Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Muralhas do Castelo de Tavira
Designação
DesignaçãoMuralhas do Castelo de Tavira
Outras Designações / PesquisasCastelo de Tavira / Castelo e cerca urbana de Tavira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Tavira/Tavira (Santa Maria e Santiago)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Tavira Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.125142-7.653377
DistritoFaro
ConcelhoTavira
FreguesiaTavira (Santa Maria e Santiago)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 17/2014, DR, 1.ª série, n.º 94, de 16-05-2014 (sem restrições) (ampliação da classificação) (ver Decreto)
Anúncio n.º 13363/2012, DR, 2.ª série, n.º 165, de 27-08-2012 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 9-05-2012 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de ampliação de 22-03-2012 da DRC do Algarve
Anúncio n.º 17542/2011, DR, 2.ª série, n.º 228, de 28-11-2011 (ver Anúncio)
Despacho de 11-02-2009 do director do IGESPAR, I.P. a determinar a abertura do processo de ampliação da classificação
Proposta da DRC do ALgarve para ampliação da classificação (aos troços de muralha que não foram integrados na classificação inicial de 25-01-2010)
Decreto n.º 29 604, DG, Série I, n.º 112, de 16-05-1939 (classificação) (ver Decreto)
ZEPDespacho de 23-06-2014 do diretor-geral da DGPC a enviar o processo à DRC do Algarve para reanálise da ZEP
Proposta de 20-06-2014 da DGPC para se reanalisar a ZEP
Decreto n.º 17/2014, DR, 1.ª série, n.º 94, de 16-05-2014 (mantém a ZEP anterior, até ser ampliada) (ver Decreto)
Anúncio n.º 13363/2012, DR, 2.ª série, n.º 165, de 27-08-2012 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 9-05-2012 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de ampliação de 22-03-2012 da DRC do Algarve
Portaria de 5-01-1960, publicada no DG, II Série, n.º 31, de 6-02-1960 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaPermanece por esclarecer a origem do castelo de Tavira. Na produção historiográfica das últimas décadas tem sido constante, e até consensual, a caracterização de Tavira como uma cidade islâmica tardia, senão em construção, pelo menos em importância. As primeiras referências cronísticas que lhe são feitas datam já da primeira metade do século XII, sendo então descrita como sede de alcaria com uma fortaleza associada (DOMINGUES, 1971, pp.195-196), o que confirma um estatuto de certa mportância regional. As escavações entretanto efectuadas no centro histórico parecem revelar este aparente aparecimento tardio da cidade, uma vez que, até ao momento, não foram registados elementos materiais anteriores ao século XI (MAIA e MAIA, 2002, p.66), assumindo a fortaleza de Cacela um estatuto de maior importância militar, por, durante os séculos de domínio árabe, ser aí a barra do Rio GIlão.
Mas se Tavira aparece tarde na história islâmica da Península, a sua importância terá crescido na relação inversa, passando a cidade, em pouco mais de cem anos, a uma situação de incontornabilidade no mapa político e militar do Algarve. Ainda no século XII, Amil b. Munib revoltou-se aqui, fazendo com que o seu território permanecesse praticamente independente durante dezasseis anos, num processo comum a outras cidades do Garbe (PICARD, 2000, p.90). Mais tarde, com a unificação almóada, Tavira foi um dos castelos reformados, passando a integrar a rede defensiva do Algarve e, por conseguinte, a sua rede política, viária, económica, etc. No século XIII, com a conquista portuguesa da parcela Sul do território, será precisamente em Tavira que a Reconquista estabelecerá uma das suas sedes, sendo as extensas referências da Crónica da Conquista do Algarve um sintoma dessa importância.
As muralhas da cidade revelam este período de ascensão. A uma primeira muralha almorávida, construída, com grande probabilidade, nos finais do século XI, ou já no século XII, seguiu-se a reforma almóada, período de que datam os seus principais elementos. Já depois de conquistada pelas tropas cristãs, novas obras conferiram a forma levemente ovalada que ainda hoje é possível reconstituir. Na Baixa Idade Média, o perímetro amuralhado rondava os cinco hectares, o que prova a sua importância e dinâmica económica (MACIAS, 1999, p.130).
Infelizmente, o recinto original islâmico é de mais difícil identificação. A primitiva muralha, que permitiu aos rebeldes de ben Munib resistirem ao cerco almóada, não está ainda suficientemente documentada, mas deveria possuir uma estrutura acastelada no ângulo SE. e um recinto amuralhado pouco extenso, orientado no sentido Norte-Sul (MAIA e MAIA, 2002, p.69). Melhor conhecida é a configuração almóada. São consideráveis os restos dessas muralhas, construídas em taipa, especialmente na zona do Edifício BNU, junto à Praça da República, onde foi descoberta uma antiga porta, com seu arco de ferradura, que na origem estava associada a uma torre defensiva (MAIA e MAIA, 2002, p.71). Na zona da actual alcáçova conserva-se a poderosa torre albarrã, multifacetada e virada a Sul, destacando-se claramente das restantes estruturas.
Depois de conquistada a cidade pelos cristãos, foram certamente executadas obras no recinto muralhado. Existem notícias destas campanhas nos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis, supondo-se que sejam deste período os vestígios identificados nos terrenos da Pensão Castelo (MAIA e MAIA, 2002, p.73), assim como a própria configuração da Porta de D. Manuel, com o seu arco quebrado ainda plenamente gótico. Na viragem para a Modernidade, esta Porta de D. Manuel tornou-se o eixo de passagem privilegiado entre o interior e o exterior das muralhas, razão do seu engrandecimento com os símbolos manuelinos e, principalmente, da construção intra-muros da Igreja da Misericórdia, cuja fachada principal, virada a Sul - para a porta de D. Manuel e não a Ocidente -, demonstra a importância deste eixo urbano.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCapela de Nossa Senhora da PiedadeConvento de Nossa Senhora da GraçaErmida de Nossa Senhora da ConsolaçãoIgreja da Misericórdia de TaviraPonte antiga sobre o Rio Gilão
Outra ClassificaçãoCapela de Nossa Senhora da Piedade
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias18

