Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Ermida | ||||||||||||
Tipologia | Ermida | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Vila do Bispo/Vila do Bispo e Raposeira | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||||||||||
Concelho | Vila do Bispo | ||||||||||||
Freguesia | Vila do Bispo e Raposeira | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 9 842, DG, I Série, n.º 137, de 20-06-1924 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 11-04-1955, publicada no DG, II Série, n.º 1160, de 18-05-1955 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 11-04-1955, publicada no DG, II Série, n.º 1160, de 18-05-1955 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A modesta ermida de Nossa Senhora da Guadalupe é um dos mais actuais exemplos de distância entre as conclusões a que a História da Arte chega e as interpretações tradicionalmente repetidas em obras de referência e de síntese ao longo do último século. Em relação a este templo, continua a sugerir-se ter sido construído pelos templários no século XIII (BAPTISTA, 2000, p.17) ou, em alternativa, pelo Infante D. Henrique, no âmbito da tão discutida "Escola de Sagres". Pelo contrário, a mais recente historiografia tem apontado para uma edificação pela primeira metade do século XIV, com certeza posterior ao Milagre da Guadalupe, ocorrido na região de Cáceres por volta de 1320 (PEREIRA, 2001, p.1). Não faltam todavia, outras perspectivas alternativas, como veremos. Uma datação nestes termos parece entrar em contradição com o aspecto arcaizante e até simplista do templo. A opção pela planta de nave única, de três tramos contrafortados lateralmente por poderosos gigantes, e por uma capela-mor rectangular de duplo tramo, abobadada com o recurso à cruzaria de ogivas, são características decisivamente arcaizantes. A estas soluções, há que juntar o aspecto volumetricamente atarracado da construção, bem como a escassez de vãos de iluminação e de motivos decorativos, que contribuem igualmente para a sensação generalizada de austeridade e de robustez. Em boa verdade, estas circunstâncias não a afastam muito dos modelos paroquiais dionisinos, seus prováveis contemporâneos, diferindo, apenas, nas proporções e no relativo valor dado à iluminação, em particular a da capela-mor. O recurso a grossos contrafortes escalonados é, aliás, uma das marcas mais claras do chamado Gótico do reinado de D. Dinis, acentuando, genericamente, o carácter austero das edificações então levantadas. Ora, se a cronologia da obra fundacional chegou a um momento de consenso relativo na comunidade científica, também a existência de posteriores alterações parece ser uma realidade. Com efeito, a par da extrema sobriedade do monumento, coexistem alguns elementos tardo-góticos, eventualmente do século XV. Manuel Castelo Ramos, que os identificou, salienta a decoração "encordoada e antropomórfica" dos capitéis-impostas dos portais, o grosso perfil do arco triunfal (que aparece também em outras obras algarvias do século XV, como a Sé de Silves e a igreja de Santa Maria do Castelo de Tavira), ou as "tentações naturalistas" das mísulas onde descarrega a abóbada da capela-mor (RAMOS, 1996, pp.88-91). A própria janela nascente da ábside e a opção pela planta rectangular (e não poligonal) parecem reforçar o carácter tardo-gótico desta reformulação. A confirmarem-se estes dados, ganha maior probabilidade uma reforma em pleno século XV (eventualmente ligada ao amplo desenvolvimento da região verificado com a subida ao poder da dinastia de Avis), em prejuízo de uma campanha manuelina, como sugeriu Pedro Dias (DIAS, 1994, p.148). E também a confirmarem-se estes dados, deverá ser tomada ainda com maiores reservas a leitura inconográfica que Paulo Pereira efectuou dos poucos elementos figurativos do interior, relacionando-os com o resgate de cativos em pleno século XIV (PEREIRA, 2001, p.2). Monumento tradicionalmente ligado à figura mítica do Infante D. Henrique (que diversas notícias dão como tendo orado na ermida, ela própria vizinha do seu (desaparecido) paço de Terçanabal (DIAS, 1995, pp.59-61), a ermida da Guadalupe foi, nos anos centrais do século XX, um ponto essencial da política historicista do Estado Novo, que actuou também radicalmente em monumentos vizinhos. Data dessa altura o restauro geral efectuado, que se pautou pela reconstrução de alguns elementos, como contrafortes, beirados, etc. Mais recentemente, o IPPAR efectuou obras gerais de conservação, mas o monumento aguarda, ainda, um coerente projecto de estudo monográfico e de investigação arqueológica das imediações, que explique as fases de ocupação do local. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 20 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 12 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I | DIAS, Pedro | Edição | 2002 | Lisboa | |
"Decoração arquitectónica manuelina na região de Silves (séculos XV-XVI)", Revista Xelb, nº3, 1996, pp.79-142 | RAMOS, Manuel Francisco Castelo | Edição | 1996 | Silves | |
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe. Vila do Bispo | PEREIRA, Paulo | Edição | 2001 | Lisboa | |
"A Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe", Ilustração, Ano 3º, nº 34, 16/3 | TEIXEIRA, Garcez | Edição | 1928 | Lisboa | |
"A Ermida de Guadalupe", Diário de Notícias, 26/2 | FRANCO, Mário Lyster | Edição | 1939 | Lisboa | |
"As empresas artísticas do Infante D. Henrique (1394-1460)", Mare Liberum, nº6, Dez. 1993, republ. A viagem das formas, pp.51-89 | DIAS, Pedro | Edição | 1995 | Lisboa | |
Guia turístico e ambiental do concelho de Vila do Bispo | BAPTISTA, Carlos Manuel Maximiano | Edição | 2000 | Lisboa | |
"A ermida de Nossa Senhora de Guadalupe e o Centro de Acolhimento e Interpretação. Intervenções do IPPAR", Revista Património - Estudos, nº8, pp.-138-139 | PIMPÃO, Teresa | Edição | 2005 | Lisboa | |
"O centro de acolhimento e interpretação da ermida de Nossa Senhora de Guadalupe", Revista Património - Estudos, nº8, pp.140-143 | PAULA, Frederico Mendes | Edição | 2005 | Lisboa | |
"O centro de acolhimento e interpretação da ermida de Nossa Senhora de Guadalupe", Revista Património - Estudos, nº8, pp.140-143 | PISSARRO, Carlos Benrós | Edição | 2005 | Lisboa | |
A Arquitectura Manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 1988 | Porto | |
A arquitectura manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia |
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Vista geral
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachadas lateral Norte e principal
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachada principal: portal principal
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachada lateral sul: porta travessa
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior: colunas duplas da capela-mor
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachadas lateral norte e principal
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Vista geral
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachada principal
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Vista geral e envolvente com a quinta que se diz ter pertencido ao infante D. Henrique.
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachada principal
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Vista geral e envolvente da quinta que se diz ter pertencido ao Infante D. Henrique
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Fachada lateral sul: porta travessa e contraforte
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Vista geral posterior e envolvente
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior da capela-mor: capitéis com motivos vegetalistas
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior: capitel do arco triunfal
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior da capela-mor: chave da abóbada
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior: arco triunfal e capela-mor
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior: abóbada da capela-mor
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior: mísula da nave e pia de água benta
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Interior da capela-mor: capitéis com cabeças humanas e motivos vegetalistas