Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Torre da Atalaia
Designação
DesignaçãoTorre da Atalaia
Outras Designações / PesquisasTorre de Atalaia / Torre da Atalaia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Torre
TipologiaTorre
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Vimioso/Vimioso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Vimioso Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.587296-6.522961
DistritoBragança
ConcelhoVimioso
FreguesiaVimioso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSubsistem muitas dúvidas acerca da origem e história desta fortaleza. Durante muito tempo, pensou-se que as primeiras fases de ocupação do local datassem do período proto-histórico, mas tal interpretação alicerçou-se essencialmente numa vaga tradição difundida historiograficamente entre os finais do século XIX e a primeira metade do século XX, e não em efectivos vestígios. Em 1968, o Abade de Baçal contrariou esta perspectiva, ao concluir pela inexistência de qualquer fosso ao redor da fortaleza (um dos argumentos avançados por Pinho Leal e por Rocha Dias - e anacronicamente retomado pelo inventário da DGEMN (DGEMN, on-line, 2001) - para evidenciar a origem proto-histórica do monumento), assim como pela total ausência de vestígios cerâmicos dessa época (ALVES e AMADO, 1968, pp.212-213).
No entanto, se as observações do Abade de Baçal são elucidativas em relação a este aspecto, a verdade é que não se revelam mais objectivas quanto à fundação do reduto militar. As "covas espaçadas", identificadas como vestígios do tal fosso, aparecem em outras fortalezas brigantinas, em particular em redor de Bragança (IDEM, p.213), que é comprovadamente medieval. Por outro lado, o facto de a construção remanescente ter sido edificada com recurso a argamassa sugere uma cronologia mais recente, eventualmente na época moderna. Por uma conjugação de argumentos - nenhum dos quais efectivamente fundado numa análise arqueológica do monumento - é de presumir que esta simples atalaia tenha sido um secundário "ponto de observação sobre os lados do natural inimigo lionês (...) pertencendo ao sistema defensivo externo de Vimioso, embora pudesse ter servido de castelo roqueiro medievo" (IDEM).
Tendo em conta as tentativas de D. Sancho I para assegurar uma efectiva autoridade régia na região, não espantaria que as origens desta torre-atalaia se encontrassem nesse final de século XII, altura em que o leste transmontano foi alvo de alguma atenção, nomeadamente com a construção do castelo de Algoso e a instalação dos Templários em Mogadouro e Penas Róias. Esta, todavia, é apenas uma hipótese de trabalho e será necessário esperar pelo desenvolvimento de um coerente projecto de estudo arqueológico para que possamos encará-la com maior objectividade. De resto, a extrema proximidade para com o castelo de Vimioso, sugere mais uma construção na dependência desta fortaleza, que é seguramente posterior ao período românico.
O conjunto encontra-se largamente destruído, mas possui ainda alguns vestígios importantes. De planta circular regular, cujo diâmetro ronda os oito metros, inscreve-se numa tipologia que está decididamente mais próxima das atalaias, que dos castelos baixo-medievais. Na face Sul, apresenta ainda uma altura de aproximadamente doze metros. O aparelho é outro dos aspectos que merece um estudo mais atento. Disposto em fiadas horizontais de grande heterogeneidade, caracteriza-se pelo recurso a pedra miúda bastante irregular, intercalada com placas de xisto que ajudam a regularizar as fiadas. É, por isso, substancialmente diferente dos típicos aparelhos construtivos baixo-medievais, que privilegiavam a racionalidade construtiva de silhares bem aparelhados.
Em 1982, a DGEMN procedeu a algumas obras pontuais de reparação e consolidação, que adulteraram parcialmente o monumento. Assim, alteou-se ligeiramente o coroamento da torre, para lhe conferir maior monumentalidade, e regularizou-se o pavimento interior, que passou a poder visitar-se em condições mínimas de fruição. Paralelamente, procedeu-se a arranjos exteriores de pouca relevância.
Na actualidade, a atalaia conserva-se como um marco notável do passado militar do Vimioso, e aguarda ainda a realização de um objectivo projecto de estudo e de valorização, eventualmente relacionado com a própria revitalização do castelo da sede de concelho.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Vimioso. Notas monográficasALVES, Francisco ManuelEdição1968Coimbra
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed.ALVES, Francisco ManuelEdição2000BragançaPublicado a 1909-1948
Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental, 6 vols., Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade do MinhoLEMOS, Francisco SandeEdição1993Braga6 Vols.
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa deEdição1990Lisboa
O Leste do Território BracarenseNETO, Joaquim MariaEdição1975Torres Vedrasp. 363
Noticias Archeologicas extrahidas do «Portugal Antigo e Moderno» de Pinho Leal, com algumas notas e indicações bibliographicasDIAS, Eduardo RochaEdição1903LisboaPublicado a 1903
"De Bragança e Vimioso", Guia de Portugal (1924-27), 3ªed., pp.969-982DIONÍSIO, Sant'AnaEdição1995Lisboa
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...FERREIRA, Pedro AugustoEdição1990Lisboa
Vimioso. Notas monográficasAMADO, Adrião MartinsEdição1968Coimbra

IMAGENS

Torre da Atalaia - Vista geral (DGEMN)

Torre da Atalaia - Vista parcial (DGEMN 1951)

MAPA

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