Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Santuário do Senhor Jesus da Piedade
Designação
DesignaçãoSantuário do Senhor Jesus da Piedade
Outras Designações / PesquisasSantuário do Senhor Jesus da Piedade / Igreja do Senhor Jesus da Piedade (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Elvas/Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida da PiedadeElvas Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.872565-7.178859
DistritoPortalegre
ConcelhoElvas
FreguesiaAssunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 506/2020, DR, 2.ª série, n.º 156, de 12-08-2020 (ampliou a classificação, passando a envolver a envolvente próxima, e a alterou a designação para Santuário do Senhor Jesus da Piedade) (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 6-05-2019 da diretora-geral da DGPC
Anúncio n.º 174/2018, DR, 2.ª série, n.º 197, de 12-10-2018 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 16-05-2018 da diretora-geral da DGPC
Parecer favorável de 21-03-2018 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 24-11-2017 da DRC do Alentejo para o alragamento e redenominação da classificação
Anúncio n.º 145/2017, DR, 2.ª série, n.º 159, de 18-08-2017 (ver Anúncio)
Despacho de 19-04-2017 da diretora-geral da DGPC a determinar a abertura do procedimento de alargamento e redenominação da classificação
Proposta de 19-07-2016 da DRC do Alentejo para alargamento da classificação ao santuário (abrangendo a igreja, a escadaria, o Jardim da Fonte da Fé e o recinto delimitado pelo antigo muro do santuário), não incluindo o coreto, o lago e edificações anexas, podendo estes ser classificados pela autarquia, e redenominação para Santuário do Senhor Jesus da Piedade
Portaria n.º 615/2014, DR, 2.ª série, n.º 142, de 25-07-2014 (classificou como MIP a Igreja do Senhor Jesus da Piedade) (ver Portaria)Despacho de homologação de 4-07-1991 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer favorável de 14-03-1991 do Conselho Consultivo do IPPC
Proposta de 19-10-1990 da DR de Évora do IPPAR para a classificação como IIP
Proposta de 17-08-1989 do IPPC para a classificação do Santuário do Senhor Jesus da Piedade
ZEPProcesso remetido em 16-10-2020 à DRC do Alentejo para reanálise da proposta
Despacho de 28-05-2014 do diretor-geral da DGPC, sob proposta dos serviços, para reanálise da ZEP
Anúncio n.º 67/2013, DR, 2.ª série, n.º 33, de 15-02-2013 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 3-03-2009 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de 4-08-2008 da DRC do Alentejo
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNo contexto da arquitectura portuguesa de Setecentos, marcada por um forte eclectismo resultante de diferentes confluências de inspiração nacional e internacional, a igreja do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas, constitui um dos mais significativos exemplos das experiências barrocas do reinado de D. João V. Todavia, ao contrário do que acontece noutros templos alentejanos, também eles inscritos no ciclo de influência de Mafra (SERRÃO, 2003, p. 188), o modelo do Senhor Jesus da Piedade parece não derivar do grande monumento joanino, mas sim da convergência entre a tradição nacional e o barroco da Europa Central, como veremos mais à frente (GOMES, 1988, p. 31).
Edificada em 1753, a igreja veio substituir uma pequena capela, que havia sido construída poucos anos antes, em 1737. É possível que a exiguidade do primeiro espaço tivesse levado à sua ampliação, pois a romaria a este templo (de 20 a 23 de Setembro) era considerada uma das mais concorridas da região (KEIL, 1943, p. 69). O adro que lhe fica fronteiro, com a sua escadaria, corrobora esta ideia, uma vez que estes terreiros, de alguma amplitude, tinham como principal função receber os crentes, substituindo assim os longos escadórios dos santuários do Norte do país (BORGES, 1999). Nos muros, o revestimento azulejar polícromo data já da segunda metade do final do século XVIII.
A igreja desenvolve-se em planta longitudinal, de nave única. A fachada é marcada por torres, coroadas por cúpulas bolbosas, implantadas obliquamente em relação ao alçado, formando um losango, o que constitui uma solução quase única no nosso país (ver igreja da Senhora da Graça da Atouguia da Baleia), embora comum na Europa Germânica e no Brasil (GOMES, 1988, p. 31; ATAÍDE, 1992). Estas, formando com o corpo central uma espécie de contracurva ou harmónio, têm o poder de conferir à fachada uma forte unidade. Contudo, as duas correntes a que nos referimos inicialmente encontram-se aqui bem presentes. Seguindo, novamente, a leitura de Paulo Varela Gomes (IDEM, p. 32), percebemos como as cúpulas e o frontão são elementos barrocos, enquanto a linearidade dos restantes elementos (portal com frontão curvo, janelão recto...), com as pilastras a evidenciar a depuração do alçado, estão mais próximos da arquitectura de tradição nacional. Por sua vez, a influência da Europa Central faz-se sentir na ambiguidade ou não funcionalidade específica de determinados elementos, como é o caso do frontão.
No interior, a nave é revestida por mármores de diferentes tonalidades. Tem dois altares laterais, de mármores polícromos, com telas pintadas por Cyrillo Wolkmar Machado, representando Nossa Senhora da Graça e o Arrependimento de S. Pedro (KEIL, 1943, p. 69). Dois púlpitos também de mármore, exibem motivos dourados, e o coro assenta em arco abatido. A ligação entre o corpo da nave a capela-mor é feita através de um corpo com os cantos cortados, que forma um octógono, numa solução também original. Na capela-mor, o retábulo foi executado no mesmo material que os restantes altares, encontrando-se, no pavimento, uma lápide sepulcral onde se refere que Roperto Manoel Marques e Vas.os, cavaleiro de sua majestade e padroeiro da igreja, mandou fazer da capela-mor jazigo para si e seus descendentes, no ano de 1779.
Desconhecemos o autor de tão interessante risco, embora recentemente, Vítor Serrão tenha apontado, com bastantes reservas, o nome de José Francisco de Abreu, arquitecto alentejano ainda pouco conhecido mas com obra comprovada em Elvas e Vila Viçosa (SERRÃO, 2003, p. 188).
Uma última referência para a sacristia, com tecto pintado, portas com almofadas entalhadas e douradas, e revestimento azulejar polícromo.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e as suas Fortificações
Outra Classificação
Nº de Imagens18
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa
"O período rococó - arquitectura", História da Arte em Portugal, vol. 9, pp. 93-121BORGES, Nelson CorreiaEdição1993Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
A cultura arquitectónica e artística em Portugal no séc. XVIIIGOMES, Paulo VarelaEdição1988Lisboa

