Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja do Bom Jesus da Cruz
Designação
DesignaçãoIgreja do Bom Jesus da Cruz
Outras Designações / PesquisasIgreja das Cruzes / Igreja do Senhor da Cruz / Igreja do Bom Jesus da Cruz (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Barcelos/Barcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Porta Nova Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.531856-8.619185
DistritoBraga
ConcelhoBarcelos
FreguesiaBarcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 42 007, DG, I Série, n.º 265, de 6-12-1958 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica A igreja do Senhor da Cruz é um dos principais templos da cidade e aquele que levou a uma reformulação integral dos eixos de circulação, dentro do burgo, e dos próprios caminhos que partiam para Norte. A sua construção original remonta aos inícios do século XVI, na sequência de um milagre ocorrido em 1504. Nesse ano, conta a lenda que apareceu uma cruz, "de terra bem negra, no chão barrento do Campo da Feira, numa sexta-feira de Dezembro" (ALMEIDA, 1990, p.21).
A partir deste momento, instituiu-se, em Barcelos, uma das principais devoções do Minho, que chegou até aos nossos dias. Os anos seguintes ao milagre assinalam um enorme crescendo religioso, crença que está na origem de um primitivo cruzeiro aí construído e de uma singela capela. Em boa verdade, a devoção ao Bom Senhor da Cruz é uma das marcas mais importantes do percurso religioso do século XVI, ligado à Devotio Moderna e à influência flamenga do Portugal manuelino. Isto mesmo se testemunha na grandiosa imagem do Senhor da Cruz, actualmente exposta num retábulo barroco do interior, e que data dos inícios do século XVI, sendo uma obra importada do Norte da Europa.
O templo que hoje podemos observar nada tem de quinhentista. A sua construção data do século XVIII e é, seguramente, uma obra de referência da arquitectura barroca nacional. Em 1698, deu-se o início do processo, com o envolvimento do arcebispo de Braga, D. João de Sousa. Três anos depois, o projecto do arquitecto João Antunes ganhava este concurso e dava-se início à construção.
João Antunes foi o mais prestigiado arquitecto nacional ao seu tempo, a ele se ficando a dever a notável obra da igreja de Santa Engrácia, de Lisboa. A sua acção prolongou-se desde as décadas finais do século XVII até 1512, data em que aparece documentado, pela última vez. O seu trabalho no Minho está intimamente relacionado com a arquidiocese, trabalhando primeiro na Casa do Tesouro, da Sé de Braga, obra que lhe terá valido o concurso para o Senhor da Cruz de Barcelos. Nesta altura, Antunes é um arquitecto prestigiadíssimo, no auge da sua carreira.
A sua marca de qualidade está bem patente no projecto que concebeu em Barcelos e de que destacamos três aspectos essenciais. O primeiro relaciona-se com o impacto cenográfico da construção. Beneficiando da localização da antiga capela em relação à vila, junto ao Largo da Porta Nova e ao amplo terreiro da Feira de Barcelos, Antunes pôde desenvolver uma obra desafogada e de enorme carácter cenográfico, tão ao gosto do Barroco.
O segundo aspecto a destacar é o eruditismo do projecto, que aqui se alia a uma certa austeridade decorativa. A planta revela uma opção clara pelo plano centralizado, baseado num cículo com dois prolongamentos rectangulares relacionados entre si e ligando axialmente a capela-mor e a entrada principal. No interior, o espaço central, destinado à oração reservada, é protegido das grandes multidões de peregrinos através de um corredor que corre paralelamente às três entradas. A austeridade decorativa tem real expressão no exterior, na sábia alternância de paredes lisas e curvas e na hierarquia das passagens para o interior, com a porta principal sobrepujada por tímpano curvo e as laterais com tímpano triangular.
Finalmente, o interior do templo foi concebido à maneira barroca, como obra de arte total. João Antunes não foi apenas o arquitecto do projecto arquitectónico. A ele se ficou a dever, também, os espaços para os retábulos, os mármores e os azulejos, processo de enriquecimento que decorreu já na década de 20, mas com grande probabilidade seguindo as orientações de Antunes.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCampo da Feira de Barcelos
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
BarcelosALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1990Lisboa
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa

IMAGENS

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Planta com a delimitação e a ZP actualmente em vigor

Igreja do Bom Jesus da Cruz - vista geral (Largo da Porta Nova)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Vista geral (Largo da Porta Nova)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Vista geral (fachada principal)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Vista geral e envolvente (DGESBA, 1970)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Interior: nave e capela-mor (ANBA)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Interior: capela-mor (ANBA)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Vista geral (DGEMN)

Igreja do Bom Jesus da Cruz - Interior: cúpula com lanternim (DGEMN)

MAPA

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