Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Montemor-o-Velho, compreendendo a igreja anexa
Designação
DesignaçãoCastelo de Montemor-o-Velho, compreendendo a igreja anexa
Outras Designações / PesquisasCastelo de Montemor-o-Velho e Igreja anexa de Santa Maria da Alcáçova / Castelo de Montemor-o-Velho / Castelo e cerca urbana de Montemor-o-Velho (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCoimbra/Montemor-o-Velho/Montemor-o-Velho e Gatões
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de CoimbraMontemor-o-Velho Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.175146-8.683979
DistritoCoimbra
ConcelhoMontemor-o-Velho
FreguesiaMontemor-o-Velho e Gatões
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaTem-se atribuído ao Islão peninsular o essencial da primeira forma do castelo de Montemor-o-Velho. Tal conjectura, todavia, merece algumas reticências importantes, que podem associar a primitiva fortaleza a uma intermédia ordem cristã. Por um lado, não se pode tomar o período islâmico como um todo histórico contínuo, pois é certo que, entre as épocas emiral (séculos VIII-IX) e de al-Mansur (finais do século X), o território de Coimbra esteve largos anos nas mãos dos cristãos, mais até do que se supunha. Por outro, o recente estudo de um conjunto de lápides cristãs altimedievais, aparecidas no interior do castelo, entre as quais uma datada de 982 (COUTINHO, 1997, p.45), permite sugerir que, por essa altura, o local foi ocupado por cristãos, no processo de ocupação da linha do Mondego, iniciada (ou continuada) a partir do reinado de Afonso III das Astúrias.
Infelizmente, desse primitivo período asturiano-leonês, nenhum outro testemunho chegou até nós que possa assegurar a existência de um castelo e, efectivamente, o que podemos hoje identificar como mais antigo no sistema militar da localidade, data do islâmico século XI, quando as fronteiras entre os dois blocos civilizacionais que protagonizaram a Reconquita se tornaram bem mais próximas.
A cidade foi conquistada por al-Mansur em 991 e, a partir de então, ter-se-á dado corpo a uma fortaleza de carácter islâmico. Dessa época, contudo, é muito pouco o que se pode identificar, radicalmente transformado o conjunto nos séculos posteriores. Os torreões semi-circulares podem corresponder a esta fase, mas aguarda-se, ainda, que a fortaleza seja objecto de um estudo mais rigoroso, que permita concluir acerca das fases construtivas aqui representadas.
Do período islâmico resta ainda um capitel coríntio e dois fragmentos de decoração em gesso, que deverão ter pertencido à mesquita. O capitel é uma obra de carácter áulico, provavelmente já da primeira metade do século XI, "que segue o modelo mais característico (...) do período califal", mas que "apresenta" também "já uma estilização tal que as formas esculpidas do cesto mal lembram as folhas de acanto" (ALMEIDA, 1986, p.88).
Na posse dos cristãos a partir de 1064, data da conquista de Coimbra, Montemor-o-Velho transformou-se na principal fortaleza do baixo-Mondego. Com D. Afonso Henriques e D. Sancho I foi novamente intervencionada. A torre de menagem quadrangular pode datar desta época, mas possui algumas características estranhas ao Românico. Implanta-se num dos ângulos do castelejo, o que contraria a normal posição de torre isolada a meio de um pátio. Por outro lado, integra, nas suas fiadas inferiores, material romano reaproveitado, característica nada comum aos anos do Românico, mas bastante frequente na Alta Idade Média.
Nos séculos seguintes, mantendo Montemor a sua importância estratégica no quadro interno, a fortaleza foi dotada de alambor, grandes torreões quadrangulares, uma barbacã e um prolongamento da cerca para Noroeste. No interior, o paço construído no século XI por D. Urraca, irmã de D. Teresa, e profundamente remodelado por pelas infantas filhas de D. Sancho I, transformou-se num típico paço senhorial baixo-medieval, actualizado em relação aos principais conjuntos palacianos da época, e casa-sede do regente D. Pedro, em pleno século XV.
Ainda dentro das suas muralhas, importa referir a igreja de Santa Maria da Alcáçova, fundada em finais do século XI, durante o consulado pró-hispânico de D. Sesnando. Dela se conserva um fragmento de lápide, provavelmente posterior a 1095 (ano em que o alvazil de Coimbra doou o castelo ao presbítero Vermudo, com a condição deste o restaurar e povoar) (BARROCA, 2000, pp.129-130). Implantada sobre a antiga mesquita islâmica, foi objecto de reformas posteriores e, uma inscrição de 1128 alude à cerimónia de Dedicação do templo (IDEM, p.170). O se actual aspecto corresponde a uma campanha manuelina, de inícios do século XVI, atribuída ao arquitecto Francisco Pires.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens52
Nº de Bibliografias16

