Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Clara, compreendendo os túmulos, designadamente os dos fundadores D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Clara, compreendendo os túmulos, designadamente os dos fundadores D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins
Outras Designações / PesquisasConvento de Santa Clara / Mosteiro de Santa Clara / Igreja do Convento de Santa Clara (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Aqueduto de Vila do Conde / Aqueduto de Santa Clara (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Vila do Conde/Vila do Conde
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo do MonteVila do Conde Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.353006-8.739209
DistritoPorto
ConcelhoVila do Conde
FreguesiaVila do Conde
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaAnúncio n.º 65/2014, DR, 2.ª série, n.º 54, de 18-03-2014 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 31-01-2014 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 5-11-2013 da DRC do Norte para ampliação da classificação, de forma a abranger o claustro e as dependências, e alteração da designação para "Convento de Santa Clara"
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 11-06-1960, publicada no DG, II Série, n.º 145, de 23-06-1960 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 11-06-1960, publicada no DG, II Série, n.º 145, de 23-06-1960
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaMandado edificar em 1318 por D. Afonso Sanches (filho bastardo de D. Dinis) e sua mulher, D. Teresa de Menezes, o Convento de Santa Clara é um templo fundamental do Gótico português a Norte do Douro, não obstante as numerosas alterações a que foi sujeito ao longo dos séculos. O conjunto monumental domina o centro histórico da vila - edificando-se no local onde se pensa ter existido o castelo dos Condes de Cantanhede, senhores do burgo (MIRANDA, 1998, p.24) -, com a igreja a ser secundarizada pelo majestoso corpo sul neoclássico, construído em 1777 pelo arquitecto Henrique Ventura Lobo, um dos mais importantes nomes do chamado ciclo neoclássico portuense.
Logo em 1319 os fundadores doaram o espaço às clarissas, tendo sido este braço feminino dos franciscanos o responsável pela construção do complexo, um processo que conferiu à igreja a configuração que ainda mantém e que significou um exemplo pioneiro de implantação mendicante na região, a par das conturbadas histórias de São Francisco do Porto e de São Domingos de Guimarães. A austeridade e monumentalidade exteriores lembram, em parte, os primeiros exemplos de arquitectura mendicante clarissa do país, especialmente a fachada ocidental, onde o único elemento é a rosácea radiante, inscrita num enorme muro compacto, delimitado por dois contrafortes. A organização interna, no entanto, difere substancialmente. Enquanto que, por exemplo, no Convento de Santa Clara de Santarém a construção clarissa marca o triunfo do discurso mendicante numa cidade fortemente urbanizada, explicando-se por isso o longuíssimo corpo de três naves, a de Vila do Conde apresenta somente uma nave, de tal forma pequena que a construção do coro ocidental (verificada na época moderna) provoca uma sensação de planta em cruz grega interna.
A cabeceira e a sua implantação num terreno irregular é outro aspecto interessante da igreja. Exteriormente, apresenta-se como uma fortaleza, com as janelas muito altas e a estrutura coroada por ameias, sugestão reforçada pela existência de poderosos contrafortes, que ajudam a vencer o desnível do terreno. Interiormente, porém, a rigidez formal é assumida de forma proporcional, com os absidíolos bastante mais baixos que a capela-mor.
A marcha das obras góticas do Convento revelou-se bastante demorada, não estando o conjunto terminado em 1354, altura em que D. Afonso Sanches pede ao seu filho, por testamento, que as conclua. Deste último período é o que resta da Sala do Capítulo, organizada de forma tripartida, como era usual, com porta axial ladeada por duas janelas (aqui tratadas de forma idêntica, com finos colunelos e pequenos capitéis vegetalistas que provam a sua tardia cronologia) e alçado coroado de ameias.
Muitas foram as alterações que se efectuaram no conjunto ao longo dos séculos seguintes. A mais importante verificou-se nos primeiros anos do século XVI, sob o impulso das abadesas D. Isabel de Castro e D. Catarina de Lima. A elas se deve a construção da capela dos fundadores, aberta por arco apontado de moldura inferior cairelada, e coberta por abóbada polinervada estrelada. No seu interior, as abadessas mandaram colocar os túmulos dos fundadores, refeitos para o efeito, de acordo com a estética do tempo manuelino. Dotados de jacentes ainda plenamente medievais, com D. Afonso a segurar a espada e com um leão aos pés e D.Teresa vestindo o hábito de clarissa, são das mais impressionantes obras de tumulária manuelina, saídas da oficina de Diogo Pires-o-Moço.
Outros enterramentos existem neste convento, que evidenciam a deliberada procura de alguns poderosos nomes da sociedade baixo-medieval por instituições mendicantes. De c.1415 é o túmulo de D. Brites, decorado com motivos heráldicos, e da década de 40 de Quatrocentos é o moimento duplo dos Condes de Cantanhede, D. Fernando de Meneses e sua mulher, D. Brites de Andrade, obra claramente filiada no modelo inaugurado por D. João I e D. Filipa de Lencastre na Batalha (GOULÃO, 1995, vol. II, p.172).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens17
Nº de Bibliografias26

