Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estação eneolítica de Leceia
Designação
DesignaçãoEstação eneolítica de Leceia
Outras Designações / PesquisasEstação eneolítica de Liceia (designação do diploma de classificação) / Povoado calcolítico de Leceia / Estação Eneolítica de Leceia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Estação Arqueológica
TipologiaEstação Arqueológica
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Oeiras/Barcarena
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Vale da Ribeira de BarcarenaLeceia Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.72815-9.281577
DistritoLisboa
ConcelhoOeiras
FreguesiaBarcarena
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45 327, DG, I Série, n.º 251, de 25-10-1963 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 9-04-1963
Parecer de 27-03-1963 da 2.ª Subsecção da 6.ª Secção da JNE a propor a continuação do processo de classificação
Despacho de homologação de 22-01-1960
Parecer de 9-12-1959 da 2.ª Subsecção da 6.ª Secção da JNE a propor a classificação como IIP
ZEPPortaria n.º 470/86, DR, I Série, n.º 196, de 27-08-1986 (sem restrições) (ver Portaria)
Edital N.º 176/85 de 26-11-1985 da CM de Oeiras
Despacho de homologação de 21-10-1985 do Ministro da Cultura
Despacho de concordância do vice-presidente do IPPAR
Parecer favorável de 14-10-1985 do Conselho Consultivo do IPPC
Novos limites apresentados pelo coordenador do projecto de investigação
Despacho de homologação de 23-09-1985 do Ministro da Cultura
Despacho de homologação de 15-09-2015 do presidente do IPPC
Parecer favorável de 9-09-1985 do Conselho Consultivo do IPPC, mas com a revisão dos limites em função da morfologia do terreno, de modo a ser facilmente identificável
Proposta de alteração de 29-05-1985 do coordenador do projecto de investigação
Proposta de 12-09-1984 do coordenador do projecto de investigação
Proposta de 8-10-1980 da DGPC
Despacho de homologação de 15-11-1968 do Subsecretário de Estado da Administração Escolar
Parecer de 11-08-1968 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor que seja estabelecida uma ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
O Povoado Pré-Histórico de Leceia possuiu uma boa capacidade defensiva, encontrando-se implantado numa plataforma escarpada sobre o vale de Barcarena, de onde domina visualmente a entrada do rio Tejo.
O complexo defensivo é composto por três filas de muralhas de planta curvilínea, todas elas munidas de entradas articuladas entre si por caminhos sinuosos. Ao todo esta zona amuralhada abrangeria uma área de cerca de 11 000m2. Adossados ao pano de muralha exterior encontram-se bastiões de planta semicircular, ocos ou maciços, que defendiam as três entradas. Apesar da sua longa ocupação o povoado não parece ter sofrido grandes alterações o que poderá denunciar a existência de um plano concebido previamente. No entanto, ao longo dos séculos, foram sendo efetuadas campanhas de melhoramento da área defensiva.
O material de construção que foi utilizado é proveniente da região, consistindo em blocos de calcário que podem atingir cerca de duas toneladas sobretudo na fase inicial de implantação, seguindo-se depois blocos de dimensões mais reduzidas nas fases seguintes. Refira-se, ainda, a utilização de argamassa com base nas margas da região.
O local foi ocupado desde Neolítico Final até ao Calcolítico Pleno, correspondendo a primeira fase ao Neolítico Final (último quartel do IV milénio a. C. até aos inícios do III Milénio a. C.), com o estabelecimento de um povoado aberto, sem construções defensivas, Desta época foram identificadas cabanas circulares com sólidas fundações. A segunda fase, já do período Calcolítico, coincide com a construção muito rápida das três linhas defensivas reforçadas por bastiões junto às entradas. A terceira fase corresponde ao reforço das estruturas defensivas e ao estreitamento das três entradas (Calcolítico Inicial-Calcolítico Pleno). A quarta fase relaciona-se com um período de adensamento da ocupação do espaço com novo tipo de construções habitacionais de planta elipsoidal, bem como um novo reforço das muralhas (final do Calcolítico Pleno). A quinta e última fase corresponde ao período de declínio com o desmantelamento de algumas estruturas habitacionais e a destruição de setores das muralhas (Calcolítico Final).
Relativamente ao espólio destacam-se as pontas de seta, lâminas de foice e raspadores em sílex, bem como outros artefactos ligados às principais atividades dos habitantes como mós, machados, enxós, escopros, percutores, pesos de tear e anzóis em cobre. A produção de objetos em osso encontra-se também bem representada, sendo de destacar as espátulas e os elementos de adorno como alfinetes e contas de colar. Foi também exumado um significativo número de recipientes cerâmicos, com especial destaque para os exemplares campaniformes com diferentes decorações como a folha de acácia. Como testemunho da importante atividade metalúrgica existente no povoado foram encontrados lingotes de cobre, um machado do mesmo metal bem como diversas escórias. O espólio encontra-se depositado no Museu Nacional de Arqueologia e no Museu Geológico do LNEG.

