Torre de Malheiros, também denominada «Torre das Malheiras» ou «Torre de Refóios» | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Torre de Malheiros, também denominada «Torre das Malheiras» ou «Torre de Refóios» | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Torre de Malheiros / Torre de Malheiras / Torre de Refóios (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Militar / Torre | ||||||||||||
Tipologia | Torre | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Militar | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Viana do Castelo/Ponte de Lima/Refóios do Lima | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viana do Castelo | ||||||||||||
Concelho | Ponte de Lima | ||||||||||||
Freguesia | Refóios do Lima | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 817/99, DR, II Série, n.º 189, de 14-08-1999 (sem restrições) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A torre de Refoios do Lima é um dos melhores (e mais precoces) exemplos conservados de uma tipologia específica de habitação senhorial conhecida por domus fortis . Caracteriza-se por uma torre isolada, "inspirada nas torres de menagem dos castelos", e foi utilizada "sobretudo por pequenas linhagens, em processo de ascensão social", datando os primeiros exemplos ainda do século XII (ALMEIDA e BARROCA, 2002, pp.103-105). Infelizmente, não se conhece ainda suficientemente bem a história desta torre, não tendo sido possível identificar a estirpe que promoveu a sua construção, nem sequer a data mais ou menos específica em que tal empreitada teve lugar. No século XII, D. Afonso Henriques doou as terras de Refoios a Mem Afonso - em 1124 segundo Fr. António Brandão, ou já em 1157, de acordo com José Mattoso (Cf. SILVA, 1995, pp.50 e 71, nota 20). Não se sabe, todavia, se foi a partir desse acto que se edificou a torre, uma vez que as opiniões mais consensuais situam o seu aparecimento só na Baixa Idade Média. Também a lenda que a liga à figura de D. Afonso de Ancemondes, companheiro do Conde D. Henrique e patrocinador do mosteiro de Refoios do Lima, deve ser encarada com grandes reservas, uma vez que não está provada qualquer intervenção deste nobre na sua existência. São muitas as opiniões contrárias acerca da sua cronologia exacta. Durante anos, pensou-se que dataria do final do século XIV, análise defendida por Carlos de Azevedo, que identificou algumas semelhanças com a vizinha Torre da Giela (AZEVEDO, 1969, p.165, a partir de GUERRA, 1925). O facto desta última datar já do século seguinte, na sequência da instituição do viscondado de Cerveira, certamente obrigou a arrastar a cronologia da de Refoios e assim a encontramos catalogada, em 1987, como possível estrutura quatrocentista (ALMEIDA, 1987, p.116). Mais recentemente, as investigações de José Custódio Vieira da Silva levaram a recuar estas propostas, situando-a ainda na primeira metade do século XIII, antes das Inquirições de 1258. As analogias construtivas para com as Torres de Penegate (especialmente o "aparelho pseudo-isódomo e a inexistência de janelas ou balcão com matacães") e de Barbosa (SILVA, 1995, pp.50-51 e 170), colocam a domus fortis de Refoios num estado evolutivo ainda não plenamente gótico, o que contraria a tardia datação proposta pelos anteriores autores. Com efeito, a Torre apresenta uma série de características que podemos considerar "arcaicas". De planta quadrangular, e de relativa baixa altura, é uma estrutura maciça de dois pisos, com acesso por porta única elevada. Esta, de arco apontado composto por largas aduelas, abre-se na fachada Sul e a ela se acede através de escadaria encostada ao alçado, formando um patim quadrangular sem protecções laterais (que deverão ter substituído o primitivo acesso de escada de madeira eventualmente recolhível). Os andares são exteriormente marcados por estreitas frestas, rasgadas axialmente nos panos murários, e o coroamento é feito por ameias quadrangulares. O sistema de aparelho utilizado reforça estas características pré-góticas, ao recorrer a fiadas relativamente irregulares, com silhares não muito bem aparelhados. Não existe, aqui, qualquer sinal de refinamento estético (como as janelas e os balcões) característicos dos séculos da Baixa Idade Média; ao invés, a simplicidade e o aspecto maciço mais facilmente recordam as torres de menagem dos castelos românicos (isoladas no interior de pátios muralhados) que, propriamente, os paços góticos da nobreza fundiária nacional. Na Idade Moderna, eventualmente no século XVII, construíram-se edifícios anexos, mais baixos e de carácter essencialmente agrícola. Recentemente transformados numa pequena unidade de turismo de habitação, estes edifícios mantiveram a torre como principal elemento do conjunto edificado, reforçando, desta forma, a sua importância histórica, mas também a sua relevância cenográfica na vasta área envolvente. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 1 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Paços Medievais Portugueses | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1995 | Lisboa | Tipo : Colecção - Arte e Património |
Alto Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1987 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2002 | Lisboa | |
Solares Portugueses - Introdução ao Estudo da Casa Nobre | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1969 | Lisboa | |
Monografia do concelho de Ponte de Lima | AURORA, Conde de | Edição | 1946 | Porto | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2002 | Lisboa | |
Itinerários de Ponte de Lima | REIS, António Matos | Edição | 1973 | Ponte de Lima | |
"Do gótico ao manuelino no Alto Minho : monumentos civis e militares", Caminiana, nº12 | ALVES, Lourenço | Edição | 1986 | Caminha | |
Inventário Artístico da Região Norte - III (Concelho de Ponte de Lima) | Edição | 1974 | Porto | série «Estudos Regionais» - n.º 10 |
Portaria n.º 817/99, DR, II Série, n.º 189, de 14-08-1999 - Texto e planta do diploma