Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Muralhas e torreões de Lagos
Designação
DesignaçãoMuralhas e torreões de Lagos
Outras Designações / PesquisasCerca Urbana e Frente Fortificada de Lagos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Fortaleza
TipologiaFortaleza
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Lagos/São Gonçalo de Lagos
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lagos Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.099216-8.669406
DistritoFaro
ConcelhoLagos
FreguesiaSão Gonçalo de Lagos
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 9 842, DG, I Série, n.º 137, de 20-06-1924 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 30-10-1969, publicada no DG, II Série, n.º 275, de 24-11-1969 (sem restrições) (ZEP das igrejas de Santo António e São Sebastião e das muralhas e torreões de Lagos, substituindo a portaria anterior)
Portaria publicada no DG, n.º 84, de 9-04-1962 (ZEP das muralhas e torreões de Lagos)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEm 1253, aquando da conquista definitiva do Barlavento algarvio, o castelo de Lagos tinha já um passado islâmico, como ponto de defesa da costa e um dos acessos privilegiados à cidade-capital de Silves. Infelizmente, desse primitivo reduto islâmico, que se pensa poder recuar aos primeiros anos da época califal, quando toda a península islâmica foi sujeita por Abd al-Rahmman III, nenhum elemento material foi, até agora, identificado, e as muitas obras por que toda a cidade passou, nos séculos seguintes, determinaram a destruição deste castelo e o seu sucessivo melhoramento.
As obras patrocinadas pelos nossos primeiros monarcas são também bastante desconhecidas. Sabemos que elas se iniciaram logo no reinado de D. Afonso III, mas notícias mais ou menos fidedignas dão conta da continuação do estaleiro pelos reinados de D. Afonso IV e de D. Fernando, pelo menos, esta última notícia relacionada, provavelmente, com uma campanha modernizadora, em plena crise europeia da Guerra dos Cem anos.
No reinado de D. Manuel empreendeu-se o mais ambicioso projecto de arquitectura militar da praça, reconstruindo-se grande parte da cerca medieval e alargando-se o seu perímetro, para albergar os numerosos fogos que cresceram como arrabaldes do burgo. Da campanha então executada, constava uma segunda cerca de muralhas e, mais importante, quatro baluartes, situados nas zonas mais sensíveis da fortaleza, precisamente aquela virada ao mar e à ria. Desses fortes, apenas se conserva o da Porta da Vila, a Sudoeste das muralhas, tendo os restantes sido suprimidos pela expansão urbana em direcção à ribeira, restando apenas o seu topónimo em algumas ruas, como as da Barroca e da Porta de Portugal. Em 1556 D. João III ordenou a conclusão das obras iniciadas por seu pai, mas conferiu especial atenção à muralha ocidental, por oposição ao projecto manuelino, orientado no sentido de fortificar as secções meridional e nascente. Esta alteração dotou a fortaleza de mais dez baluartes, tornando-a a primeira muralha plenamente abaluartada do território nacional .
Da grandiosa fortificação então construída restam alguns interessantes baluartes, que revelam bem a qualidade da construção e a importância militar que detinham. O baluarte da Alcaria, o mais saliente do perímetro ocidental, é um poderoso recinto quadrangular elevado, ligado às muralhas por uma rampa, e protegido por dois grandes orelhões. Os baluartes da Porta dos Quartos e de São Francisco, que fecham a muralha pelo lado poente, mantêm ainda os parapeitos concebidos para as máquinas de artilharia.
Apesar deste dispositivo militar, a cidade de Lagos não conseguiu resistir ao ataque de Francis Drake, em 1587, no âmbito da guerra entre Espanha e Inglaterra. Perante este facto, Filipe I ordenou a reconstrução e modernização da praça militar, campanha que decorreu nos anos seguintes, com algumas interrupções e até um relativo arrastamento das obras. Durante o domínio espanhol, a cidade de Lagos foi objecto de uma especial atenção. Em 1621, a secção medieval mais fortificada, onde se localiza o actual Castelo dos Governadores, foi transformada em residência do alcaide do castelo, procedendo-se, então, a obras de adaptação desse espaço.
Nos séculos seguintes, Lagos entrou em relativa decadência e as obras efectuadas limitaram-se a consolidar as antigas estruturas e a reforçar a linha costeira, com novos fortins na orla. No século XX, no âmbito das Comemorações dos Centenários, organizadas pelo Estado Novo, Lagos foi um dos pontos fundamentais. Intimamente ligada à figura do Infante D. Henrique, a cidade foi parcialmente reformulada, destacando-se a abertura da Avenida das Descobertas (que regularizou o traçado urbano junto ao mar), e as suas muralhas restauradas e, mais importante, desobstruídas de construções anexas. Na actualidade, as beneficiações continuam, como no caso do Baluarte da Porta da Vila, recentemente adaptado a observatório astronómico.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens10
Nº de Bibliografias14

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Algarve islâmico : roteiro por Faro, Loulé, Silves e TaviraCATARINO, Helena Maria GomesEdição2002Faro
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
"Baluarte da Porta da Vila, em Lagos. Intervenção de conservação e adaptação a observatório astronómico", Monumentos, nº16, pp.131-133MATOS, JoãoEdição2002Lisboa
Monografia de LagosROCHA, Manuel João PauloEdição1909Porto
Estudo historico-monográfico da freguesia de Santa Maria do concelho de LagosMARTINS, José António JesusEdição1992Lagos
"Lagos: a Vila-a-Dentro e o espaço urbano fortificado", Regionalização e Identidades locais. Preservação e reabilitação dos centros históricos, pp.269-274MARTINS, José António JesusEdição1997Lisboa
Lagos, Evolução Urbana e PatrimónioPAULA, Rui MendesEdição1992Lagos
Dinâmica defensiva da costa do Algarve. Do período islâmico ao século XVIIICOUTINHO, ValdemarEdição2001Portimão
Castelos, fortalezas e torres da região do AlgarveCOUTINHO, ValdemarEdição1997Faro
"Decoração arquitectónica manuelina na região de Silves (séculos XV-XVI)", Revista Xelb, nº3, 1996, pp.79-142RAMOS, Manuel Francisco CasteloEdição1996Silves
Algarve - Castelos, Cercas e FortalezasMAGALHÃES, NatérciaEdição2008Faro
História das fortificações marítimas da Praça de Guerra de LagosCALLIXTO, Carlos PereiraEdição1992Lagos
Muralhas de Lagos. Boletim da DGEMN, nº104Edição1961Lisboa

IMAGENS

Muralhas e torreões de Lagos - Arco de São Gonçalo

Muralhas e torreões de Lagos - Pano de muralha anexo ao Arco de São Gonçalo

Muralhas e torreões de Lagos - Interior do Arco de São Gonçalo: nicho de oratório barroco

Muralhas e torreões de Lagos - Pano de muralhas entre o Arco de São Gonçalo e o Castelo dos Governadores

Muralhas e torreões de Lagos - Pano de muralhas entre o Arco de São Gonçalo e o limite sul da fortaleza

Muralhas e torreões de Lagos - Jardim da Constituição, junto ao Castelo dos Governadores: vista parcial

Muralhas e torreões de Lagos - Baluarte de Santo António

Muralhas e torreões de Lagos - Porta da Praça de Armas

Muralhas de Lagos - Portaria publicada no DG, n.º 84, de 09-04-1962 - Texto e planta do diploma

Muralhas de Lagos - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 275, de 24-11-1969 - Texto e planta do diploma

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt