Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Freixo de Espada à Cinta
Designação
DesignaçãoCastelo de Freixo de Espada à Cinta
Outras Designações / PesquisasCastelo de Freixo de Espada-à-Cinta / Torre do Galo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Freixo de Espada à Cinta/Freixo de Espada à Cinta e Mazouco
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de D. DinisFreixo de Espada à Cinta Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.092556-6.804906
DistritoBragança
ConcelhoFreixo de Espada à Cinta
FreguesiaFreixo de Espada à Cinta e Mazouco
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortariade 10-01-1953, publicada no DG, II Série, n.º 19, de 23-01-1953 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portariade 10-01-1953, publicada no DG, II Série, n.º 19, de 23-01-1953
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO castelo de Freixo de Espada à Cinta é uma das mais antigas fortalezas transmontanas, estando documentada desde praticamente o século XII e antecedendo, por isso, o fenómeno de vilas novas criadas por D. Afonso III e D. Dinis. A referência mais antiga data de 1152 ou 1155-1157, anos em que D. Afonso Henriques passou carta de foral à localidade. É de presumir que a construção da fortaleza tenha ocorrido a partir deste diploma, mas só possuímos informações documentais relativas a obras em 1258 (BARROCA, 2000, CD-ROM). Perante estes dados, é provável que, logo no século XII, se tenha edificado um primitivo reduto, eventualmente com cerca a defender a povoação, como sugere Mário Barroca (IDEM), fortificação essa que acabaria por ser ocupada pelas tropas leonesas entre 1212 e 1213. Deste primeiro momento de vida do castelo, todavia, pouco ou nada é o que sabemos e o conjunto aguarda ainda por uma monografia rigorosa que permita identificar, por exemplo, se partes da actual muralha podem corresponder a esse período.
No século XIII, a partir do foral outorgado por D. Afonso III, datado de 1273, o castelo foi objecto de uma extensa campanha de obras. Estamos mal informados a respeito da extensão dos trabalhos realizados, pela grande destruição actual do conjunto, mas não restam dúvidas da grande importância desta campanha, em particular a que se desenvolveu no reinado de D. Dinis, a ponto de Rui de Pina escrever que este monarca povoou de novo e fez o castelo.
O principal elemento remanescente é a alta e cenograficamente refinada torre heptagonal (também designada por Torre do Galo). De fabrico dionisino, trata-se, ao que tudo indica, da torre de menagem do castelo gótico (BARROCA, 2003, pp.119-120), independentemente de Rita Costa GOMES, 2003, pp.125-126, admitir que tal função havia sido reservada a uma "das torres quadrangulares hoje demolidas, de traça mais arcaica" e de a torre heptagonal ser já posterior, eventualmente do reinado de D. Fernando. Com cerca de 25 metros de altura, e com faces de diferentes larguras, impõe-se na malha antiga da localidade e é uma das mais importantes realizações militares do tempo de D. Dinis, testemunhando o aparecimento dos dispositivos de tiro vertical, através dos balcões corridos assentes em cachorrada e com chão perfurado (também designados por machicoulis), e a complexificação planimétrica da estrutura, que permitia uma melhor defesa circundante.
A complexidade e diversidade das torres parece, de resto, ter sido uma constante da reforma dionisina. No século XVI, quando Duarte d'Armas desenhou a fortaleza, ainda existiam muitas delas, de perfil hexagonal e pentagonal, "dispostas a intervalos regulares" e a maioria integrando "balcões de matacães para defesa do circuito" (GOMES, 2003, pp.125-126).
Uma fortificação assim complexa, de apreciáveis dimensões e com notáveis recursos técnicos, deve ter levado bastante tempo a edificar-se. É desta forma que equacionamos o longo período que vai desde o foral de D. Afonso III até 1342, ano em que um documento noticia estar a cerca da vila ainda por concluir (IDEM, p.125). Em 1376, já no reinado de D. Fernando, novas obras são mencionadas, facto que testemunha a constante actualização do recinto ao exigente século XIV militar.
As dificuldades de povoamento deverão ter motivado a transformação da localidade em couto de homiziados, em 1406. No entanto, tal não impediu que novas obras se realizassem, "nomeadamente entre 1412 e 1423, e entre 1435 e 1459" (IDEM, p.126), empreitadas de eventual pendor residencial, tão ao gosto dos alcaides do final da Idade Média. Nos inícios do século XVI, o castelo dispunha de barbacã e registavam-se novos trabalhos, conduzidos pelo mestre biscaínho Pero Lopes.
Ao longo da época morderna existiram pequenos trabalhos de consolidação e a perda de funcionalidade ocorreu apenas no século XIX, quando o recinto foi adaptado a cemitério municipal (1836) e alguns panos foram sacrificados.
PAF
ProcessoRua de D. Dinis
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias17

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
O Leste do Território BracarenseNETO, Joaquim MariaEdição1975Torres Vedrasp. 363
Roteiro dos castelos de Trás-os-MontesVERDELHO, PedroEdição2000Chaves
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"Da Reconquista a D. Dinis", Nova História Militar de Portugal, vol. I, pp.21-161BARROCA, Mário JorgeEdição2003Lisboa
"D. Dinis e a arquitectura militar portuguesa", Revista da Faculdade de Letras. História, II série, tomo XV, pp. 801-822BARROCA, Mário JorgeEdição1998Porto
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalGIL, JúlioEdição1986Lisboa
Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores PortuguesesVITERBO, Francisco M. de SousaEdição1988LisboaLisboa
"Freixo de Espada à Cinta e as suas Antiguidades", Amigos de Bragança, 3ª série, nº8, pp.49-73PAULO, AmílcarEdição1967Bragança3.ª série, n.º 8, pp. 49-73
Os mais belos castelos e fortalezas de PortugalCABRITA, AugustoEdição1986Lisboa
De Freixo a Freixo de Espada à Cinta. Notas de monografia, 2 vols.PINTADO, Francisco AntónioEdição1996Freixo de Espada à Cinta
O castelo de Freixo de Espada à Cinta. Notas para a sua históriaPINTADO, Francisco AntónioEdição1992Freixo de Espada à Cinta
"Freixo de Espada à Cinta. Notas históricas. Sua evolução através do tempo", Brigantia, vol.1, nº1, pp.127-132TEIXEIRA, António JoséEdição1981Bragança
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil ArquitectónicoCORREIA, Luís Miguel Maldonado de VasconcelosEdição2010Coimbra

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