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
As Cidades e as Vilas da Monarquia Portuguesa que têm brasão de armasBARBOSA, Inácio de VilhenaEdição1860LisboaLocal de edição - Lisboa Data do Editor : 1860
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa
Vila do CondeNEVES, Joaquim PachecoEdição1991Vila do Conde
História da Arte em PortugalLACERDA, Aarão deEdição1942Porto
Vila do CondeMIRANDA, MartaEdição1998Lisboa
Vila do Conde e o seu Alfoz - Origens e MonumentosFERREIRA, AugustoEdição1923Porto
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
Três túmulosCORREIA, VergílioEdição1924Lisboa
"O saque de um convento", O Primeiro de Janeiro, 21/2PEIXOTO, RochaEdição1903Porto
Os tumulos do Mosteiro de Santa Clara de Villa do Conde : estudo histórico, seguido do catalogo das abbadessas do referido Mosteiro, no qual estão representadas as principaes "Casas Nobres" do Entre Douro e MinhoFERREIRA, José AugustoEdição1925Porto
"Uma série de painéis do mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde", Vila do Conde, nº5, separataGONÇALVES, FlávioEdição1964Vila do Conde
O mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde (pequena crónica dum grande mosteiro)NEVES, Joaquim PachecoEdição1982Vila do Conde
"Duas peças provenientes do convento de Santa Clara de Vila do Conde", Museu, 2ª sér., nº1LOPES, Carlos da SilvaEdição1960Porto
"Os túmulos dos fundadores do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde", Arte, ano VMONTEIRO, ManuelEdição1909Porto
"Santa Clara de Vila do Conde", Diário de Coimbra, 20/2CORREIA, VergílioEdição1939Coimbra
"Artes e artistas em Vila do Conde", Museu, 2ª sér., nº4, separataFREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha eEdição1962Porto
"Duas pinturas seiscentistas do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde", O Comércio do Porto, 23/6GONÇALVES, FlávioEdição1964Porto
A talha no concelho de Vila do Conde. Catálogo de ExposiçãoGONÇALVES, FlávioEdição1978Vila do Conde
"O claustro da Sé de Lisboa: uma arquitectura «cheia de imperfeições»?", Murphy, nº1, pp.18-69FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2006Coimbra
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Fachada lateral Norte

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Vista parcial do aqueduto e cabeceira da igreja (secção Norte)

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Vista geral, tirada de SO.

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Face lateral Norte da cabeceira e arco do aqueduto

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Portal Norte

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Fachada lateral norte: janela manuelina da Capela dos Fundadores, anexa à nave da igreja

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Claustro: túmulo junto da antiga sala do Capítulo (ala setentrional)

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Cabeceira da igreja e troço do aqueduto do convento

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Interior: capela-mor e capela colateral da Epístola

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Interior: capela-mor

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Interior: abóbada manuelina da capela dos fundadores

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Interior: túmulo duplo de D. Fernando de Meneses e sua mulher, D. Brites de Andrade (Condes de Cantanhede)

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 145, de 23-06-1960 - Texto e planta do diploma

Convento de Santa Clara - Planta com a delimitação da igreja classificada, e respetiva ZEP, e da ampliação em vias de classificação e respetiva ZGP

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Enquadramento geral

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Enquadramento geral

Igreja de Santa Clara de Vila do Conde - Vista geral da igreja e mosteiro

MAPA

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