Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Misericórdia do Porto
Designação
DesignaçãoIgreja da Misericórdia do Porto
Outras Designações / PesquisasEdifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia do Porto (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua das FloresPorto Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.143578-8.614701
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaPor desejo expresso de D. Manuel, a Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia nasceu na cidade do Porto em 1502, tendo sido instituída na capela de Santiago no claustro velho da Sé. Mais tarde, em meados do século, a Confraria inicia o processo de construção de uma igreja própria, na Rua das Flores. No entanto, esta só ficaria totalmente concluída em Janeiro de 1590, data em que o mestre pedreiro Manuel Luís deu por terminada a construção da capela-mor, cujo risco havia sido da sua responsabilidade. O esquema de abóbada seguido pelo arquitecto neste espaço filia-se, embora com dimensões bem mais reduzidas, no esquema que deu origem à capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos, realizada por João de Ruão entre 1565 e 1572.
Cerca de quarenta anos foi o período que demorou a construção da nova igreja. Verificaram-se algumas demoras e é provável que a falta de verbas tenha contribuído para tal, sendo que a capela-mor só foi concluída graças à herança deixada por D. Lopo de Almeida, figura de grande significado no contexto assistencial portuense.
No entanto, a qualidade da construção e os consequentes problemas estruturais ditaram uma profunda intervenção de remodelação e restauro, já no decorrer do século XVIII. Para tal, a Misericórdia consultou diversos técnicos, entre os quais Nicolau Nasoni, que acabaria por conceber a fachada e o arco que sustenta o coro, intervindo ainda, muito possivelmente, na planta da igreja, que se pensa ter sido desenhada pelo Engenheiro Manuel Álvares Martins, responsável geral da obra. Do edifício original conservou-se apenas a capela-mor.
Da fachada de Nasoni resulta um notável exercício de cenografia, que tira partido da topografia sinuosa das ruas envolventes, por forma a maximizar o efeito e a importância da fachada, e aproveita os valores de claro-escuro jogando com a luminosidade portuense que tão bem soube compreender (REAL, 1993, p. 53).
Trata-se de uma fachada simples, cujo esquema de dois andares se aproxima daquele que foi empregue por si próprio na igreja dos Clérigos, mas que, embora mantendo um vocabulário barroco deixa antever, nas "linhas finas e sinuosas", a influência do rococó (SMITH, Robert, 1967; ALVES, 1989, p. 309).
Do interior, de gosto neoclássico datado do século XIX, destaca-se o guarda vento de talha rococó. O retábulo original, pintado por Diogo Teixeira no final do século XVI, desapareceu, restando apenas três tábuas - Anunciação, Visitação da Virgem e Natividade. Executado com as verbas testamenteiras de D. Lopo de Almeida, este retábulo segue, na tábua da Adoração, o modelo do retábulo de Torres Novas do mesmo autor, mantendo as figuras alteadas e a beleza idealizada características da obra de Diogo Teixeira. Destaque ainda para a conhecida pintura Fons Vitae oferecida por D. Manuel à Misericórdia, que, embora de autor desconhecido, não deixa de apontar claramente para a sua filiação na pintura norte-europeia de quinhentos.
Rosário Carvalho
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCasa dos Ferrazes Bravos
Outra ClassificaçãoCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do PilarZona histórica do Porto
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Nicolau Nasoni, arquitecto do PortoSMITH, Robert C.Edição1966
Guia histórico e artistico do PortoPASSOS, Carlos deEdição1935
Inventário Artístico de Portugal: Cidade do PortoQUARESMA, Maria Clementina de CarvalhoEdição1995Lisboa
"Nasoni, Nicolau", Dicionário de Arte Barroca em PortugalALVES, Joaquim Jaime FerreiraEdição1989
"Porto, cidade do", Dicionário da Arte Barroca em PortugalALVES, Joaquim Jaime FerreiraEdição1989
"Principais imóveis de interesse patrimonial no Centro Histórico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.102-183OLIVEIRA, Amélia Vieira deEdição1993Porto
"Principais imóveis de interesse patrimonial no Centro Histórico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.102-183BRAGA, Maria Helena GilEdição1993Porto
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A Arquitectura do Ciclo FilipinoSOROMENHO, MiguelEdição2009Vila Nova de Gaia
Retábulos das Misericórdias PortuguesasLAMEIRA, FranciscoEdição2009Faro
"Elementos sobre o valor histórico e patrimonial da área proposta", Porto a Património MundialObra

IMAGENS

Igreja da Misericórdia do Porto - Enquadramento geral de sul

Igreja da Misericórdia do Porto - Fachada principal

Igreja da Misericórdia do Porto - Fachada principal: registo inferior

Igreja da Misericórdia do Porto - Fachada principal: registo superior

Igreja da Misericórdia do Porto - Enquadramento geral de norte

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt