Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Abside, absidíolos e sacristia do século XVIII da igreja, e claustro e edifício barroco da Ordem terceira do Convento de São Francisco, incluindo os frescos
Designação
DesignaçãoAbside, absidíolos e sacristia do século XVIII da igreja, e claustro e edifício barroco da Ordem terceira do Convento de São Francisco, incluindo os frescos
Outras Designações / PesquisasIgreja e Convento de São Francisco (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento
TipologiaConvento
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Guimarães/Oliveira, São Paio e São Sebastião
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.440693-8.292084
DistritoBraga
ConcelhoGuimarães
FreguesiaOliveira, São Paio e São Sebastião
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974 (a classificação passa a abranger o claustro e o edifício barroco da Ordem Terceira, incluindo a sacristia do século XVIII da igreja joanina) (ver Decreto)
Decreto n.º 39 175, DG, I Série, n.º 77, de 17-04-1953 (classificou parte da Igreja de São Francisco, constituída por abside e absidíolos) (ver Decreto)
Decreto n.º 30 762, DG 225, de 26-09-1940 (classificou os frescos existentes no Convento de São Francisco)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNão são ainda claras as origens do antigo Convento de São Francisco de Guimarães. As opiniões mais consensuais situam a sua origem nos inícios do século XIII, em pleno reinado de D. Afonso III, o que lhe confere o estatuto de ser uma das primeiras casas conventuais nacionais. Infelizmente, desse primitivo conjunto nada chegou aos nossos dias. No reinado de D. Dinis, na sequência dos muitos melhoramentos das estruturas militares, o convento foi demolido, por se encontrar muito próximo das muralhas e de, por isso, prejudicar a eficaz defesa do burgo.
O edifício gótico que hoje vemos é o produto de uma segunda campanha construtiva. Autorizada por D. João I, a 3 de Novembro de 1400, a edificação do novo convento de São Francisco revelou-se bastante demorada, arrastando-se praticamente por todo o século XV. A cabeceira, por exemplo, data de c. 1461, ano em que D. Constança de Noronha, Duquesa de Bragança, tomou o hábito franciscano. As suas armas foram representadas no bocete da abóbada da capela-mor (DIAS, 1994, p.132), o que revela a acção directa desta Senhora na construção. De um ponto de vista estilístico, esta cabeceira pouco difere do modelo mendicante inaugurado no nosso país no século XIII: capela-mor ladeada por dois absidíolos, homogeneamente cobertos por abóbadas de cruzaria de ogivas; iluminação efectuada por amplas janelas verticais, abertas em panos limitados por contrafortes. Característica comum em todo este conjunto é a filiação artística, já vincadamente batalhina, visível nas molduras dos colunelos e das nervuras, assim como nos capitéis (DIAS, 1994, p.132). Apesar da sua datação relativamente tardia, a cabeceira da igreja de São Francisco é um dos poucos exemplos no Norte do país que comprovam a importância do grande Mosteiro da Batalha, enquanto obra modelar ao longo de todo o século XV.
Infelizmente, as outras partes góticas que subsistiram das múltiplas reformas modernas, não se equiparam em qualidade à cabeceira, sem, contudo, deixarem de revelar a influência batalhina. O portal principal, muito pouco decorado e integrado numa ampla massa pétrea, que parece ter mais de Românico que de Gótico, apresenta um traçado irregular da sua curvatura, e os capitéis são bastante menos cuidados. Também a Sala do Capítulo denota uma clara tendência para a ausência de decoração, facto que deverá apontar para uma datação ainda mais tardia que a da cabeceira, muito próxima, já, do século XVI.
Foram muitas as obras por que o convento passou ao longo da época moderna. A primeira grande campanha deu-se em finais do século XVI, altura em que se construiu o clássico claustro de dois andares. Da autoria de Gonçalo Lopes, é uma das mais importantes obras maneiristas de Guimarães, a par da fachada da igreja da Misericórdia da cidade, apresentando mesmo uma linha artística erudita e bastante racionalizada, como o prova a rígida organização da quadra e respectivos cânones dos suportes.
Ainda mais importante foi a transformação do interior da igreja, de Gótico a Barroco. Este processo deu-se numa campanha decorativa bastante significativa para a cidade, e para o próprio convento, que conseguiu, nessa altura, reunir as quantias necessárias a tão profunda remodelação. Painéis de azulejos passaram a decorar as paredes da capela-mor e da nave; a nova sacristia apresenta um figurino tipicamente joanino, com o seu tecto de caixotões pintados e os arcazes de pau-preto... Toda esta campanha culminou com a construção do magnífico retábulo-mor, "uma das obras-primas da talha portuguesa" (ALVES, 2000, p.59), desenhado por Miguel Francisco da Silva, em 1743, e executado por Manuel da Costa Andrade.
No século XX, as obras de restauro efectuadas pela DGEMN privilegiaram a consolidação das estruturas, não alterando significativamente o aspecto geral do edifício. Destaca-se, neste processo, o restauro do painel de pintura a fresco "Santo António e Bispo", uma das principais obras fresquistas do Minho tardo-medieval.
PAF
ProcessoAlameda
Abrangido em ZEP ou ZPCentro Histórico de Guimarães e Zona de CourosConjunto das antigas Fábricas de CurtumesCruzeiro fronteiro ao adro da Igreja de São FranciscoMuralhas de Guimarães
Outra Classificação
Nº de Imagens40
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
Guimarães MonumentalGUIMARÃES, AlfredoEdição1930Porto
"Presença franciscana em Guimarães", Sep. Revista de Guimarães", 95FARIA, Francisco Leite deEdição1988Guimarães
"A pintura mural portuguesa na região Norte. Exemplares dos séculos XV e XVI", A colecção de pintura do Museu de Alberto Sampaio. Séculos XVI-XVIII, pp. 41-60RODRIGUES, DalilaEdição1996Lisboa
"Retábulo mor da igreja de São Francisco de Guimarães", Sep. Museu, 2 série, 4BRANDÃO, Domingos de PinhoEdição1996Porto
"O século do ouro", Mil anos a construir Portugal, exposição, 2000, pp.58-59ALVES, Natália Marinho FerreiraEdição2000Guimarães
Convento de S. Francisco [de] GuimarãesTEIXEIRA, Fernando JoséEdição2000Portorev. Agostinho Gomes Fernandes Guimarães, fotografia Francisco Machado, Foto Beleza
Guimarães - roteiro turísticoFONTE, Barroso daEdição1995GuimarãesFotografias de José Bastos
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa

IMAGENS

Igreja de São Francisco - Fachada principal da parte conventual

Igreja de São Francisco - Vista geral (fachadas posterior e lateral esquerda)

Igreja de São Francisco - Fachada posterior: cabeceira gótica

Igreja de São Francisco - Fachada principal: portal principal

Igreja de São Francisco - Interior: nave e capela-mor

Igreja de São Francisco - Interior da capela-mor: retábulo-mor

Igreja de São Francisco - Interior: túmulo com jacente num dos absidíolos laterais

Igreja de São Francisco - Interior: abóbada manuelina da cabeceira

Igreja de São Francisco - Fachada lateral direita (vista a partir do piso superior do claustro)

Igreja de São Francisco - Claustro: fonte barroca na quadra central

Igreja de São Francisco - Interior da sacristia: pormenor do tecto em caixotões

Igreja de São Francisco - Portal barroco da zona conventual

Igreja de São Francisco - Vista geral (IPPC, 1972)

Igreja de São Francisco - Fachada lateral esquerda (DGEMN)

Igreja de São Francisco - Interior: nave e capela-mor (DGEMN)

Igreja de São Francisco - Interior: nave e coro-alto (DGEMN, 1972)

Igreja de São Francisco - Claustro: vista geral (DGEMN)

Igreja de São Francisco - Claustro: arcaria e fonte na quadra central (DGEMN, 1972)

Igreja de São Francisco - Claustro: galeria do piso térreo (DGEMN, 1972)

Igreja de São Francisco - Interior: arco triunfal e capela-mor (DGEMN, 1972)

Igreja de São Francisco - Interior: capelas laterais do lado do Evangelho (DGEMN, 1972)

Igreja de São Francisco - Interior: capelas laterais do lado da Epístola (DGEMN, 1972)

Igreja de São Francisco - Fachada posterior: cabeceira antes da intervenção (DGEMN)

Igreja de São Francisco - Fachada posterior antes da intervenção (DGEMN)

Igreja de São Francisco - Fachada posterior durante a intervenção (DGEMN)

Igreja de São Francisco - Gravura antiga (DGEMN)

Pintura mural representando a Degolação de São João Baptista

Local primitivo onde se encontrava a pintura mural representando A Degolação de São João Baptista

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Vista parcial com o corpo da nave da igreja

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Quadra central

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Vista geral

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Vista parcial

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Pormenor

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Arcaria do piso térreo

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Quadra central

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Fonte na quadra central

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Vista parcial

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Vista parcial

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Vista parcial

Claustro do Convento de São Francisco de Guimarâes - Galeria do piso superior

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt