Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castro de Lesanho
Designação
DesignaçãoCastro de Lesanho
Outras Designações / PesquisasCastro de Lesenho
Outeiro Lesenho / Castro de Lesanho / Outeiro Lesenho (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / (Ver Ficha em www.arqueologia.patrimoniocultural.pt) / (Ver Ficha em www.matriznet.dgpc.pt )
Categoria / TipologiaArqueologia / Povoado Fortificado
TipologiaPovoado Fortificado
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Boticas; Ribeira de Pena/Vilar e Viveiro; Canedo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.645649-7.753706
DistritoVila Real
ConcelhoBoticas; Ribeira de Pena
FreguesiaVilar e Viveiro; Canedo
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
O Castro de Lesanho localiza-se em Vilar, no Lugar de Campo, nas freguesias de Vilar e Viveiro e Canedo, concelho de Boticas. Dista sensivelmente 1,2 km para sudoeste da povoação de Campos. implanta-se num cabeço cónico com uma área aproximada de 9 hectares, sobranceiro à Ribeira do Corgo, a uma cota máxima de 1073 metros, dotado de um notável destaque visual e disfrutando de um eficaz controlo das linhas de circulação e da paisagem circundante, numa região de recursos abundantes, tanto agrícolas como minerais. A investigação realizada indica tratar-se de um grande povoado fortificado de altura, da segunda Idade do Ferro (finais do século II a.C.) que persistiu durante a época Romana, até ao século VII d.C.. No entanto, alguns fragmentos cerâmicos exumados podem indiciar uma ocupação desde a Idade do Bronze Final. No cabeço assinala-se, ainda, a existência de dois penedos insculpidos. Jorge Alarcão aventa a hipótese de constituir a sede de um populus, eventualmente os Equaesi.
Dispunha um complexo sistema defensivo, de características monumentais, com três cercas graníticas concêntricas de paramentos em aparelho irregular poligonal, miolo de pedra irregular e terra, com espessuras que oscilam entre 1,70 e 2,90 metros, complementadas por linhas radiais, torreões e conjuntos de pedras fincadas a defender as entradas. Na encosta norte, com menos condições naturais de defesa, foram erguidas outras duas linhas de muralha. Protegiam um espaço útil de apenas um hectare, sugerindo uma dispersão da comunidade pela envolvente. Registam-se estruturas de caracter habitacional de planta circular, construídas sobre plataformas artificiais no espaço circunscrito pela segunda cerca, e uma oficina para práticas metalúrgicas onde foram recolhidas escórias provenientes da sua estrutura de combustão. Sujeitas a análise, estas revelaram a presença predominante de estanho e volfrâmio.
A notoriedade do Castro de Lesanho encontra-se, igualmente, associada à descoberta do maior conjunto conhecido, até à data, de estátuas de guerreiro, ditas galaicas, o que reforça a convicção de representar um lugar central. Presume-se que estariam colocadas junto às entradas nas muralhas, embora tenham sido todas identificadas deslocadas do seu contexto original e em alturas distintas. Presentemente estão depositadas no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa e duas mereceram uma classificação autónoma (Estátuas Lusitanas de Montalegre).
História
As menções mais antigas à ocupação proto-histórica do Outeiro de Lesanho remontam ao século XVIII, referenciando duas estátuas mobilizadas em data incerta para o adro da Igreja Paroquial de Covas do Barroso, em Boticas, que motivaram uma escavação, em 1782, por Miguel Pereira de Barros, juiz de Fora de Montalegre. Nos anos 60 do século passado, Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior procedeu a trabalhos de conservação e restauro. João Mário Martins da Fonte desenvolveu uma investigação aprofundada do arqueossítio que resultou em diversas publicações, tendo conduzido trabalhos de escavação arqueológica no ano de 2008. Finalmente, em 2012, Bruno Delfim Pinto Fernandes Osório dirige novos trabalhos, promovidos pela Câmara Municipal de Boticas, no âmbito do projeto de conceção do Centro Europeu de Documentação e Interpretação da Escultura Castreja.
