e o do Bom Jesus de Valverde constituem, com a Herdade Experimental da Mitra e o seu complexo habitacional, o Pólo da Mitra da Universidade de Évora, onde funcionam departamentos de Ciências Agrárias e Biologia e serviços de apoio.
Sílvia Leite / Catarina Oliveira - DIDA/ IGESPAR/ 2007-2011
ProcessoE.N. 380, Évora - Alcáçovas, a 12 km de Évora
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens23
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Convento do Bom Jesus de Valverde", A Cidade de Évora, boletim nº 51-52, p. 62ESPANCA, TúlioEdiçãoÉvora
ÉvoraESPANCA, TúlioEdição1993LisboaCol. Cidades e Vilas de Portugal
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)ESPANCA, TúlioEdição1966LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
Tratado da Grandeza dos Jardins em PortugalCARITA, Hélder; CARDOSO, HomemEdição1987LisboaLocal de Edição - Lisboa Data do Editor : 1987
Quinta do Paço de Valverde. Contributos para o estudo de um jardim históricoDOMINGOS, Rafael MatosEdição1995Évora

IMAGENS

Convento de Bom Jesus de Valverde, século XVI (Évora) - Enquadramento geral, DGPC, 2006.

Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Interior da igreja renascentista (Cª 1550). DGPC, 2006.

Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Interior da igreja renascentista (Cª 1550), deambulatório. DGPC, 2006.

Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Interior da igreja renascentista (Cª 1550), cúpula e lanternim. DGPC, 2006.

Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Interior do claustro do séc. XVI. DGPC, 2006.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Lago do Jardim de Jericó (século XVII) decorado com bandeiras recortadas com lunetas e, ao centro, a estátua de Moisés. Maria Ramalho, 2017.

Quinta do antigo Paço Episcopal de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Fonte e Casa de Fresco do séc. XVI. Abóbada de cruzaria polinervada assente em delicadas mísulas de pedra de estilo manuelino. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - pátio das Casas Pintadas, interessante conjunto de edifícios de arquitetura vernacular de apoio à quinta. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - pátio das Casas Pintadas. À esquerda vestígios do núcleo mais antigo, primeira metade do séc. XVI: portal manuelino e porta gótica. Ao fundo a galilé do século XVIII sendo o portal encimado por pintura a fresco com as armas e as insígnias de Sede Vacante. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - pomenor de capitel de mármore do séc. XVI. Maria Ramalho, 2017.

Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - gruta para meditação do séc. XVI usada pelos frades franciscanos que seguiam a Via Capucha. Maria Ramalho, 2017.

Convento de Bom Jesus na Quinta de Valverde (Évora) - pintura a fresco por baixo de camada de cal no grupo de capelas e nichos do século XVI designados como Penhas. Estes notáveis edifícios surgem ligados em labirinto aproveitando a rocha muito ao espírito dos frades capuchos. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - notável capelinha gótico-manuelina existente na cerca, a Norte do convento. Conserva-se perfeitamente intacta ostentando um portal granítico de volta redonda, óculo e um raro telhado original em lajes de pedra e tijoleira. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - capelinha gótico-manuelina existente no interior da cerca, a Norte do convento. Pomenor da decoração esgrafitada sobre o óculo da fachada principal. Maria Ramalho, 2017.

Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - capelinha que integra um conjunto mais vasto de pequenos templos do séc. XVI dispersos no interior da cerca, a Norte do convento, designados como Penhas. Em primeiro plano observa-se igualmente a existência de um importante conjunto de bancos da mesma época. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal e Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Capelinha gótico-manuelina existente na cerca conventual com portal granítico de volta redonda e óculo.Sobre o óculo subsiste decoração esgrafitada. Cobertura original em pedra e tijoleira. Maria Ramalho, 2017.

Convento de Bom Jesus de Valverde -Conjunto situado na cerca conventual de capelas e nichos do século XVI ligados em labirinto abertos na rocha com o nome Penhas. (Évora). Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - abóbada de cruzaria polinervada de ogivas da Casa de Fresco do séc. XVI. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - entrada para o pátio das Casas Pintadas (séc. XVI). Portal de cantaria com chanfro lanceolado no eixo sobrepujado por bandeira de grilhagem de onde rompem quatro torrinhas cilíndricas com chapéus de secção cónica. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal de Valverde - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - Ermida do século XVII com portal de mármores cortados em lisoja sobre o qual se encontra a pedra de armas do arcebispo D. João Coutinho. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - abóbada de cruzaria polinervada de ogivas na Casa de Fresco do sec XVI. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal - Convento de Bom Jesus de Valverde (Évora) - aqueduto da segunda metade do séc. XVII. Maria Ramalho, 2017.

Antigo Paço Episcopal de Valverde (Évora). Maria Ramalho, 2017.

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt