Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Noudar
Designação
DesignaçãoCastelo de Noudar
Outras Designações / PesquisasCastelo de Nodar
Castelo de Noudal / Fortificação de Noudar (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBeja/Barrancos/Barrancos
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Herdade da CoitadinhaBarrancos Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.178076-7.062966
DistritoBeja
ConcelhoBarrancos
FreguesiaBarrancos
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913729
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAo contrário do que tem sido sucessivamente repetido, a história do castelo de Noudar não tem início na época da reconquista, mas algum tempo antes, muito provavelmente nos séculos X ou XI, altura em que se terá edificado uma torre ou um pequeno castelo, que tinha como missão o controlo sobre a via que ligava a Beja (REGO, 2003, p.74). Desse reduto primitivo, as escavações arqueológicas ainda não revelaram qualquer vestígio, mas conserva-se parte da muralha Sul, em taipa revestida por alvenaria da fase construtiva gótica, o que aponta para uma pré-existência islâmica (com grande probabilidade já do século XII e devida aos almóadas), à qual se subordinou, ao menos parcialmente, o castelo que D. Dinis posteriormente promoveu (IDEM).
A actual configuração da fortaleza deve-se à nova ordem cristã implantada nesta região ao longo do século XIII. No entanto, não é certo que imediatamente após a reconquista do território se tenham realizado obras no reduto militar, não obstante a sua óbvia posição de fronteira. Em 1253, a povoação recebeu foral de Afonso X de Castela, juntamente com outras localidades do Além-Guadiana, entre as quais Moura e Serpa. Ela haveria de passar para a posse portuguesa cerca de meio século depois, pelo tratado de paz entre D. Dinis e Fernando IV, celebrado em 1295. É só a partir dessa data que encontramos as primeiras referências à vontade régia de erguer aqui um reduto militar relevante. Em Dezembro desse mesmo ano, D. Dinis passou carta de foral à vila e, oito anos depois, o monarca entregou-a à Ordem de Avis, ficando esta instituição obrigada a lavrar "esse castello de boo muro e" fazer "y huum boom Alcaçar forte" (BARROCA, 2000, p.1339).
Do castelo então mandado erguer pelo Mestre D. Lourenço Afonso chegaram duas importantes inscrições, ambas atribuídas a 1308. A primeira, datada de 1 de Abril de 1308, comemora a acção do mestre de Avis na fundação do castelo e no povoamento da vila. A segunda, criticamente atribuída ao ano de 1308 (IDEM, pp.1359-1360), noticia o empenho do comendador Aires Afonso na edificação da torre de menagem. Por estas duas informações, é fácil perceber como a definição do sistema defensivo de Noudar foi uma prioridade para a Ordem de Avis nesses primeiros anos do século XIV.
A estrutura gótica então erguida conserva-se genericamente e dela fazem parte dois espaços essenciais: a alcáçova e a cerca da vila. Aquela ocupa o sector meridional do conjunto e é de planta quadrangular irregular, onde sobressai a torre de menagem, poderosa estrutura elevada a c. 18 metros de altura e que protege activamente a entrada no recinto. De planta quadrangular, e construção cuidada, possui cisterna interior e duas portas de acesso a pisos distintos. A cerca é bastante maior que a alcáçova e possui 10 torreões adossados, o principal protegendo a porta da vila.
Como fortaleza de fronteira, foram muitas as ocasiões em que passou de Portugal a Castela, e vice-versa, tendo sido o século XIV particularmente fértil. Quando Duarte d'Armas a desenhou, em 1509, não parece que tivessem existido assinaláveis obras de reconfiguração, à excepção, talvez, das barbacãs que circundavam o castelo, estruturas defensivas mais características do século XV. De novo na posse de espanhóis em 1644 e em 1707, a sua vulnerabilidade não foi suficiente para que se empreendessem obras de abaluartamento, ao contrário do que sucedeu, por exemplo, em Elvas, facto que consolidou a imagem medieval do conjunto.
A partir do século XVIII, a história deste castelo é a de um abandono progressivo, consumado em 1893 com a sua venda a um privado, João Barroso Domingues, importante proprietário de Barrancos. Só em 1997, mais de um século depois, a autarquia conseguiu adquirir o conjunto, desenvolvendo-se, a partir de então, um projecto de investigação arqueológica sistemática que, para já, revelou alguns níveis da presença islâmica no local.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias18

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
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O legado islâmico em PortugalTORRES, CláudioEdição1998Lisboa
"Noudar-1982", Informação Arqueológica, nº5, pp.39-40TORRES, CláudioEdição1985LisboaPublicado a 1985
"Auto d'uma posse do Castelo de Noudar e Inventario do que la existia no sec. XVI", O Archeólogo Portuguez, 1ª série, nº5, pp.146-151AZEVEDO, Pedro A. deEdição1900LisboaPublicado a 1890-1900 Número : 5
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Le Portugal musulmanPICARD, ChristopheEdição2000Paris
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalGIL, JúlioEdição1986Lisboa
"Memória sobre os Forais - Noudar", Terras Portuguesas, vol. I, pp.382-384LIMA, Baptista deEdição1932Póvoa do Varzim
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalCABRITA, AugustoEdição1986Lisboa
"Investigações arqueológicas no Castelo de Noudar", Arqueologia en el Entorno del Bajo Guadiana. Actas del Encuentro Internacional de Arqueologia del Suroeste, pp.37-53REGO, MiguelEdição1994Huelva
"A ocupação islâmica de Noudar", Arqueologia Medieval, nº8, pp.69-82REGO, MiguelEdição2003Porto
O Castelo de Noudar - fortaleza medievalCOELHO, Adelino de MatosEdição1986Barrancos
O porquê de BarrancosFRANCO, NorbertoEdição2000Amadora
O espaço medieval da Reconquista no Sudoeste da Península IbéricaGARCIA, João CarlosEdição1986Lisboa
"Levantamento documental sobre Noudar e Barrancos existente na Torre do Tombo", Cadernos do Museu, nº1, pp.5-38PÁSCOA, MartaEdição1998Barrancos
"Boas práticas. Castelo de Noudar: a reconstrução da torre sudoeste.", Pedra e Cal, nº 51, pp. 18-19SILVA, André Lourenço eEdição2011Lisboa

IMAGENS

Castelo de Noudar - Vista oeste do alto da torre de menagem (1982)

Castelo de Noudar - Interior do recinto: igreja de Nossa Senhora do Desterro

Castelo de Noudar - Porta ogival de acesso ao recinto

Castelo de Noudar - Pormenor da muralha

Castelo de Noudar - Vista parcial da alcáçova (1982)

Castelo de Noudar - Interior do recinto: ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Desterro (1982)

Castelo de Noudar - Vista parcial da alcaçova (1982)

Castelo de Noudar - Vista parcial das muralhas

Castelo de Noudar - Escadaria de acesso à torre de menagem (1982)

Castelo de Noudar - Torre de menagem

Castelo de Noudar - Interior do recinto: porta de acesso

Castelo de Noudar - Vista geral e envolvente

Castelo de Noudar - Interior do perímetro amuralhado (recinto)

Castelo de Noudar - Vista geral e envolvente

MAPA

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