Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela do Espírito Santo
Designação
DesignaçãoCapela do Espírito Santo
Outras Designações / PesquisasCapela do Espírito Santo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Mafra/Igreja Nova e Cheleiros
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Cheleiros Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.889599-9.327285
DistritoLisboa
ConcelhoMafra
FreguesiaIgreja Nova e Cheleiros
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IM - Interesse Municipal
CronologiaA classificação como VC foi convertida para IM nos termos do n.º 2 do art.º 112.º da Lei n.º 107/2001, publicada no DR, I Série-A, N.º 209, de 8-09-2001
Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
A Capela do Espírito Santo, situa-se no núcleo histórico de Cheleiros, junto à Ribeira com o mesmo nome, possuindo um pequeno adro limitado por propriedade privada e pela via pública que passa junto à fachada meridional.
Considera-se que terá sido por volta dos finais do séc. XV, começo do séc. XVI que se inicia a construção do templo, a julgar pelos elementos arquitetónicos manuelinos subsistentes, podendo, no entanto, ser de fundação anterior.
A capela apresenta-se orientada a nascente, ostentando uma planta longitudinal, composta por nave retangular e capela-mor aproximadamente quadrangular, com sacristia anexa localizada a Norte. A fachada, de embasamento direto e delimitada por cunhais em cantaria, é rasgada por portal axial, em ângulo reto, sobrepujado por janelão retangular, ambos com moldura em cantaria e rematada em empena, com beirado e cruz no topo. As coberturas exteriores, em telhado de duas águas, são diferenciadas: uma sobre o corpo da nave e outra, unitária, sobre a cabeceira e sacristia. No alçado Norte surge um corpo anexo. Na continuidade da sacristia e no alçado Sul, rasgado a meio por portal em ângulo reto, vê-se, na extremidade nascente, sobre o telhado, um campanário.
O interior é dominado pela presença de um arco triunfal manuelino de volta perfeita, assente em pés-direitos sobre bases oitavadas, com moldura externa na qual se inscrevem três canopiais com vértices rematados por florões, hoje embebidos na parede; o intradorso do arco e dos pés-direitos é decorado com rosetas estilizadas, sendo a pedra de fecho esculpida com motivo antropomórfico coroado. Este arco encontra-se atualmente sobrelevado, tendo sido assente sobre novas bases. O "alongamento" do arco em altura terá ocorrido muito possivelmente aquando da reconstrução da ermida após 1758 como consequência dos estragos causados pelo sismo de 1755.
Na frontaria, à esquerda do portal, salienta-se, ainda, a existência de uma pia de água benta quinhentista lisa, e um púlpito no alçado Norte, com base de pedra e grade, refeito durante as obras dos anos 80 do séc. XX.
A capela-mor, hoje muito depurada, é rasgada nos alçados Norte e Sul por porta de acesso à sacristia e vão de janela, respetivamente, sendo coberta por teto de três panos. Assinala-se ainda a existência de credência para colocação de objetos eucarísticos, manuelina, em pedra recortada e embutida na parede à esquerda da janela. Na sacristia subsiste nicho de linguagem classicista, composto por pilastras e cobertura em quarto de laranja, rematado por entablamento. Desta, através de vão de porta em ângulo reto, com moldura de cantaria, tem-se acesso a um corredor e subsequente escada que conduzem ao púlpito. As coberturas interiores setecentistas, seguiam sensivelmente o perfil atual, em teto de madeira decorado com pintura.
No século XX, a capela entrou novamente em ruína. Em 1945 ainda servia o culto, mas o registo fotográfico efetuado pela DGEMN, em 1958, revelou um edifício destelhado e com acentuado desgaste das caixas murárias. A paróquia de Cheleiros chamou a si a reconstrução do conjunto, tendo as obras sido realizadas em 1987 com o restauro de caixas murárias e telhados.
Relativamente ao património integrado existente neste capela, destaque-se um fragmento de mesa de altar, identificado em 2013, num terreno anexo e hoje incorporado no Núcleo Museológico do Lagar Velho (Cheleiros) que é propriedade privada.
História
A Capela do Espírito Santo evoca a antiga festividade consagrada à 3.ª pessoa da Santíssima Trindade, culto com tradições que remontam ao século XIV e à figura da rainha D. Isabel de Aragão, mas cujo período áureo terá ocorrido na transição para o século XVI. À capela associa-se também a memória da Albergaria ou Hospital do Espírito Santo cujo portal subsiste ainda na Rua da Albergaria.
Maria Ramalho/DGPC/2015.Colaboração de Ana Pagará, Mª do Carmo Almeida e Paulo A. Fernandes/Câmara Municipal de Mafra.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias18

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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Monografia de MafraLUCENA, Armando deEdição1987Mafra
Mafra. MonografiaLUCENA, Armando deEdição1963Lisboa
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Identidades. Património Arquitectónico do Concelho de MafraFERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2009Mafra
Notas sobre o urbanismo da antiga vila de Cheleiros, Boletim Cultural 2008, pp. 27-66FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2009Mafra
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"Carta do Património do Concelho de Mafra. 1. Notas preliminares à arquitectura das Ermidas do Espírito Santo (Concelho de Mafra)", Boletim Cultural 2004, pp. 436-465PAGARÁ, AnaEdição2005Mafra
Intervenções da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais na Igreja Matriz de Cheleiros, Mafra - Boletim Cultural '2000, pp.169-184MACHADO, João LiberataEdição2000Mafra
Identidades. Património Arquitectónico do Concelho de MafraVILAR, Maria do CarmoEdição2009Mafra
"Carta do Património do Concelho de Mafra. 1. O Manuelino", Boletim Cultural '94, pp.309-318VILAR, Maria do CarmoEdição1994Mafra
"4. Arquitectura e escultura monumental manuelina na região de Mafra", Boletim Cultural 2000, pp.65-82VILAR, Maria do CarmoEdição2000Mafra
"Iconografia do pórtico manuelino da Igreja Matriz de São João das Lampas (Sintra)", Artis, nº1SILVA, Carlos Manique daEdição2002Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)FERRÃO, JulietaEdição1963Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)GUSMÃO, Adriano deEdição1963Lisboa
Origens e Formação das Misericórdias PortuguesasCORREIA, Fernando da SilvaEdição1999Lisboa
Cartas da Aldeia LXXI, O Concelho de Mafra, n.º 409, 4 de MarçoRESINA, Francisco DuarteEdição1945Mafra
A Capela do espírito Santo de Cheleiros, O Concelho de Mafra, n.º 676, 31 de AgostoMANGENS, JoséEdição1961Mafra
O Império do Divino Espírito Santo, Folheto da ExposiçãoGANDRA, Manuel J.Edição1990Mafra
Festividades e eventos cíclicos tradicionais no Concelho de Mafra (o Pentecostes e o Império do Divino Espírito Santo), Boletim Cultural n. 96GANDRA, Manuel J.Edição1997Mafra
Cheleiros e os seus monumentos; Boletim da Junta de Província da Estremadura, 2.ª série, n.º24/25ALMEIDA, Raúl Agostinho deEdiçãoLisboa

IMAGENS

Capela do Espírito Santo - Interior: capela-mor e arco triunfal manuelino

Capela do Espírito Santo - Fachadas lateral direita e posterior

Capela do Espírito Santo - Fachadas principal e lateral direita

Capela do Espírito Santo - Fachada principal

Capela do Espírito Santo - Fachada lateral direita (sul): cunhal com sineira

MAPA

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