Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Torres Vedras
Designação
DesignaçãoCastelo de Torres Vedras
Outras Designações / PesquisasCastelo de Torres Vedras / Castelo e cerca urbana de Torres Vedras (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Torres Vedras/Santa Maria, São Pedro e Matacães
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Coronel Morais SarmentoTorres Vedras Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.094786-9.261191
DistritoLisboa
ConcelhoTorres Vedras
FreguesiaSanta Maria, São Pedro e Matacães
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 41 191, DG, I Série, n.º 162, de 18-07-1957 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736627
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaApesar de ter sido já intervencionado arqueologicamente, em pelo menos seis ocasiões, não foi ainda possível esclarecer coerentemente as fases de ocupação do sítio onde se implanta o castelo, em particular as mais recuadas. Sabemos que, quer os romanos, quer os muçulmanos, deixaram a sua marca no local, mas os vestígios até agora identificados não permitem uma interpretação funcional do sítio, nem uma leitura dos fenómenos de transição e de sobreposição. Equaciona-se a existência de um reduto urbano islâmico em associação com um primitivo castelo, de que fariam parte algumas habitações e provavelmente uma mesquita, mas estas suposições aguardam, ainda, um detalhado estudo arqueológico do interior do pátio muralhado.
Só com a conquista portuguesa desta parcela de território temos dados mais concretos acerca da evolução do castelo. Em 1149, um ano após a conquista por D. Afonso Henriques, o monarca doou a povoação a D. Fuas Roupinho. É a este importante nobre que se atribui uma primeira construção (ou reformulação) da fortaleza, embora o essencial da construção que chegou até nós date já do reinado de D. Dinis. É muito provável que o pequeno castelejo que coroa a acrópole corresponda à edificação do século XII. A sua planta rectangular irregular, adaptada às curvas de nível do terreno, e o seu precoce sistema de defesa, com apenas um torreão semicircular de construção claramente posterior, admite essa interpretação preliminar, embora também este espaço esteja muito adulterado pelas posteriores funções de Paço dos Alcaides, que desempenhou nos séculos seguintes.
No final do século XIII, por volta de 1288, D. Dinis ordenou a ampliação do conjunto militar, iniciativa que deve ter estado na origem da configuração oval, plenamente gótica, do circuito muralhado. A porta principal, em arco quebrado, deve também ter sido reformulada nesta época, uma vez que é protegida por uma grande torre quadrangular, saliente da muralha, que recorda parcialmente as composições harmónicas das entradas monumentais de alguns castelos edificados ou reformulados nessa época.
A terceira grande fase de obras da fortaleza ocorreu no início do século XVI, durante o reinado de D. Manuel. As obras ter-se-ão iniciado em 1516 e prolongaram-se, pelo menos, até ao final dessa década. Sobre a porta principal, colocaram-se os elementos identificadores do reinado: o escudo real ladeado por duas esferas armilares encimadas pela cruz da Ordem de Cristo, a quem o castelo estava afecto. No castelejo, já transformado em paço dos alcaides, construiu-se a torre semi-circular que se adossa pelo lado Sudeste, construção atípica, de apenas dois andares e que tem a particularidade de conter, no seu interior, uma sala abobadada de dois tramos. Este torreão, verdadeira marca da campanha manuelina, tinha ligação com um outro, situado a Ocidente, através de um pano de muralha de que ainda restam ténues vestígios, facto que comprova a maior abrangência e monumentalidade das obras empreendidas no tempo de D. Manuel.
Um século depois, e apesar da relevância estratégica deste conjunto militar, a estrutura encontrava-se em muito mau estado de conservação. No auto de posse do alcaide D. João Soares de Alarcão, em 1604, noticia-se que as muralhas apresentam graves lacunas e que a barbacã está praticamente desmantelada. Desconhecemos se tiveram lugar obras de reparação e, em 1755, aquando do Terramoto de Lisboa, o que restava do paço ruiu, bem como alguns panos de muralha, o que pressupõe um adiantado estado de abandono destas estruturas. Completamente em ruínas no final do século XVIII, o castelo desempenhou ainda papel importante durante as Invasões Francesas, pela sua localização junto às Linhas de Torres. A porta principal foi demolida e novos e modernos baluartes foram construídos. No entanto, em 1846, o paiol que se encontrava no seu interior explodiu, o que levou ao abandono definitivo da fortaleza e, no último meio século, à ruína quase integral da estrutura.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres VedrasTrechos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo
Outra Classificação1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres VedrasTrechos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo
Nº de Imagens17
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A Obra Silvestre e a Esfera do ReiPEREIRA, PauloEdição1990Coimbra
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
"Uma inscrição inédita no castelo de Torres Vedras", Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, vol. 55, pp.113-117SOUSA, J. M. Cordeiro deEdição1937Lisboa
Torres Vedras antiga e modernaVIEIRA, JúlioEdição1926Torres Vedras
"O castelo de Torres Vedras", O Torreense, nºs. 52 e 53REGO, José de FigueiroaEdição1947Torres Vedras
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Torres Vedras : passado e presenteRODRIGUES, Cecília TravancaEdição1996Torres Vedras
"As Linhas de Torres Vedras - as três primeiras linhas e fortificações ao sul do Tejo", Cadernos do Museu, nº 2NORRIS, A. H.Edição2001Torres Vedras
"As Linhas de Torres Vedras - as três primeiras linhas e fortificações ao sul do Tejo", Cadernos do Museu, nº 2BREMNER, R. W.Edição2001Torres Vedras
Descrição histórica e económica da vila e termo de Torres VedrasTORRES, Manuel Agostinho MadeiraEdição1861Coimbra

IMAGENS

Castelo de Torres Vedras - Vista geral

Castelo de Torres Vedras - Vista geral

Castelo de Torres Vedras - Vista geral

Castelo de Torres Vedras - Porta da barbacã (acesso ao recinto interior)

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: vestígios do palácio dos Alcaides

Castelo de Torres Vedras - Fresta

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: porta do palácio dos Alcaides

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: barbacã da porta principal

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: vestígios do palácio dos Alcaides

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: acesso de entrada

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: vestígios do palácio dos Alcaides

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: barbacã da porta principal

Castelo de Torres Vedras - Muralha exterior: seteiras

Castelo de Torres Vedras - Porta da barbacã: pedra de armas e esferas armilares sobre o portal

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: vestígios do palácio dos Alcaides

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: vestígios do palácio dos Alcaides

Castelo de Torres Vedras - Interior do recinto: vestígios do palácio dos Alcaides

MAPA

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