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Coimbra e RegiãoBORGES, Nelson CorreiaEdição1987Lisboa
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraGONCALVES, António NogueiraEdição1952Lisboa
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraCORREIA, VergílioEdição1952Lisboa
Terras de Montemor-o-VelhoCONCEIÇÃO, Augusto dos SantosEdição1992
História da Arte em Portugal, vol. 2 (Alta Idade Média)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Os castelos portugueses dos finais da Idade Média: presença, perfil, conservação, vigilância e comandoMONTEIRO, João GouveiaEdição1999Coimbra
Montemor-o-Velho. Sua História. Sua ArteMATOS, João da CunhaEdição1977Coimbra
Terras de Montemor-o-VelhoCONCEIÇÃO, Augusto dos SantosEdição1944Coimbra
Castelo de Montemor-o-VelhoPOLICARPO, IsabelEdição2002Lisboa
A população da freguesia de Santa Maria da Alcáçova de Montemor-o-Velho, no período de 1676 a 1775TEIXEIRA, Elda MariaEdição1969Coimbra
Concelho de Montemor-o-Velho - A terra e a genteGÓIS, António Correia deEdição1995Montemor-o-Velho
Contribuição para o estudo da Arqueologia Medieval de Montemor-o-Velho: uma análise de material cerâmicoMATIAS, António José da CunhaEdição1998Coimbra
"Lápides moçárabes de Montemor-o-Velho", Munda, nº32, pp.33-48COUTINHO, José Eduardo ReisEdição1997Coimbra
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista parcial de Norte e da vila

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto: vista das ruínas do paço da infanta, com a integração da Casa de Chá

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista geral de Norte (IPPC)

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista geral a partir da margem norte do Mondego (ABO, 1958)

Castelo de Montemor-o-Velho - Caminho de ronda a Norte (DGEMN

Castelo de Montemor-o-Velho - Porta ogival do recinto muralhado (ABO)

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto a Sul (DGEMN)

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto (ABO)

Castelo de Montemor-o-Velho - Caminho de ronda, adarve (ABO)

Castelo de Montemor-o-Velho - Caminho de ronda, adarve (ABO)

Castelo de Montemor-o-Velho - Fragmento de inscrição romana no paramento da muralha (ABO)

Castelo de Montemor-o-Velho - Troço de muralha a Norte

Castelo de Montemor-o-Velho - Pormenor do adarve

Castelo de Montemor-o-Velho - Troço de muralha a Norte

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto: porta principal e adarve

Castelo de Montemor-o-Velho - Muralha Sul: porta ogival de acesso

Castelo de Montemor-o-Velho - Cerca Nova: muralha Sul e ruínas da capela de São João

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista geral de Norte

Castelo de Montemor-o-Velho - Pormenor do aparelho construtivo pré-românico na face do castelejo voltada a Sudeste

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto: castelejo (antigo cemitério) e torre de menagem

Castelo de Montemor-o-Velho - Cubelo semicircular no sector Noroeste do castelejo e relação com a muralha nascente do cerrado Norte

Castelo de Montemor-o-Velho - Adarve: arco da torre quadrangular setentrional da muralha Nordeste

Castelo de Montemor-o-Velho - Pormenor do alambor duocentista aplicado à muralha Nordeste, visto do adarve

Castelo de Montemor-o-Velho - Castelejo: pormenor do troço de muralha no sentido Norte-Sul que se pensa ser de origem pré-românica

Castelo de Montemor-o-Velho - Castelejo: pormenor do aparelho construtivo do troço de muralha no sentido Norte-Sul que se pensa ser de origem pré-românica

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista parcial do adarve que percorre a muralha Nordeste, desde a torre de menagem até à torre quadrangular setentrional

Castelo de Montemor-o-Velho - Recinto Sudoeste, entre as muralhas pré-românica e gótica, até ao Paço das Infantas (tirada da Torre de Menagem)

Castelo de Montemor-o-Velho - Castelejo: troço de muralha pré-românica no sentido Norte-Sul

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista geral das ruínas do Paço das Infantas, Casa de Chá e torre do relógio (sector Sudeste)

Castelo de Montemor-o-Velho - Castelejo: recinto a nascente e torre de menagem

Castelo de Montemor-o-Velho - Sector anexo à Porta de Nossa Senhora do Rosário e relação da muralha gótica com o cerrado Norte

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto: sector anexo à Porta de Nossa Senhora do Rosário e arranque do Cerrado Norte

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto: vista parcial do sistema defensivo no extremo Sudoeste, com duas torres quadrangulares ladeando um cubelo semicircular

Castelo de Montemor-o-Velho - Torre quadrangular no extremo ocidental, que protegia a Porta de Nossa Senhora do Rosário

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto: ruínas do Paço das Infantas e Casa de Chá

Castelo de Montemor-o-Velho - Pormenor do aparelho construtivo no embasamento do cunhal Sudeste

Castelo de Montemor-o-Velho - Torre de menagem: pormenor do aparelho construtivo no embasamento da face nascente

Castelo de Montemor-o-Velho - Muralha nascente diante da Porta da Peste: pormenor do aparelho construtivo do alambor

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Interior: nave central e capela-mor

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Interior: capela colateral do lado do Evangelho com retábulo em pedra de Ancã e pinturas murais

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Interior: coluna torsas da nave central

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Fachada principal

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista geral de Sul

Castelo de Montemor-o-Velho - Entrada principal

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto

Castelo de Montemor-o-Velho - Interior do recinto

Castelo de Montemor-o-Velho - Vista geral de Norte

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Fachada principal

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Fachada lateral Sul

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Interior: nave central e capela-mor

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Interior: pia baptismal

Igreja de Santa Maria da Alcáçova - Interior: retábulo-mor

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