Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Avô, incluindo as ruínas da Ermida de São Miguel situada no âmbito do Castelo
Designação
DesignaçãoCastelo de Avô, incluindo as ruínas da Ermida de São Miguel situada no âmbito do Castelo
Outras Designações / PesquisasCastelo de Avô (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCoimbra/Oliveira do Hospital/Avô
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- --Avô Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.29314-7.90429
DistritoCoimbra
ConcelhoOliveira do Hospital
FreguesiaAvô
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45 327, DG, I Série, n.º 251, de 25-10-1963 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA questão da formação da linha de castelos a Sul do rio Alva permanece por esclarecer. Não existem dúvidas acerca da implementação de uma rede defensiva de época islâmica na região, visível, em particular, na concentração de topónimos originados a partir da palavra árabe qal'a al-rãyya (catraia) (MARQUES, 1993, pp.192-198). Esta linha parece-nos ter sido originada numa época já avançada, provavelmente na sequência das conquistas de al-Mansur de final do século X (FERNANDES, 2003, p.89). No entanto, dessa rede não terá feito parte o castelo de Avô, cujas primeiras notícias datam somente do século XII. Mesmo as notícias relativas à existência da localidade de Avô, no início do século IX, devem ser encaradas com reservas, uma vez que não está suficientemente provada a relação de uilar auolo (referida em 908) com a actual vila de Avô, ao contrário do que pretendeu José BIGOTTE, 1981, p.60. E o mesmo se deve dizer em relação a um eventual passado romano, constantemente argumentado, mas ainda não arqueologicamente comprovado.
De acordo com as investigações de António Nogueira GONÇALVES, 1933, republ. 1980, p.326, o castelo teria sido construído nos primeiros tempos da monarquia portuguesa e em estrita relação com a manutenção da actividade mineira na região. No final do reinado de D. Sancho II, na guerra civil então verificada contra seu irmão, futuro D. Afonso III, o castelo desempenhou papel importante, sendo entregue a Pedro Martins e, posteriormente, destruído pela facção vencedora. Em 1254, uma bula de Inocêncio IV exortava o monarca português a reconstruí-lo, o que só deverá ter sido consumado no reinado de D. Dinis.
Não obstante as múltiplas transformações por que passou, são vários os indícios que apontam para uma cronologia dionisina de parte do conjunto militar que chegou até aos nossos dias. O principal é a configuração oval da cerca, em polígono irregular, acessível por portal de arco quebrado. O segundo é a incorporação da torre de menagem na muralha, protegendo o ângulo Sul da fortificação. Estas duas características, apesar de esclarecedoras quanto à cronologia do castelo, são evidentemente redutoras numa perspectiva de análise global do conjunto. Com efeito, não estamos suficientemente informados a respeito do sistema de torres, da organização interna do recinto, de eventuais dispositivos complementares de defesa e da própria história do castelo e consequente relevância regional durante o final da Idade Média.
Aparentemente inalterado durante a época moderna, num sinal que deve ser interpretado como revelador da posição secundária que assumiu ao longo desse período, começou a ser desmantelado no século XIX, num processo comum a muitas outras fortalezas medievais do país. Em 1856, a Câmara de Oliveira do Hospital ordenou a destruição da torre de menagem, pois ameaçava ruir a todo o instante. Em 1879, grande parte da secção Sul das muralhas foi desmantelada para se aplicar a pedra na construção da estrada distrital que rasga esta parcela de território. E durante essa segunda metade de século muitos particulares recorreram ao velho castelo para obter pedra para as suas construções (CORREIA e GONÇALVES, 1952).
A derradeira fase de obras, responsável pelo actual aspecto da fortaleza, decorreu nas décadas de 40 e de 60 do século XX. Nessa altura, os castelos portugueses foram objecto de grande interesse por parte dos restauradores, ao abrigo da ideologia estado-novista, que via nestes elementos patrimoniais um notável eco do glorioso passado nacional. Logo em 1942 procedeu-se à reconstrução de parte das muralhas e, entre 1963 e 1966, novos trabalhos decorreram na cerca e na capela de São Miguel, templo localizado no interior do castelo e cujas origens remontam ao período medieval, embora alvo de sucessivos melhoramentos ao longo dos séculos posteriores.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraGONCALVES, António NogueiraEdição1952Lisboa
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraCORREIA, VergílioEdição1952Lisboa
A igreja pré-românica de São Pedro de Lourosa, Dissertação de Mestrado em Arte, Património e RestauroFERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2002Lisboa
"O «Portugal» islâmico", Nova História de Portugal, vol. 2MARQUES, A. H. de OliveiraEdição1993Lisboa
Monografia da vila e concelho de SeiaBIGOTTE, José QuelhasEdição1981Seia
"O castelo de Avô", Arte e arqueologia, nº1 (1993), republ. Estudos de História da Arte Medieval, pp.325-333GONCALVES, António NogueiraEdição1980Coimbra
"Avô - a fidalga e nobre vila", Concelho de Oliveira do Hospital - subsídios para a sua história, 1998, pp.221-265HALL, TarquínioEdição1998Oliveira do Hospital
"II.4 Avô", Terras da Moura encantada, pp.61-63PEREIRA, MárioEdição1999Porto
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil ArquitectónicoCORREIA, Luís Miguel Maldonado de VasconcelosEdição2010Coimbra

IMAGENS

Castelo de Avô - Ruínas das muralhas

Castelo de Avô - Porta em ogiva de acesso ao recinto

Castelo de Avô - Porta e muralhas do castelo

Castelo de Avô - Ermida de São Miguel vista a partir das muralhas

Castelo de Avô - Vista parcial da muralha e afloramento rochoso

Castelo de Avô - Fachada posterior da Ermida de São Miguel

MAPA

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