História
A O Povoado de Leceia foi identificado em 1878 pelo geólogo Carlos Ribeiro e, apesar de ter sido alvo de diferentes prospeções entre os anos 20 e anos 50 do séc. XX, é apenas em 1983 que se inicia um plano de escavações científicas na sequência de diferentes ameaças à integridade do sítio, nomeadamente a pressão urbanística que se começava a fazer sentir. Assim, entre 1983 e 2003 o sítio é alvo de escavações arqueológicas anuais, tendo sido colocadas a descoberto várias estruturas do povoado e identificadas as respetivas fases de ocupação, para além do estudo de grande parte do espólio aqui encontrado.
Em 2003 inicia-se o projeto de musealização do povoado, tendo sido criado, para tal, um circuito de visita constituído por passadiços de madeira.

Ana Teresa Henriques e Maria Ramalho/DGPC/2018.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias15

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Homem pre-historico no concelho de Oeiras. Estudos de Antropologia Fisica.AGUIAR, D.EdiçãoPublicado a 1991
Flauta, chamariz ou negaca de caca de osso encontrada no castro de Leceia (Barcarena)CARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1975
O Homem pre-historico no concelho de Oeiras. Estudos de Antropologia Fisica.CARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1991
Carta Arqueologica do Concelho de OeirasCARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1993
Noticia da estação humana de Leceia, por Carlos Ribeiro, 1878. Notas e comentarios a edição original.CARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1991
Carta Arqueologica do Concelho de OeirasCARDOSO, GuilhermeEdiçãoPublicado a 1993
Estação Eneolitica de Leceia (Barcarena)FONTES, JoaquimEdiçãoPublicado a 1955
A reconstrução de grandes estruturas em povoados calcoliticos. O exemplo de Leceia (Oeiras)CARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1991
O Homem pre-historico no concelho de Oeiras. Estudos de Antropologia Fisica.CUNHA, Armando SantinhoEdiçãoPublicado a 1991
Oeiras ha 5 000 anos. Monografia de LeceiaSILVA, Carlos Manuel Lindo Tavares daEdiçãoPublicado a 1987
Oeiras ha 5 000 anos. Monografia de LeceiaCARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1987
Oeiras ha 5 000 anos. Monografia de LeceiaSOARES, Maria Joaquina CoelhoEdiçãoPublicado a 1987
Flauta, chamariz ou negaca de caca de osso encontrada no castro de Leceia (Barcarena)FERREIRA, Octávio da VeigaEdiçãoPublicado a 1975
Estudos pre-históricos em Portugal. Noticia de algumas estações e monumentos pre-historicos. Noticia da estação de Leceia.RIBEIRO, CarlosEdiçãoPublicado a 1878
Leceia 1983-1993. Escavações Arqueologicas de Oeiras.CARDOSO, JoãoEdiçãoPublicado a 1994
Leceia. Resultados das escavações realizadas (1983-1988)CARDOSO, JoãoEdição
"Cronologia absoluta para o Campaniforme da Estremadura e do Sudoeste de Portugal", O Arqueólogo PortuguêsCARDOSO, JoãoEdição1992Lisboa4ª série: 8-10, p. 203-228
"Cronologia absoluta para o Campaniforme da Estremadura e do Sudoeste de Portugal", O Arqueólogo PortuguêsSOARES, António Manuel MongeEdição1992Lisboa4ª série: 8-10, p. 203-228
"O povoado Calcolítico de Leceia (Oeiras) - 1ª e 2ª Campanhas de escavação (1982 e 1983)", CLIO/ArqueologiaCARDOSO, JoãoEdição
"Do Paleolítico ao Romano. Investigações arqueológicas na área de Lisboa. Os últimos 10 anos: 1984-1993 ", Al-madanCARDOSO, JoãoEdição1994Almada2.ª Série, n.º 3, pp. 59-74.
O povoado pre-historico de Leceia. Nota previa sobre a colecção de Alvaro de BreeColecção
Estação Eneolitica de Leceia (Barcarena)Colecção

IMAGENS

Estação Eneolítica de Leceia - Vista geral, 2006.

Estação Eneolítica de Leceia - Vista geral, 2006.

Estação Eneolítica de Leceia - Passadiço em 2006.

Estação Eneolítica de Leceia - Portaria n.º 470/86, DR, I Série, n.º 196, de 27-08-1986 - Texto e planta do diploma

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