Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio do Conde de Castro Guimarães, também denominado «Torre de São Sebastião», incluindo a Capela de São Sebastião, Cruzeiro fronteiro à Capela, painés de azulejo (dois) e parque envolvente limite da antiga propriedade do conde de Castro Guimarães
Designação
DesignaçãoPalácio do Conde de Castro Guimarães, também denominado «Torre de São Sebastião», incluindo a Capela de São Sebastião, Cruzeiro fronteiro à Capela, painés de azulejo (dois) e parque envolvente limite da antiga propriedade do conde de Castro Guimarães
Outras Designações / PesquisasMuseu Conde de Castro Guimarães / Palácio do Conde de Castro Guimarães / Torre de São Sebastião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Capela de São Sebastião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Parque Marechal Carmona / Parque do Palácio do Conde de Castro Guimarães (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Chafarizes no Parque Marechal Carmona (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida Humberto II de Itália, Parque Marechal Carmona, na enseada da praia de Santa Marta, junto à foz da ribeira dos MochosCascais Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.692166-9.421742
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (ver Decreto)
Edital de 31-01-1990 da CM de Cascais
Despacho de homologação de 16-05-1989 da Secretária de Estado da Cultura
Parecer de 4-05-1989 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP
Em 22-03-1989 a CM de Cascais enviou documentação para o processo de classificação
Proposta de Novembro de 1988, de vários eleitos no concelho de Cascais, para a classificação como IIP
Em 13-01-1982 foi solicitado à CM de Cascais o envio de documentação complementar para a instrução do processo de classificação
Proposta de 9-12-1981 da CM de Cascais para a classificação como VC
ZEPPortaria n.º 283/2014, DR, 2.ª série, n.º 82, de 29-04-2014 (sem restrições) (ZEP da Cidadela de Cascais, incluindo a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e a Torre Fortificada de Cascais, do Forte de Santa Marta (restos), do Palácio dos Condes de Castro Guimarães (...), Marégrafo de Cascais e da Casa de Santa Maria, incluindo o jardim (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 24-02-2014 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 340/2013, DR, 2.ª série, n.º 211, de 31-10-2013 (ver Anúncio)
Despacho de 7-03-2012 do diretor-geral da DGPC a determinar a audiência dos interessados sobre a fixação conjunta de uma só ZEP
Despacho de concordância de 10-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P.
Parecer de 10-10-2011 da SPAA do CNC a propor que sejam fixadas cinco ZEP, uma para cada imóvel, todas coincidentes
Proposta de 24-05-2011 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a ZEP conjunta da Casa de Santa Maria, incluindo o jardim, do Palácio dos Condes de Castro Guimarães, do Forte de Santa Marta, da Cidadela de Cascais, incluindo a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e a Torre Fortificada de Cascais e do Marégrafo de Cascais
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImplantado junto à entrada para a Boca do Inferno, o Palácio do Conde de Castro Guimarães, como ficou conhecido, é uma arquitectura fortemente cenográfica e pictórica, que encontra, na perfeita integração com o meio envolvente e com os equipamentos já aí existentes, como a ponte rústica, um dos seus maiores trunfos. Por outro lado, e no contexto do século XIX, em que a história é integrada na arquitectura como memória colectiva (PALÁCIO,1994,p.27), este palacete de veraneio constitui um exemplo de eclectismo, ao mesmo tempo unificador de várias linguagens arquitectónicas, que lhe conferem um enorme sentido de monumentalidade (SILVA,1988,p.76).
Seguindo a descrição de Branca Colaço e Maria Archer (1943,pp.246-247), o autor do projecto "deu-lhe a graça medieval das janelas geminadas, as cúpulas das igrejas orientais, os mirantes dos serralhos moiriscos, os coruchéus das catedrais góticas, os alpendres dos solares minhotos, as torres das fortificações bárbaras, os varandins dos palácios italianos, as arcarias do estilo manuelino, mil enfeites, mil contornos diversos". A mesma ideia está presente nos estudos recentes de Regina Anacleto (1997,p.542), nas palavras de quem este edifício "patenteia uma amálgama de tendências e de materiais que se estendem desde o castelo senhorial a reminiscências mouriscas, manuelinas e renascentistas, bem como da pedra ao reboco de argamassa, passando pelo revestimento cerâmico".