IMAGENS

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Planta com a delimitação e a ZEP propostas pela DRCA e o CC (em reanálise)

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Planta com a delimitação da Igreja classifica e a ZGP que esteve em vigor (a classificação foi ampliada em 2020)

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Fachada lateral

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Torres sineiras

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Fachada lateral direita

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Pormenor na fachada posterior

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Vista geral da fachada principal

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Enquadramento geral

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Planta anexa à portaria de classificação, com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor - a classificação foi ampliada em 2020

Santuário do Senhor Jesus da Piedade - Planta com a delimitação da igreja classificada e respetiva ZGP e da área em vias de classificação e respetiva ZGP - a ampliação foi publicada em 2020

Santuário do Senhor Jesus da Piedade - Planta anexa à portaria de ampliação e redenominação da classificação como MIP, com a delimitação do bem classificado e a respetiva ZGP em vigor

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Fachada principal [Maria Ramalho 2016]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Zona envolvente: adro com fonte [Maria Ramalho 2016]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Interior: nave e capela-mor [Maria Ramalho 2016]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Vista geral posterior [Maria Ramalho 2016]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Interior nave e coro-alto [Maria Ramalho 2016]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Fachada principal [Maria Ramalho 2016]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade - Fachada lateral esquerda [Maria Ramalho 2016]

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt