A fachada rocaille e escadaria do Palácio do Raio | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | A fachada rocaille e escadaria do Palácio do Raio | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Palácio do Raio (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Solar | ||||||||||||
Tipologia | Solar | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Braga/Braga/Braga (São José de São Lázaro e São João do Souto) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Braga | ||||||||||||
Concelho | Braga | ||||||||||||
Freguesia | Braga (São José de São Lázaro e São João do Souto) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 40 684, DG, I Série, n.º 146, de 13-07-1956 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 589/2011, DR, 2.ª Série, n.º 119, de 22-06-2011 (com ZNA) (ver Portaria) Despacho de homologação de 7-10-2009 da Ministra da Cultura (a alteração só entra em vigor após publicação no DR) Parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. de 1-10-2008 Proposta de 28-08-2008 da DRC do Norte para a revisão da ZEP Portaria de 24-04-1970, publicada no DG, II Série, n.º 105, de 5-05-1970 | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria n.º 589/2011, DR, 2.ª Série, n.º 119, de 22-06-2011 Portaria de 24-04-1970, publicada no DG, II Série, n.º 105, de 5-05-1970 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Palácio do Raio deve a sua designação a um dos proprietários - Miguel José Raio, Visconde de São Lázaro -, que adquiriu este imóvel em 1867 (PASSOS, 1954, p. 85). No entanto, a sua edificação é bem anterior, remontando aos anos de 1754-1755. Nesta época, um poderoso comerciante de Braga, João Duarte de Faria, deverá ter encomendado a traça do solar a André Soares, o arquitecto (que desenvolveu actividade noutras áreas, como a talha) oriundo de Braga, que foi um dos expoentes máximos do desenvolvimento da cidade dos Cardeais, no decorrer da segunda metade do século XVIII. Ao reformular um estilo já introduzido no Porto por Nasoni, Soares baseou-se na interpretação de gravuras franco-alemãs, construindo "(...) umas das expressões mais distintas e poderosas do rococó europeu" (SMITH, 1973, p. 496). A sua obra caracteriza-se pela monumentalidade, pela plasticidade das formas, e pelo emprego de uma gramática decorativa naturalista, muito característica, de concheados, jarros, grinaldas e festões (SMITH, 1968, p. 305) (que denuncia a influência das gravuras de Augsburgo ou do francês Meissonier, entre outros). No contexto da arte portuguesa, André Soares enquadra-se entre o final do barroco e o início do rococó, situação que se reflecte nas suas arquitecturas, onde a estrutura é barroca mas a decoração rococó (PEREIRA, 1989, p. 456). Assim, e embora não subsista documentação relativa a esta obra, parece consensual a sua atribuição a André Soares. Este, havia trabalhado anteriormente no Santuário do Bom Jesus e na igreja de Santa Maria Madalena da Falperra, sendo que a Casa do Raio pode ser entendida enquanto prolongamento do "carácter festivo da Falperra" (SMITH, 1973, p. 502). Considerada como uma das mais importantes obras deste artista, a Casa do Raio apresenta uma fachada profusamente decorada, em que a simetria geral contrasta com as assimetrias introduzidas pelos frontões das janelas (FERNANDES, 1989, p. 456). Neste alçado, assume particular relevância a secção central, à semelhança do modelo utilizado quer na igreja da Falperra, quer na Câmara Municipal, ambas coevas do Palácio do Raio. A janela que se sobrepõe ao portal liga-se a um frontão curvo, que lembra o da igreja de Santa Maria Madalena, mas aqui a decoração é projectada, destacando-se fortemente da restante fachada (SMITH, 1973, p. 503). Os azulejos que a revestem foram uma incorporação já do século XIX. Vítor Serrão refere, ainda, que é através do "sensual e poderoso sentido de des-construção das aberturas que "quase anuncia a arte de um Gaudí "(WOHL, 1993) , que o edifício se impõe em novidade e aparato, numa pujança sensual de ritmações rocaille que se prolonga à bem lançada escadaria nobre, ornada pelo singular turco como exótica figura de convite" (SERRÃO, 2003, p. 272). No interior, destaca-se a referida escadaria, com três arcos e a escultura do turco, obra comparável às quatro estátuas da esplanada da igreja do Bom Jesus, cuja concepção Smith atribuí a André Soares, e a execução aos pedreiros José e António de Sousa (SMITH, 1973, p. 505). No patamar, os azulejos que retratam cenas galantes devem ter sido executados por Bartolomeu Antunes, sendo curioso verificar as diferentes interpretações do rocaille - uma mais tradicionalista, oriunda de uma oficina de Lisboa e outra em que predomina a agitação característica do norte do país, nomeadamente de Braga (SMITH, 1973, p. 504). RC | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 14 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 7 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"O barroco do século XVIII", História da Arte Portuguesa, vol.3 | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1995 | Lisboa | pp. 51-181. |
História da Arte em Portugal, vol. 9 | BORGES, Nelson Correia | Edição | 1986 | Lisboa | |
"Três artistas de Braga (1735-1775)", Bracara Augusta (Actas do Congresso a Arte em Portugal no século XVIII) | SMITH, Robert C. | Edição | 1973 | Braga | Tomo II |
O Barroco | SERRÃO, Vítor | Edição | 2003 | Lisboa | |
André Soares, arquitecto do Minho | SMITH, Robert C. | Edição | 1973 | Lisboa | |
"A Casa da Câmara de Braga (1753-1756)", Bracara Augusta | SMITH, Robert C. | Edição | 1968 | Braga | vol. XXII, Janeiro-Dezembro de 1968, n.º 51-54 (63-66). pp. 283-320 |
"SOARES, André", Dicionário da Arte Barroca em Portugal | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1989 | Lisboa |
Palácio do Raio - Fachada principal (Rua do Raio)
Palácio do Raio - Fachada principal: corpo central
Palácio do Raio - Planta com a delimitação e a alteração da ZEP homologada pelo MC (só em vigor após publicaçãqo no DR)
Palácio do Raio - Fachada principal (1982)
Palácio do Raio - Fachada principal: portal
Palácio do Raio - Registo superior do portal
Palácio do Raio - Fachada principal (DGEMN)
Palácio do Raio - Interior: escadaria (DGEMN)
Palácio do Raio - Fachada principal: varanda central sobre o portal (DGEMN)
Palácio do Raio - Fachadas lateral esquerda e principal
Palácio do Raio - Fachada principal: corpo central (janelão e frontão curvo)
Palácio do Raio - Fachadas posterior e lateral esquerda (vista geral)
Palácio do Raio - Fachada principal: corpo central (portal e janelão de aparato)
Palácio do Raio - Fachada principal
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