Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio de Monserrate, com os seus jardins e mata
Designação
DesignaçãoPalácio de Monserrate, com os seus jardins e mata
Outras Designações / PesquisasPalácio de Monserrate, jardins e mata / Palácio de Monserrate (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Parque de Monserrate /Jardins da Quinta de Monserrate / Jardins de Monserrate (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Sintra/Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 375Sintra Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.794125-9.42059
DistritoLisboa
ConcelhoSintra
FreguesiaSintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (ver Decreto)
Edital N.º 594/76 de 11-08-1976 da CM de Sintra
Despacho de homologação de 19-06-1976
Parecer de 21-05-1976 da 4.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 16-06-1976 da DGPC
Proposta de classificação de 11-05-1976 da DGT
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património MundialAbrangido pela "Paisagem Cultural e Natural de Sintra", incluída na Lista de Património Mundial - MN (nº 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro)
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736427
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO local onde presentemente se ergue este palácio teria sido habitado deste tempos muito remotos. Segundo algumas lendas, aí existiu uma ermida dedicada à Virgem, mandada erguer por D. Afonso Henriques após a reconquista de Sintra, junto à antiga e venerada sepultura de um mártir cristão. Caída em ruínas, foi substituída, em 1540, por outra, dedicada a Nossa Senhora de Monserrate, construída pelo administrador do Hospital Real de Todos os Santos, Frei Gaspar Preto, no regresso de uma visita ao santuário catalão da mesma invocação. A construção fez-se em terrenos pertencentes ao Hospital. Sabe-se que em 1601 a propriedade é aforada a um fidalgo da família dos Mello e Castro, que acaba por adquirir também as edificações existentes. Em 1718, o conjunto é já mencionado como "Quinta de Monserrate", e pertence a D. Caetano de Mello e Castro, Vice-rei da Índia. Segue-se o terremoto de 1755, causando a ruína de todo o casario, e o aluguer da propriedade, primeiro a um rendeiro e por fim a Gerard DeVisme, importador na feitoria inglesa de Lisboa. DeVisme constrói um palácio neo-gótico, com projecto de William Elsden, engenheiro inglês então muito solicitado em Portugal, e cuja influência foi determinante na actualização artística do país. O palácio era flanqueado por dois torreões, e rodeado de jardins frondosos, com alamedas de estátuas. No entanto, logo em 1794, e a meio das obras, a propriedade foi subarrendada a outro inglês, William Beckford, homem de grande riqueza e interesses ecléticos. Beckford termina o palácio e inicia as obras do jardins, mas abandona o projecto poucos anos mais tarde. Seguiu-se um longo período, durante o qual a Quinta esteve mais ou menos abandonada, embora tenha tido arrendamentos sucessivos. A casa e os jardins foram-se degradando progressivamente; em 1809, Lord Byron ainda pode cantar a glória de Monserrate, embora apontando já o princípio da sua ruína, mas poucas décadas mais tarde trata-se enfim da degradação total dos edifícios. Entre 1840 e 1852, de acordo com gravuras do local, deu-se a derrocada dos telhados e a retirada das caixilharias. A propriedade foi então cobiçada por vários interessados, entre os quais o próprio D. Fernando II, mas em nenhum caso os negociações tiveram sucesso. Por fim, os proprietários acabam por vender a quinta a Sir Francis Cook, negociante inglês endinheirado e mais tarde nobilitado como Visconde de Monserrate, casado com a filha de um seu conterrâneo estabelecido em Portugal, tendo o negócio ficado concluído em 1863. As obras de reconstrução ficaram a cargo de James Knowles Jr., enquanto o traço e elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill, e a James Burt, mestre jardineiro. O resultado final foi uma obra-prima do paisagismo de influência vitoriana, conseguindo-se um forte efeito cenográfico apoiado no exotismo das plantas sub-tropicais, combinadas com zonas frondosas e relvados "à inglesa", com estátuas, cascatas, lagos, falsas ruínas e recantos encenados, constituindo um verdadeiro micro-clima entre a paisagem privilegiada da serra. Para além dos elementos góticos, o palácio ganhou traços orientalistas, desde o revivalismo mourisco à distante influência mongol, tornando-se evidente o gosto inglês e eclético que presidiu ao projecto, proporcionando-lhe um lugar de destaque entre as obras do Romantismo nacional. Mantém-se a estrutura básica definida por De Viste, com um corpo central ladeado por torres cilíndricas, e encimado por torreão quadrangular, erguendo-se o conjunto sobre um terraço elevado deitando para os jardins, ao qual se acede por vários lanços de escadas. A decoração é constituída por uma série de elementos orientais, como minaretes, lanternins, cúpulas bulbosas, revestimentos de ornamentação vegetalista, geométrica e caligráfica, azulejos e cerâmicas, gessos e embutidos. A família Cook ainda ampliou o parque, mas a partir dos anos 20 a quinta está à venda, até ser adquirida em 1949 pelo Estado.
SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Neomanuelino ou a reinvenção da arquitectura dos Descobrimentos.ANACLETO, ReginaEdição1994Lisboa
Sintra Património da HumanidadeRIBEIRO, José CardimEdição1998Sintra
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIAZEVEDO, Carlos deEdição1975Lisboa
Os Mais Belos Palácios de PortugalGIL, JúlioEdição1992LisboaLisboa Data do Editor : 1992
História da Quinta e Palácio de MonserrateCOSTA, FranciscoEdição1985Sintra
A propósito do Palácio de Monserrate em Sintra - obra inglesa do século XIX - Perspetivas sobre a Historiografia da Arquitetura Gótica. Dissertação de Mestrado em História de Arte, Património e RestauroCOUTINHO, Glória AzevedoEdição2004Lisboa
Palácio de Monserrate - Reabilitação Estrutural dos Torreões e Criação da Telha Cerâmica Romana Monserrate. Dissertação de Mestrado em Engenharia CivilCARVALHO, José Manuel Martins de MeloEdição2009Lisboa
"O Palácio de Monserrate. Conservação e Restauro da Sala de Jantar e Copa". Revista Pedra & Cal, N.º 52., pp. 32-33PEREIRA, CarlaEdição2012Lisboa
"O Palácio de Monserrate: uma "peça de colecção" de Francis Cook". Revista ARTIS [S2], n.º 2, pp. 72-79NETO, Maria João BaptistaEdição2014Lisboa
"O leilão do Palácio de Monserrate em 1946". Os Leilões e o Mercado de Arte em Portugal. Estrutura, História, Tendências, pp. 96-110NETO, Maria João BaptistaEdição2013Lisboa
Monserrate. A Casa Romântica de uma Família InglesaNETO, Maria João BaptistaEdição2015Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIFERRÃO, JulietaEdição1975Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIGUSMÃO, Adriano deEdição1975Lisboa

IMAGENS

Palácio de Monserrate - Enquadramento geral

Palácio de Monserrate - Vista geral

Palácio de Monserrate - Interior: galeria

Palácio de Monserrate - Interior: tecto da sala circular

MAPA

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