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Fortificações muculmanas no Algarve, estado da questão e perspectivaCORREIA, Fernando M. R. BrancoEdiçãoPublicado a 1986
"Castelos Muculmanos do Algarve", 90 séculos entre a serra e o mar, Lisboa, IPPAR, 1997, pp.449-457CATARINO, Helena Maria GomesEdição1997LisboaPublicado a 1997
Castelos, fortalezas e torres da região do AlgarveCOUTINHO, ValdemarEdição1997Faro
"O al Garbe", 90 séculos entre a serra e o mar, pp.431-447TORRES, CláudioEdição1997
Dinâmica defensiva da costa do Algarve. Do período islâmico ao século XVIIICOUTINHO, ValdemarEdição2001Portimão
O Legado Arquitectónico Islâmico no AlgarveMAGALHÃES, NatérciaEdição2002Lisboa
"A herança urbana", O Algarve. Da Antiguidade aos nossos dias, pp.97-101CATARINO, Helena Maria GomesEdição1999
"O Garb extremo do ândalus e «Bortuqal», nos historiadores e geógrafos árabes", Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, nº78, 1960, pp.327-362DOMINGUES, José Domingos GarciaEdição1960republicado em Portugal e o Al-Andalus, Lisboa, Hugin, 1997, pp.81-116
"Ossónoba na época árabe", Anais do Município de Faro, nº3, 1971, pp.179-229DOMINGUES, José Domingos GarciaEdição1971
"Presença árabe em Tavira", II Jornadas de História de Tavira - Tavira do Neolítico ao século XX, 1994, pp.109-118KEMMITZ, Eva vonEdição1994
"VI.4. Tavira", Terras da Moura Encantada. Arte islâmica em Portugal, 1999, pp.129-132MACIAS, SantiagoEdição1999
"As muralhas medievais e post-medievais de Tavira", Património islâmico dos centros urbanos do Algarve:contributos para o futuro, 2002, pp.66-80MAIA, Maria Adelaide Garcia Pereira AndradeEdição2002
"As muralhas medievais e post-medievais de Tavira", Património islâmico dos centros urbanos do Algarve:contributos para o futuro, 2002, pp.66-80MAIA, Manuel Maria da Fonseca AndradeEdição2002
Le Portugal musulmanPICARD, ChristopheEdição2000Paris
"Fortificações urbanas da época islâmica no Algarve", Património islâmico dos centros urbanos do Algarve: contributos para o futuro, 2002, pp.81-90CORREIA, Fernando M. R. BrancoEdição2002
O Algarve islâmico : roteiro por Faro, Loulé, Silves e TaviraCATARINO, Helena Maria GomesEdição2002Faro
Centros históricos de influência islâmica : Tavira, Faro, Loulé, SilvesCOUTINHO, ValdemarEdição2001Portimão
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
Algarve - Castelos, Cercas e FortalezasMAGALHÃES, NatérciaEdição2008Faro

IMAGENS

Muralhas do Castelo de Tavira - Porta da alcáçova de Tavira

Muralhas do Castelo de Tavira - Panorâmica geral da parte Sul da cidade, tirada da Alcáçova

Muralhas do Castelo de Tavira - Recinto da Alcáçova

Muralhas do Castelo de Tavira - Pano de muro da Alcáçova

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta de localização dos troços classificados dentro da ZEP em vigor (não ligar aos troços fora da ZEP

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta com a indicação dos troços que se encontram em vias de classificação

Muralhas do Castelo de Tavira - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 31, de 06-02-1960 - Texto e planta do diploma

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta com os troços classificados e respectica ZEP e os troços em vias e a ZP

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta com a delimitação do conjunto classificado, da respectiva ZEP, da delimitação dos troços em vias de classificação e da respectiva ZP

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta com a delimitação das muralhas a classificar e da ZEP a estabelecer proposta pela DRCA e a SPAA (a ZEP só entra em vigor após publicação da portaria no DR)

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta com a delimitação do conjunto classificado

Muralhas do Castelo de Tavira - Planta com a delimitação do conjunto classificado, da ZEP e da ZGP em vigor

Muralhas do Castelo de Tavira - Emblemas régios (D. Manuel) sobre o Arco da Misericórdia

Muralhas do Castelo de Tavira - Arco da Misericórdia

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt