Cronologia | Portaria n.º 975/2006, DR, II Série, n.º 113, de 12-06-2006 (explicitou graficamente a delimitação constante da planta anexa ao diploma anterior, publicando nova planta) (ver Portaria) Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (classificação) (ver Decreto)
|
Nota Histórico-Artistica | Quem percorre as ruas do Porto facilmente distingue os monumentos da cidade. Uns são ex-líbris conhecidos além-fronteiras, outros nem tanto, mas, mesmo assim, são facilmente identificados pelo visitante. Todos eles ajudam a vender turisticamente a imagem do Porto. No entanto, existem algumas "pérolas" da arquitectura, de cuja existência, muitas vezes, nem os próprios portuenses se dão conta. Um património menos monumental, talvez, mas de grande interesse. Todos integram a lista de imóveis em vias de classificação do IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico. São os futuros monumentos da cidade.
É certo que num país com mais de cem anos de classificações são já poucos os casos que despertam a atenção e os grandes monumentos estão já salvaguardados. Até aos anos 40 tentou-se, sobretudo, preservar o que até aos nossos dias chegou do período medieval. As intervenções feitas durante essa época, sobretudo em igrejas, tiveram o objectivo de repor uma imagem o mais fiel possível do original.
Uma intenção de salvaguarda actualmente questionável, uma vez que, em muitos casos, nada sobrou da decoração aplicada nesses espaços, por exemplo, durante o período barroco. Classificados no âmbito do decreto de 16-6-1910 estão, por exemplo, a Sé Catedral, o Paço Episcopal, a Igreja de Cedofeita, Igreja de São Francisco e a Torre dos Clérigos.
A partir dos anos 40 tentou-se preservar imóveis já dos séculos XVIII, XIX e XX ou conjuntos e sítios. A zona histórica Património Mundial é o conjunto classificado mais vasto. Actualmente estão cerca de três dezenas de imóveis ou sítios em lista de espera. E se alguns causam estranheza por não terem ainda sido contemplados, como é o caso do conjunto constituído pelas Igrejas das Carmelitas (considerado um dos melhores exemplos do barroco portuense do século XVIII), outros revelam-se autênticas surpresas. Que dizer da Ourivesaria Cunha ou da Casa Vicent, ambas na Rua 31 de Janeiro?
E alguém já reparou na casa e Quinta de Villar d'Allen que com as congéneres Quintas da Bonjóia e da Revolta e com o Palácio do Freixo são a imagem de marca da zona oriental da cidade? Mas há mais exemplares arquitectónicos completamente anónimos, como a casa de pedra com jardim na Rua das Águas Férreas, em Cedofeita, todo o conjunto arquitectónico da Rua Álvares Cabral e a totalidade da Avenida dos Aliados. Na Foz, a casa denominada manuelina sobressai na Avenida Brasil, o edifício que alberga a Secretaria de Estado da Cultura (também conhecido pela Casa Allen) espreita por entre o frondoso jardim a quem passa na Rua António Cardoso e o Palácio do Conde de Bolhão está em obras e nele funciona a Academia de Artes do Espectáculo. Todos eles serão os futuros monumentos que o Porto, a partir de agora, quer dar a conhecer. |