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DETALHES

Igreja de Vila Boa de Quires
Designação
DesignaçãoIgreja de Vila Boa de Quires
Outras Designações / PesquisasIgreja de Santo André / Igreja Paroquial de Vila Boa de Quires (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Marco de Canaveses/Vila Boa de Quires e Maureles
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Lugar da Igreja- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.208138-8.201164
DistritoPorto
ConcelhoMarco de Canaveses
FreguesiaVila Boa de Quires e Maureles
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 14 425, DG, I Série, n.º 228, de 15-10-1927 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santo André de Vila Boa de Quires é um dos mais claros exemplos da qualidade e do grau de implantação a que chegou o Românico Nacionalizado, expressão celebrizada por Manuel Monteiro para designar o tardio e homogéneo foco do interior do Distrito do Porto, ao longo dos rios Sousa, Ferreira e, em certa medida, Tâmega.
A sua existência é, contudo, anterior ao edifício que hoje observamos, uma vez que o mosteiro que lhe estava associado é mencionado, pela primeira vez, em 1118. Durante os trabalhos oitocentistas, foi identificada uma lápide com a inscrição de 1180 (presumivelmente da Era Hispânica, o que recuaria a sua datação aos meados do século XII), que veio posteriormente a desaparecer, em circunstâncias ainda não desvendadas, pelo que o seu conteúdo deve ser encarado com muitas reservas (BARROCA, 2000, p.430).
O templo românico corresponde a uma segunda fase construtiva, genericamente colocada pelos meados do século XIII (ALMEIDA, 1986, p.97), ou ainda na primeira metade dessa centúria (GRAF, 1986, vol.1, p.101) e na dependência dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (RODRIGUES, 1995, p.246). As suas soluções construtivas e as analogias estilísticas para com numerosas obras vizinhas fazem dele um monumento perfeitamente integrado nas correntes do seu tempo, e uma obra reveladora do amplo processo de implantação do Românico na região, na transição para os tempos góticos.
A estrutura é relativamente simples, recorrendo ao típico modelo de justaposição de dois rectângulos (a nave e a capela-mor), sendo esta mais estreita e baixa que o corpo, com dois tramos cobertos por abóbada de berço quebrado, uma solução muito próxima à da vizinha igreja de Abragão (ALMEIDA, 1986, p.95).
A fachada principal, praticamente remontada uns metros mais à frente aquando da ampliação do século XIX, possui elementos já góticos, como o portal principal (de quatro arquivoltas de arco quebrado, com capitéis vegetalistas e tímpano liso, onde se gravou uma inscrição alusiva à reforma de 1881) e a janela superior (de grandes proporções e de duplo lume separado por mainel, com três arquivoltas capitelizadas que, "em menor escala, repetem o arranjo do portal axial (RODRIGUES, 1995, p.246)).
Bastante mais rico é o portal lateral Sul, de cronologia ligeiramente mais recuada e, por isso, relacionável com o Românico pleno. A decoração dos capitéis é a sua maior originalidade, apresentando motivos variados vegetalistas e figurativos, alguns de desenho algo exótico, a lembrar modelos visigóticos, árabes e orientais (GRAF, 1986, vol.1, p.101). A identificação destes temas é ainda importante para a caracterização do Românico da região, uma vez que é possível verificar a sua repetição (temática e/ou formal) em outras igrejas da zona, nomeadamente em Cete, Boelhe, Santo Abdão e, especialmente, Paço de Sousa, monumento tutelar desta secção interior do território, cujo estaleiro está na base da formação de muitos dos lapicidas que encontraremos a laborar na região.
No interior, a decoração da capela-mor atingiu igualmente resultados de assinalável qualidade. Num dos capitéis do seu interior representou-se uma sereia, um tema com antecedentes no nosso primeiro românico, que aparece aqui tratado com uma elegância e com uma personalidade tal que lhe confere um estatuto muito pessoal no contexto da arte românica nacional (REAL, 1986, vol.1, p.67).
O templo de Quires foi alvo de campanhas artísticas posteriores, de que se salienta a de 1881, altura em que se prolongou a nave para Ocidente. Antes disso, o seu interior havia sido objecto de parcelares actualizações estéticas, como a pintura mural que cobre a parte superior da parede fundeira da nave, os altares mor e laterais neoclássicos ou o revestimento azulejar das paredes da capela-mor, com painéis seiscentistas. Restaurada a partir de 1948, mantém-se como uma obra de difícil datação, em especial quando colocadas em confronto as diferenças da sua escultura aplicada.
PAF
ProcessoLugar da Igreja
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
Arquitectura Românica de Entre Douro e MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1978Porto
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Portugal roman, vol. IGRAF, Gerhard N.Edição1986
"La decoración zoomórfica en el románico de la diócesis de Porto: aproximación a un bestiario", I Congresso sobre a Diocese do Porto. Tempos e lugares de memória, vol.1, pp.163-182FERRÍN GONZÁLEZ, J. RamónEdição2002Porto

IMAGENS

Igreja de Santo André, de Vila Boa de Quires
Autor: Alegna, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja de Santo André, de Vila Boa de Quires
Autor: Alegna, em colaboração com Wiki Loves Monuments

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