Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Frontaria da igreja da Graça
Designação
DesignaçãoFrontaria da igreja da Graça
Outras Designações / PesquisasConvento e Igreja da Graça de Évora (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Évora/Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da GraçaÉvora Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.569524-7.907475
DistritoÉvora
ConcelhoÉvora
FreguesiaÉvora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 4-10-1952, publicada no DG, II Série, n.º 249, de 21-10-1952 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património MundialAbrangido por conjunto inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, que, ao abrigo do n.º 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, se encontra classificado como MN
Património Mundial DesignaçãoCentro Histórico de Évora
Cadastro
AFECTACAO9913429
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAinda que alguns cronistas façam remontar a existência da Ordem dos Eremitas Calçados de Santo Agostinho em Évora, pelo menos, ao ano de 1511, o alvará da fundação do convento de Nossa Senhora da Graça foi outorgado pelo Bispo da Diocese - D. Afonso de Portugal - apenas em 1520. A já existente ermida de Nossa Senhora da Graça, a que se deve a invocação da igreja e convento, foi entregue à ordem na mesma data. Nos anos trinta do século XVI já decorriam as obras de ampliação da igreja, dirigidas por Miguel de Arruda a partir dos últimos anos da década: uma primeira campanha de obras, cujo momento decisivo se verificou entre 1537 e 1540, ano em que a igreja estaria já concluída (BRANCO, 1991, pp. 144-145).
O templo nasce da autoria conjunta de Miguel de Arruda e de Nicolau Chanterene: "de carácter experimental, começado como panteão de D. João III, a colaboração dos dois artistas explica algumas incongruências de desenho; mas o uso sistemático da ordem jónica, (...) e a admirável fachada, já pronta em 1540, com os Quatro Gigantes nos cantos num exercício de scenographia vitruviana sem paralelo entre nós, tal como os relevos da capela-mor (1537) ocupada pelos Vimioso tiveram um impacto sem precedentes que só se pode comparar ao das obras do Bispo de Viseu - porém agora de iniciativa régia" (MOREIRA, 1995, pp. 346-347).
Os volumes recortados em granito da igreja de Nossa Senhora da Graça reúnem elementos renascentistas e maneiristas, que reflectem o ambiente humanista que então se vivia em Évora, revelando simultaneamente, a importância capital desta obra no panorama artístico nacional, por ter desempenhado um papel primordial na adesão do gosto régio à arquitectura do humanismo.
A igreja destaca-se no conjunto conventual pela sua fachada maneirista, com galilé inserida de forma original e com as quatro esculturas de grandes dimensões em granito, que representam atlantes sentados, a segurar lanças de ferro, com globos de fogo por trás. Estes, são tradicionalmente atribuídos a Nicolau Chanterene, embora alguns autores apontem para uma datação mais tardia e para a eventual intervenção de Francisco de Holanda (ESPANCA, 1993, p. 76).
De planta longitudinal e irregular, o interior da igreja é composto por nave única, de quatro tramos, e tecto em caixotões. As três janelas perspectivadas, que subsistiram da campanha original, são um dos elementos mais interessantes do conjunto com decorações em baixo relevo, tal como o friso do altar, provavelmente esculpido por Chanterene em 1537.
Em 1592 decorrem importantes obras no convento, sob a direcção do arquitecto Manuel Gomes. Entre os vários trabalhos realizados salienta-se a substituição da abóbada original, desenhada por Miguel de Arruda no início do século XVI e que seguia o modelo da igreja de Jesus de Roma, por uma outra da autoria de Pero Vaz Pereira, arquitecto do Duque de Bragança. Já no século seguinte, e em consequência dos bombardeamentos da guerra da Restauração, assiste-se, a partir de 1633, ao início de uma nova campanha de obras, onde se inclui a aquisição de imaginária e outro equipamento decorativo.
Com a extinção das Ordens Religiosas, funcionou na igreja uma escola primária. Em 1884 desabou a cobertura da igreja, tendo o equipamento decorativo passado para a paróquia de São Pedro, e o altar da Irmandade do Senhor Jesus dos Paços para a Igreja do Espírito Santo. No entanto, as vidraças pintadas em 1542 e o revestimento azulejar da nave, datado de 1748, provavelmente encomenda do arcebispo de Évora D. Frei Miguel de Távora, desapareceram nesta época (ESPANCA, 1993).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)ESPANCA, TúlioEdição1966LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
ÉvoraESPANCA, TúlioEdição1993LisboaCol. Cidades e Vilas de Portugal
«L'Architettura del Rinascimento in Portogallo», L'ArteBATTELI, GuidoEdição1938Fascículo : 3
Nouvelle Histoire Universelle de L'ArtAUBERT, MarcelEdição1982
«Arquitectura», Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento. Arte Antiga IMOREIRA, RafaelEdição1983
A Arquitectura Portuguesa Chã - Entre as Especiarias e os Diamantes 1521-1706KUBLER, GeorgeEdição1988Lisboa
«A Arquitectura e a Escultura Renascença e Maneirista», História de PortugalSARAIVA, J. HermanoEdição1986
«Datação e Autoria da Igreja da Graça de Évora e do Túmulo de D. Afonso de Portugal», Cadernos de Hist. da ArteBRANCO, Manuel José CalhauEdição1991
"Arquitectura: renascimento e classicismo", História da Arte Portuguesa, vol. II, 1995, pp. 303-375MOREIRA, RafaelEdição1995Lisboa
A Arquitectura "ao Romano"CRAVEIRO, Maria de LurdesEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Igreja da Graça - Fachada principal

Igreja da Graça - Fachada principal: figura de atlante no remate do lado esquerdo

Igreja da Graça - Fachada principal do corpo conventual

Igreja da Graça - Fachada principal: registo superior

MAPA

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