A edificação do palácio deve-se à iniciativa de Jorge O'Neill, irlandês ligado aos negócios do tabaco e às finanças que, em 1892, requereu o aforamento destes terrenos à Câmara de Cascais. Tomando o exemplo de D. Luís, os nobres e personalidades influentes elegeram esta orla da linha como destino privilegiado de férias, implantado aqui as suas habitações de veraneio.
Crê-se que o modelo da casa que O'Neill veio a construir seja devido ao cenógrafo Luigi Manini, que o irlandês teria encontrado a pintar, neste local, inserindo na paisagem um palacete revivalista, tão ao gosto de outros projectos da sua autoria, como o Palace Hotel do Buçaco (FALCÃO,1981,p.186). Foi, no entanto, o pintor Francisco Vilaça quem concebeu o desenho do palácio, cerca de 1900, imprimindo-lhe um carácter cenográfico, devedor de Manini e de si próprio, que concentra nas fachadas-cenário todo o esforço decorativo.
Apresenta planta irregular, constituída por um corpo longitudinal onde se inclui o claustro, um outro também de planta rectangular, e a torre de São Sebastião, esta última de aparência românica. Os volumes são, igualmente, irregulares e de formas muito diversas, com fachadas abertas por vãos de características muito diferenciadas. Merecem especial destaque os jardins, com equipamentos diversos e um lago com uma parede de azulejos provenientes, muito possivelmente e como a iconografia indica, de uma igreja de religiosos teatinos (SIMÕES,1979,p.188). Na verdade, os azulejos que encontramos no exterior e no interior revelam, também eles, o gosto pelo antigo, tendo sido aqui utilizados painéis cerâmicos de origens diversas, quer do século XVII, quer do século XVIII.
Jorge O'Neill imprimiu ao palácio um cunho muito pessoal, bem visível nos elementos de origem irlandesa, como os trevos presentes nos ferros forjados, e nas pinturas de algumas salas.
Em 1910, O'Neill encontrava-se numa situação financeira difícil, que o levou a vender o palácio ao Conde de Castro Guimarães, um importante banqueiro que beneficiava de privilegiadas ligações internacionais. Este, sem descendentes, optou, no seu testamento, por deixar o edifício à vila de Cascais, com a condição do município fazer dele um museu e um jardim público. Assim veio a acontecer em 1927, aquando da sua morte, abrindo o museu ao púbico apenas três anos mais tarde, em 1930. Conservando as características de Casa-Museu, a sua colecção é constituída, essencialmente, por mobiliário, azulejaria, porcelana, pintura e arqueologia, dispondo, ainda, de uma biblioteca. (RC)
ProcessoEnseada da praia de Santa Marta, junto à foz da ribeira dos Mochos
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens7
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Neomanuelino ou a reinvenção da arquitectura dos Descobrimentos.ANACLETO, ReginaEdição1994Lisboa
Arquitectura neomedieval portuguesa, 1780-1924ANACLETO, ReginaEdição1992LisboaCol. Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas, Fundação Calouste Gulbenkian - Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
CascaisSILVA, Raquel Henriques daEdição1988Lisboa
Monografia de CascaisANDRADE, Ferreira deEdição1969Cascais
Monografia de CascaisCASTELO BRANCO, António deEdição1969Cascais
O programa estético da casa de Jorge O' Neill, a partir dos contributos de Luigi Manini, in revista Monumentos: cidades, património, reabilitaçãoLUCKHURST, GeraldEdição2011Lisboa
Memórias da linha de CascaisCOLAÇO, Branca de GontaEdição1943Cascais
Memórias da linha de CascaisARCHER, MariaEdição1943Cascais
Cascais MeninoFALCÃO, PedroEdição1981Cascais
O programa estético da casa de Jorge O' Neill, a partir dos contributos de Luigi Manini, in revista Monumentos: cidades, património, reabilitaçãoPEREIRA, DeniseEdição2011Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973

IMAGENS

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Vista geral da torre

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Fachada sul

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Fachada nascente: entrada

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Interior: claustro

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Jardim: lago com painel de azulejos

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Jardim: Capela de São Sebastião

Palácio do Conde de Castro Guimarães «Torre de São Sebastião» - Planta com a delimitação e a ZEP com outros bens imóveis classificados

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt