Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Paços municipais de Bragança (antigos)
Designação
DesignaçãoPaços municipais de Bragança (antigos)
Outras Designações / PesquisasAntigos Paços Municipais de Bragança / Domus municipalis / Câmara Municipal de Bragança (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Paço
TipologiaPaço
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Bragança/Sé, Santa Maria e Meixedo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Terreiro do CasteloBragança Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.80355-6.748978
DistritoBragança
ConcelhoBragança
FreguesiaSé, Santa Maria e Meixedo
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEx-libris da cidade de Bragança, a Domus Municipalis é um dos mais insólitos monumentos tardo-românicos portugueses. A função aparentemente civil para a qual foi concebido; a sua peculiar organização em pentágono irregular; a sucessão de arcarias de volta perfeita que ritmam os alçados; o espaço interior organizado em amplo salão profusamente iluminado; ou a associação a uma cisterna, são características que conferem a este edifício um carácter único no nosso país, sem paralelos imediatos na restante arquitectura medieval nacional.
Tradicionalmente, aqui se tem localizado a antiga câmara dos habitantes de Bragança. Com efeito, foi essa a função do monumento ao longo de toda a época moderna, desde que aqui se instalou o Conselho, em 1503. O facto de se elevar sobre uma cisterna e de possuir um aspecto fortificado levou a que outros autores equacionassem uma função militar (GRAF, 1986, vol.2, p.274), em associação com o dispositivo defensivo do reinado de D. Sancho I. As visões mais recentes, todavia, apontam para uma dupla função: por um lado, a de cisterna; por outro, a de sala de reuniões da câmara (BARROCA, 2002, p.147).
A cisterna é um elemento comum aos burgos medievais, não diferindo substancialmente das existentes em castelos como os de Lamego, Pombal ou Algoso (IDEM). De apreciáveis dimensões, e com abóbada de berço assente em três arcos, não anda "muito longe das cisternas da época, construídas semi-enterradas no solo, com corpo rectangular emergindo volumetricamente acima da cota do terreno e munidas de bocas de acesso vertical para se retirar água" (IDEM).
Já a sala para reuniões do conselho é inteiramente nova entre nós, à excepção do caso de Chaves, que não chegou íntegro até aos nossos dias. O interior revela um amplo salão, profusamente iluminado por janelas, e com banco corrido a toda a volta do recinto. A fisionomia das janelas é um dos elementos mais característicos do monumento: a sucessão de arcarias ocupa horizontalmente a totalidade dos alçados; os arcos são de volta perfeita, dobrados, e repousam em impostas salientes, formando uma sensação de "unidade harmoniosa", acentuada pelo aspecto de friso das impostas (GRAF, 1986, vol.2, p.273). Exteriormente, estes arcos são sobrepujados por uma cornija com modilhões, cuja decoração segue fielmente os esquemas próprios do tardo-românico periférico que tanto caracterizam as pequenas igrejas dos séculos XIII e XIV do interior Norte.
Carlos Alberto Ferreira de Almeida apontou as particularidades desta decoração de modilhões como um argumento para a classificação gótica que propôs, a par da técnica de construção e do aparelho já siglado (ALMEIDA, 1986, p.142; BARROCA, 2002, p.147), sintoma de uma organização oficinal mais sofisticada. Por estes dados, a Domus, que durante tanto tempo foi considerada um edifício românico na viragem para o século XIII, passou a ser classificado como obra gótica já do século XIV. Neste sentido, assume-se como um dos monumentos privilegiados, em torno do qual se desenvolve a discussão acerca da transição do Românico para o Gótico. Por outras palavras, até que ponto um imóvel construído no século XIV já não é românico?
A história recente da Domus é a história de uma reinvenção arquitectónica. O edifício serviu de Câmara municipal até meados do século XIX, altura em que a ruína iminente determinou o seu abandono. Nos inícios do século seguinte, alguns investigadores chamaram a atenção para a sua importância e, já na década de 20, deu-se início ao restauro. Nessa altura, o conjunto estava bastante adulterado, com numerosas janelas entaipadas, ou substituídas por portas modernas, e eram várias as construções anexas. Sob a supervisão de Baltazar de Castro, os trabalhos privilegiaram a reversão do edifício a uma suposta pureza original, ao mesmo tempo que se destruíram os imóveis nas imediações, naquele que foi um dos mais característicos projectos de restauro da DGEMN.
PAF
ProcessoDentro dos muros da antiga Cidadela
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed.ALVES, Francisco ManuelEdição2000BragançaPublicado a 1909-1948
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Portugal roman, vol. IIGRAF, Gerhard N.Edição1986
A "Domus Municipalis" de Bragança notícia históricaTEIXEIRA, RaúlEdição1941Porto
"Em torno da «Domus Municipalis»...", Brigantia, vol.II, nº1, pp.13-32 e vol.II, nº2/3, pp.151-174MONTEIRO, José RodriguesEdição1982Bragança
BragançaJACOB, JoãoEdição1997Lisboa
Roteiro e escorço histórico da cidade de BragançaFELGUEIRAS JÚNIOR, FranciscoEdição1964Bragança

IMAGENS

Antigos Paços Municipais de Bragança - Vista parcial (DGEMN, 1973)

Antigos Paços Municipais de Bragança - Interior: vista geral (DGEMN)

Antigos Paços Municipais de Bragança - Fachada sul

Antigos Paços Municipais de Bragança - Fachada sul e torre sineira da Igreja Matriz

Antigos Paços Municipais de Bragança - Fachada: pormenor da arcaria e cachorrada

Antigos Paços Municipais de Bragança - Vista geral

Antigos Paços Municipais de Bragança - Fachada poente

Antigos Paços Municipais de Bragança - Fachada nascente

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