Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Vicente de Fora
Designação
DesignaçãoIgreja de São Vicente de Fora
Outras Designações / PesquisasMuseu do Patriarcado - Mosteiro de São Vicente de Fora / Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora / Igreja Paroquial de São Vicente de Fora / Igreja de São Vicente, São Tomé e Salvador / Paço Patriarcal de São Vicente (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/São Vicente
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de São VicenteLisboa Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.714849-9.127655
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSão Vicente
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPDespacho de 18-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P. a concordar com o parecer e a devolver o processo à DRC de Lisboa e Vale do Tejo para apresentar propostas de ZEP individuais, ou conjuntas nos casos em que tal se justifique
Parecer de 10-10-2011 da SPA do Conselho Nacional de Cultura a propor o arquivamento
Proposta de 22-08-2006 da DR de Lisboa para a ZEP conjunta do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConsiderada um dos mais impressionantes edifícios lisboetas, a Igreja de São Vicente de Fora ergue-se como uma imagem emblemática do mecenato arquitectónico de Filipe I, depois de ter subido ao trono português.
Instituído por D. Afonso Henriques em 1147, decorrendo do voto feito pelo monarca caso conseguisse conquistar Lisboa, o mosteiro dedicado ao mártir, e entregue aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, simbolizou na sua essência a refundação cristã da cidade, tornando-se progressivamente uma das mais importantes casas conventuais lisboetas.
Em 1527, D. João III encetou uma profunda reforma no interior da ordem dos Crúzios, que estabelecia uma reformulação das regras de vida monástica, estendendo-se à arquitectura dos complexos conventuais.
No entanto, só no início do reinado de Filipe I foi iniciada a reforma do edifício da igreja e do mosteiro, numa acção em que o monarca "refazia o gesto fundacional de Afonso Henriques, sobretudo como gesto primeiro de um novo dinasta e de um novo mecenas", reforçada pela escolha do templo para panteão real (SOROMENHO, 1994, p. 208).
A autoria da traça do novo mosteiro continua envolta em alguma polémica, embora nos últimos anos seja consensual que as grandes figuras de destaque da reforma vicentina sejam os arquitectos Juan de Herrera e Filipe Terzi.
Se a Herrera, autor do Escorial, são atribuídos os planos do complexo mandados fazer por Filipe I, coincidindo a data dos esboços com os anos de permanência do arquitecto em Lisboa (1580-1583), de Terzi destaca-se o seu contributo nas "traças operativas", ou seja, o seu papel na condução do estaleiro de obras e a influência decisiva do seu trabalho na estrutura final (idem, ibidem, p. 210).
Outra figura de destaque na obra de São Vicente de Fora é, sem dúvida, o arquitecto português Baltazar Álvares, que dirigiu as obras entre 1597 e 1624, e a quem se aponta a composição da fachada (idem, ibidem; SOROMENHO, 1995, p. 379-380). Adaptando a tradição do Maneirismo romano às tradições arquitectónicas portuguesas, o seu modelo constituiu-se como uma das géneses do estilo chão, marcando em definitivo a arquitectura maneirista, em Portugal e em todo o mundo português, durante o século XVII.
De planta longitudinal, o templo vicentino possui nave única, com transepto, capela-mor bastante profunda e retrocoro. Nas paredes laterais da nave "destaca-se a sequência rítmica de pilastras emparelhadas" (idem, ibidem), entre as quais foram rasgadas, em 1608 pequenas capelas, comunicantes entre si. O espaço, cuja iluminação é feita através de janelas termais que se distribuem pelo topo da cabeceira e do transepto, é coberto por abóbada de berço de caixotões, estando estes decorados com diferentes relevos. O cruzeiro da igreja era originalmente rematado por uma cúpula, que ficou totalmente destruída durante o terramoto de 1755.
A fachada apresenta uma composição muito original, de linhas sóbrias e depuradas mas repleta de monumentalidade, como convinha a uma igreja designada panteão-real, na qual se destaca a disposição das duas torres. Estas não são simplesmente justapostas como dois blocos adossados ao frontispício, mas antes plenamente integradas na estrutura, numa tipologia que recria, à luz da tratadística renascentista, a arquitectura medieval portuguesa, alcançando "um equilíbrio perfeito entre a tensão horizontal de um alçado de cinco tramos e a verticalidade sugerida pelos volumes torreados" (idem, ibidem).
Catarina Oliveira
DIDA/IGESPAR/28 de Novembro de 2007
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCastelo de São Jorge e resto das cercas de LisboaEdifício da sede da Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do OperárioPaço de São Vicente
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura do Ciclo FilipinoSOROMENHO, MiguelEdição2009Vila Nova de Gaia
"O Mosteiro e Igreja de São Vicente de Fora", O Livro de LisboaSOROMENHO, MiguelEdição1994Lisboa
"Classicismo, italianismo e «estilo chão». O ciclo filipino", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.377-403SOROMENHO, MiguelEdição1995LisboaSoromenho, Miguel, "Classicismo, italianismo e «estilo chão». O ciclo filipino., in História da Arte Portuguesa, (dir) Paulo Pereir, Vol. 2., Lisboa, Temas e Debates e Autores, 1995, pp.377-403 Data do Editor : 1995
"Do Escorial a São Vicente de Fora", Monumentos, nº 2SOROMENHO, MiguelEdição1995LisboaNúmero : 2 Data do Editor : 1995
"A organização do espaço arquitectónico entre beneditinos e agostinhos no século XII", Arqueologia, nº6, pp.118-132REAL, Manuel LuísEdição1982Porto
"O Projecto de Retábulo-Mor de Francisco Venegas para a Igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora", Monumentos, nº 2SERRÃO, VítorEdição1995Lisboa
"O Mosteiro e Igreja de São Vicente de Fora", O Livro de LisboaSALDANHA, NunoEdição1994Lisboa
O Cemitério dos Cruzados de São Vicente de ForaFERREIRA, Fernando Eduardo RodriguesEdição1995Número : 2 Data do Editor : 1995
Filipe Tércio. Ingegnere e Architetto em Portugal. 1577-1597. (dissertação de mestrado)RIBEIRO, José António SalazarEdição2016Porto

IMAGENS

Igreja de São Vicente de Fora - Fachada principal

Igreja de São Vicente de Fora - Torre sineira do lado sul

Igreja de São Vicente de Fora - Interior: nave e capela-mor

Igreja de São Vicente de Fora - Interior: frontal de altar lateral do transepto

Igreja de São Vicente de Fora - Interior: pormenor de embrechados da lateral de frontal de altar do transepto

Igreja de São Vicente de Fora - Vista geral (a partir do Castelo de São Jorge)

Igreja de São Vicente de Fora - Terraço: balaustrada e vista para o Panteão Nacional

Igreja de São Vicente de Fora - Fachada principal: nicho lateral com imagem de São Vicente

Igreja de São Vicente de Fora - Fachada principal: nicho central com imagem de Santo Agostinho

Igreja de São Vicente de Fora - Fachada principal: nicho lateral com imagem de São Sebastião

Igreja de São Vicente de Fora - Fachada principal

Igreja de São Vicente de Fora - Terraço sobre a nave e zimbório

MAPA

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