Igreja matriz de Caminha | |||||||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||||||
Designação | Igreja matriz de Caminha | ||||||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja Matriz de Caminha / Igreja de Nossa Senhora da Assunção, matriz de Caminha / Igreja Paroquial de Caminha / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Viana do Castelo/Caminha/Caminha (Matriz) e Vilarelho | ||||||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viana do Castelo | ||||||||||||||||||||
Concelho | Caminha | ||||||||||||||||||||
Freguesia | Caminha (Matriz) e Vilarelho | ||||||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||||||||||
ZEP | |||||||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A cenográfica, imponente e sobranceira Matriz de Caminha é o resultado da "riqueza e do querer desta póvoa marítima" que, nos finais da Idade Média, patrocinou a construção de uma das mais importantes obras do tardo-gótico português (ALMEIDA, 1987, p.150). Quer a qualidade da construção, quer a extrema rapidez com que foi executada, quer, ainda, a relevância artística e económica dos acrescentos (enriquecimentos) posteriores, provam bem a importância deste templo no contexto da História da Arte portuguesa na viragem para a época moderna. A sua construção iniciou-se em 1488, sob orientação dos mestres biscaínhos Tomé de Tolosa e Francisco Fial. Este processo deu-se em perfeita actualidade com a entrada, no nosso país, de numerosos arquitectos formados em Espanha, em particular nos grandiosos estaleiros das Catedrais de Burgos e de Sevilha, e de que João de Castilho foi o expoente máximo (PEREIRA, 1995, vol.2, pp.68-69). No Norte de Portugal, vamos encontrá-los a dirigir obras em Caminha, Vila do Conde, Braga, Lamego, etc., progredindo depois para o Sul. Ao que tudo indica, a igreja foi concluída escassos vinte e cinco anos depois, pois logo em 1511 estaria colocado o provável tecto de alfarge, devido ao mestre galego Fernão de Muñoz (PEREIRA, 1995, p.89) e os dois portais certamente encontravam-se em fase de acabamento, se não estivessem já terminados. Nesse quarto de século, assistimos a duas fases fundamentais: nos primeiros tempos, o risco e direcção de mestres biscaínhos; depois, à medida que estes foram sendo atraídos pelo Sul, vamos encontrar um português de Viana à frente das obras, Pero Galego, a quem se atribui a conclusão da igreja e a Capela dos Mareantes. Entre estes nomes, observa-se um lento abandono do vocabulário tardo-gótico de ascendência plateresca e uma progressiva abertura ao Renascimento, sobre um fundo volumétrico tradicional, aspectos que, combinados, colocam este templo num estádio de excepção face à generalidade da arquitectura nacional. Em termos estruturais, a igreja segue uma tipologia já velha conhecida e praticamente hegemónica no chamado Gótico paroquial dos séculos XIII a XVI: corpo de três naves escalonadas cobertas por tecto de madeira, separadas entre si por largas arcarias quebradas; fachada principal de perfil triangular denunciando a organização espacial interior, sendo o corpo central organizado em dois registos; e cabeceira tripartida, com capela-mor de duplo tramo, sendo o final poligonal. Apesar de a igreja pertencer ao último capítulo desta longa duração estilística, coexistem, nela, elementos arcaizantes (como o aspecto compacto das suas paredes e torre sineira e a escassa iluminação do interior, incluindo a apertada rosácea-óculo da fachada principal) a par de outros de grande novidade no panorama português. A Capela dos Mareantes (datada de 1511) é unanimemente considerada uma obra de charneira entre o Manuelino e o Renascimento. Foi custeada pela poderosa confraria marítima caminhense, que patrocinou uma obra ímpar no país, onde se testemunha já o Renascimento erudito (PEREIRA, 1995, p.88) que caracterizará um estrito número de realizações na primeira metade do século XVI. Ainda mais importante é o portal lateral Sul, "virado para a vila" e, por isso, o que servia a comunidade, uma vez que o principal dava, directamente, para um troço de muralha (ALMEIDA, 1987, p.150). Da autoria provável de João Nobre, é uma poderosa obra cenográfica, enquadrada por pilastras, recebendo "a pseudo-arquitrave um conjunto de nichos com imagens que se aproximam dos canones clássicos", numa composição que se contextualiza, embora de forma mais simplificada, com o portal principal do Hospital Real de Santiago de Compostela (PEREIRA, 1995, p.88). Obra de excepção, a Matriz de Caminha é um dos monumentos que melhor reflecte a confusão de conceitos actuais sobre a transição artística para a Modernidade, nela confluindo uma variedade imensa de influências estéticas. PAF | ||||||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Conjunto fortificado da Vila de Caminha | ||||||||||||||||||||
Outra Classificação | Centro Histórico de Caminha | ||||||||||||||||||||
Nº de Imagens | 7 | ||||||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 18 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I | DIAS, Pedro | Edição | 2002 | Lisboa | |
"Arquitectura mudéjar portuguesa: tentativa de sistematização", Mare Liberum, nº8, pp.49-89 | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"As grandes edificações", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.11-113 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
"Construções na Grande Estrada : o Caminho de Santiago e a Arquitectura Portuguesa (1400-1521)", in Do Tardo-Gótico ao Maneirismo, Galiza-Portugal (Catálogo da Exposição) | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | ||
Viana e Caminha | GUERRA, Luís Figueiredo da | Edição | 1929 | Porto | |
Alto Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1987 | Lisboa | |
A Arquitectura Gótica em Portugal | CHICÓ, Mário Tavares | Edição | 1981 | Lisboa | |
"O primeiro renascimento galaico-português", Do Tardo-Gótico ao Maneirismo, Galiza e Portugal (Catálogo da Exposição) | VILA JATO, María Dolores | Edição | 1995 | Lisboa | |
A Talha em Portugal | SMITH, Robert C. | Edição | 1962 | Lisboa | |
"Arquitectura: renascimento e classicismo", História da Arte Portuguesa, vol. II, 1995, pp. 303-375 | MOREIRA, Rafael | Edição | 1995 | Lisboa | |
A Arquitectura "ao Romano" | CRAVEIRO, Maria de Lurdes | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80 | ALVES, Lourenço | Edição | 1987 | Caminha | |
"Do Gótico ao Manuelino no Alto Minho II - Edifícios religiosos", Caminiana, nº10, pp.41-88 | ALVES, Lourenço | Edição | 1984 | Caminha | |
Caminha e seu concelho | ALVES, Lourenço | Edição | 1985 | Caminha | |
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols. | ALVES, Lourenço | Edição | 1987 | Viana do Castelo | |
As mais belas igrejas de Portugal, vol. I | GIL, Júlio | Edição | 1988 | Lisboa | |
"Caminha através dos tempos. Igrejas, Capelas, Mosteiros e Conventos", Caminiana, nº2, pp.127-159 | SILVA, João M. F. | Edição | 1980 | Caminha |
Igreja Matriz de Caminha - Fachada principal: portal
Igreja Matriz de Caminha - Vista geral
Igreja Matriz de Caminha - Fachada principal (final de obra da envolvente)
Igreja Matriz de Caminha - Fachada principal
Igreja Matriz de Caminha - Fachada principal
Igreja Matriz de Caminha - Vista geral
Igreja Matriz de Caminha - Vista geral
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