Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Monção
Designação
DesignaçãoCastelo de Monção
Outras Designações / PesquisasFortaleza de Monção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Monção/Monção e Troviscoso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Monção Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
42.078664-8.480006
DistritoViana do Castelo
ConcelhoMonção
FreguesiaMonção e Troviscoso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica"As origens de Monção são obscuras. Tudo sugere que seria uma terra reguenga, sem grande importância, no dealbar da nossa nacionalidade" (ALMEIDA, 1987, p.169). Esta perspectiva, consensual entre a maioria dos investigadores que se dedicaram a este conjunto fortificado, mantém-se como hipótese mais provável e é reforçada pela inexistência de referências concretas à futura vila na estratégia política de D. Afonso Henriques para o Alto Minho, cujos documentos incidem sobre os castelos de Pena da Rainha, Froião, Valadares e Melgaço (ANDRADE, 2001, p.81).
"Monção afirma-se depois", muito provavelmente a partir do reinado de D. Sancho I (ALMEIDA, 1987, p.169). Por esta altura, o primitivo reduto de povoamento aqui existente foi fortificado, hipótese até ao momento não provada materialmente, mas que encontra paralelos em outros castelos de todo o país, correspondendo a uma consolidação dos efectivos populacionais do reino. De maior certeza foram as acções de D. Afonso III e de D. Dinis. Em 1258, nas Inquirições ordenadas pelo primeiro, Monção aparece já como vila, facto que levou alguns autores a sugerirem que a fundação da localidade tenha sucedido nesta altura (ALVES, 1987, p.65). Três anos depois, foi-lhe concedido foral e, nos primeiros anos do século XIV, recebeu carta de feira e iniciou-se a construção da igreja matriz.
O castelo medieval não poderá estar dissociado desta intensa actividade ordenadora dos homens e dos espaços na fronteira noroeste, embora a referência aos "miles de Monçom", em 1261, prove que a localidade era já fortificada nos meados do século XIII (ALMEIDA, 1987, p.169). A tipologia do castelo, porém, é indiscutivelmente gótica, com o seu perfil ovalado (aqui levado ao limite, desenhando uma circunferência), a torre de menagem associada a uma das portas e o carácter ortogonal dos seus arruamentos. A própria memória colectiva, recolhida por Rui de Pina nos inícios do século XVI, atribuía a D. Dinis o patrocínio na construção (ou reforma integral) da fortaleza.
Com apenas duas portas (a principal, defendida pela torre, dava para o extenso terreiro onde se realizava a feira; a outra, mais pequena, levava à zona ribeirinha), a malha urbana interna era atravessada pela rua direita, que colocava em comunicação as duas entradas e a igreja matriz. Por sua vez, outros arruamentos cruzavam a rua principal, definindo-se, assim, uma tendência urbanística ortogonal, que permitia uma mais racional disposição das casas, modelo ensaiado em outras póvoas ribeirinhas, como Caminha.
No final da Idade Média, a muralha dionisina necessitava de uma actualização face aos sempre exigentes desenvolvimentos da arte da guerra. No século XV, em altura ainda desconhecida, mas que pode corresponder aos melhoramentos ordenados por D. João I, construiu-se uma couraça a envolver a antiga fortaleza, uma estrutura de "muros paralelos" que defendiam os acessos privilegiados ao núcleo intra-muralhas (BARROCA, 2002, p.81).
A grande reforma militar de Monção teve lugar no século XVII, no contexto das Guerras da Restauração. As obras iniciaram-se em 1656, sob projecto de Miguel de l'Escole e condução do mestre João Alves do Rego (SOROMENHO, 1991), mas não foram suficientes para conter o ataque espanhol de 1659. A praça de guerra então delineada reintegrou e reformulou parcialmente as velhas muralhas medievais (em particular na frente ribeirinha), mas foi um projecto de raiz que visou rodear a moderna vila de Monção que, há muito, havia transposto o núcleo medieval. Com nove baluartes, a maior parte dos quais em cunha, e cinco portas (de que se destaca a de Salvaterra, que contém as armas nacionais), o novo perímetro muralhado continha amplos espaços não edificados, o que permitia uma maior mobilidade e racionalidade na movimentação e disposição das tropas, ao mesmo tempo que instituía uma nova centralidade interna, marcada pelo rossio, largo onde, nos anos seguintes se construiu o pelourinho e a igreja da Misericórdia.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCapela de São Sebastião na igreja matriz de Monção
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias14

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
"Afonso Henriques e a fronteira noroeste: contornos de uma estratégia" (1996), A construção medieval do território, pp.75-86ANDRADE, Amélia AguiarEdição2001Lisboa
"Monção recupera muralha", Correio da Manhã, 19/3/2004, p.44CUNHA, SecundinoEdição2004Lisboa
MonçãoROCHA, J. MarquesEdição1988Porto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Manuel Pinto de Vilalobos - da engenharia militar à arquitectura. Dissertação de Mestrado em História da Arte apresentada à Universidade Nova de LisboaSOROMENHO, MiguelEdição1991Lisboa
"Do gótico ao manuelino no Alto Minho : monumentos civis e militares", Caminiana, nº12ALVES, LourençoEdição1986Caminha
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
Monção e seu alfoz na heráldica nacional: heráldica, genealogia e históriaGOMES, José GarçãoEdição1969Barcelos
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
Castelos do Distrito de VianaGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1926CoimbraSeparata de O Instituto
Monção: do foral velho ao foral novoMAGALHÃES, Teresa Avelina MarquesEdição1998Monção
O portico da matriz de Monção: um castro com muralhasPEREIRA, Félix AlvesEdição1904Lisboa
"Para a pequena história de Monção. Das actividades municipais e da governança durante a ocupação espanhola", Arquivo do Alto Minho, vol. 27, pp.48-108GOMES, José GarçãoEdição1984Viana do Castelo

IMAGENS

Castelo de Monção - Parte do pano de muralha

Castelo de Monção - Muralha

Castelo de Monção - Muralha exterior

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