Ana Vale
DGPC, 2020
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra ClassificaçãoMamoa sita no Outeiro Lesenho
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias15

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Cultura Castreja no Noroeste de PortugalSILVA, Armando Coelho Ferreira daEdição1986Paços de Ferreira
Religiões da Lusitania III.VASCONCELLOS, José de Leite deEdiçãoPublicado a 1913
Breves Notas sobre a região do Alto TâmegaMARTINS, João BaptistaEdição1984Chavesp. 41
"Castros do concelho de Boticas", Trabalhos de Antropologia e EtnologiaMIRANDA JÚNIOR, AvelinoEdição1983Portovol. 24 (3), pp. 401-452
"Castros do concelho de Boticas", Trabalhos de Antropologia e EtnologiaSANTOS, Joaquim Norberto dosEdição1983Portovol. 24 (3), pp. 401-452
"Castros do concelho de Boticas", Trabalhos de Antropologia e EtnologiaSANTOS JÚNIOR, Joaquim Rodrigues dosEdição1983Portovol. 24 (3), pp. 401-452
Visitas a castros nos arredores de ChavesMONTALVÃO, AntónioEdição1971Chavesp. 96
"Novas figuras de guerreiros lusitanos descobertas pelo Dr. L. de Figueiredo Guerra", O Archeologo PortuguêsPEREIRA, Félix AlvesEdição1915Lisboavol. 20, pp. 1-16
"Novo material para o estudo da estatuária e arquitectura do Alto Minho", O Archeologo PortuguêsPEREIRA, Félix AlvesEdição1908Lisboavol. 13, pp. 202-244
Notícias históricas do concelho e vila de BoticasGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1982Boticas
"30ª Campanha de escavações no Castro de Carvalhelhos - Agosto de 1981", Trabalhos de Antropologia e EtnologiaSANTOS JÚNIOR, Joaquim Rodrigues dosEdição1982Portovol. 24 (2), pp. 249-264
"Castros do Concelho de Boticas - II. Campanhas de 1984 e 1985", Anais da Faculdade de Ciências do PortoMIRANDA JÚNIOR, AvelinoEdição1985Portovol. 66 (1-4), pp. 5-96
"Castros do Concelho de Boticas - II. Campanhas de 1984 e 1985", Anais da Faculdade de Ciências do PortoSANTOS, Joaquim Norberto dosEdição1985Portovol. 66 (1-4), pp. 5-96
"Castros do Concelho de Boticas - II. Campanhas de 1984 e 1985", Anais da Faculdade de Ciências do PortoSANTOS JÚNIOR, Joaquim Rodrigues dosEdição1985Portovol. 66 (1-4), pp. 5-96
Relatório da Intervenção Arqueológica no Outeiro Lesenho (Les12), acedido a 7 de maio de 2020, http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=viewdoc&id=3sgvrcywb9j9Aqxhy7n9ls77tymstdwgcn3vg5A6m96z4r17Agq1&f=bcqs45d3kbqzb67nm6857b8v80c430y69q7yc9l9qsOSÓRIO, BrunoEdição2012Boticas
Guerreros galaicos del castro de Outeiro Lesenho (Boticas, norte de Portugal): una aproximación biográica, Nailos, nº. 4FONTE, João Mário Martins daEdição2017Oviedo
Revisão do inventário arqueológico do concelho de Boticas : relatório final".Trabalhos arqueológicos da UAUM/memórias, n.º 8FONTES, LuísEdição2010BragaDisponível em WWW:
Revisão do inventário arqueológico do concelho de Boticas : relatório final".Trabalhos arqueológicos da UAUM/memórias, n.º 8ANDRADE, F.Edição2010BragaDisponível em WWW:
Lesenho e Aquae Flaviae: dois modelos de assentamento central e duas lógicas locacionais de época pré-romana e romanaFONTE, João Mário Martins daEdição2009Santiago de Compostela
Notícias archeológicas de Portugal pelo Dr. Emilio Hübner: traduzidas e publicadas por ordem da mesma AcademiaEdição1971Lisboa

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