Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santo Agostinho (Graça), compreendendo os túmulos, designadamente os dos fundadores e de Pedro Álvares Cabral
Designação
DesignaçãoIgreja de Santo Agostinho (Graça), compreendendo os túmulos, designadamente os dos fundadores e de Pedro Álvares Cabral
Outras Designações / PesquisasIgreja da Graça de Santarém / Igreja de Santo Agostinho / Igreja do Antigo Convento da Graça / Igreja de Santa Maria da Graça de Santarém / Convento da Graça (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Santarém/União de Freguesias da cidade de Santarém
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Pedro Álvares CabralSantarém Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.234815-8.680247
DistritoSantarém
ConcelhoSantarém
FreguesiaUnião de Freguesias da cidade de Santarém
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 29-10-1946, publicada no DG, II Série, n.º 282, de 4-12-1946 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 29-10-1946, publicada no DG, II Série, n.º 282, de 4-12-1946
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913429
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSanta Maria da Graça é o último grande monumento gótico monacal que Santarém actualmente conserva. A sua construção ficou a dever-se à iniciativa dos Agostinhos de Lisboa, instalados na cidade a partir de 1376, que conseguiram o patrocínio de nomes importantes da nobreza escalabitana, como os primeiros Condes de Ourém, D. João Afonso Telo de Meneses e sua mulher, D. Guiomar de Vilalobos.
O arranque da construção da igreja aconteceu em 1380, mas dificuldades económicas e a própria história conturbada da família condal, na viragem dinástica, fizeram com que as obras fossem concluídas apenas no segundo quartel do século XV. O produto final que hoje observamos evidencia esse longo período em que o estaleiro esteve activo (CUSTÓDIO, 1996, p.55).
A cabeceira tripartida, o transepto e as naves obedecem às concepções do gótico mendicante tão característico da generalidade dos conventos baixo-medievais de Santarém que chegaram aos nossos dias, não obstante uma maior "tendência da abertura espacial" (PEREIRA, 1995, p.420), fruto certamente do natural caminho da arquitectura religiosa gótica rumo a uma mais clara espacialidade. A fachada principal, com o seu portal cenográfico e a enorme rosácea que ocupa o segundo registo, pelo contrário, está na dependência do Gótico flamejante que, durante a primeira metade do século XV, triunfou no emblemático monumento de Santa Maria da Vitória, na Batalha. A relação entre os portais axiais destes dois monumentos e a proximidade cronológica entre ambos, são circunstâncias que têm sido justamente salientadas pelos vários autores que se referiram à obra escalabitana (SILVA, 1989, p.40; SERRÃO, 1990, p.45, entre outros).
Também as sepulturas da família Meneses, que aproveitaram a igreja para seu panteão, revelam a influência da Batalha, designadamente do túmulo duplo de D. João I com D. Filipa de Lencastre, modelo adoptado por D. Pedro de Meneses e sua mulher, D. Beatriz Coutinho (GOULÃO, 1995, p.173). As referências aos promotores do convento não se restringem, porém, aos seus monumentos funerários. Como identificou Zeferino SARMENTO (1931), republ. 1993, p.10, existem quatro conjuntos escultóricos, dispersos pela igreja, onde se esculpiram as armas dos fundadores, sinais inequívocos do patrocínio deste casal sobre a obra agostinha.
Durante a Idade Moderna, o conjunto foi objecto de muitas renovações. O claustro, datado de 1597, foi edificado por António Dias e, no século seguinte, as alas conventuais foram totalmente reformadas, sendo estas empreitadas marcadas por legendas epigráficas em alguns portais, como as de 1638 e 1673. Ainda na década de 70 do século XVI, acrescentou-se um terceiro piso ao convento e realizaram-se outras obras não discriminadas na cerca (CUSTÓDIO, 2000, p.5).
No interior da igreja, os trabalhos não foram de menor relevância. Continuando a tradição funerária do espaço, muitos foram os poderosos escalabitanos que aqui se fizeram enterrar. Para além do túmulo do navegador Pedro Álvares Cabral, na capela de São João Evangelista, e dotado de longa legenda epigráfica, merece realce o túmulo renascentista de Pero Rodrigues de Portocarreiro (1532). De um ano antes é a capela do Senhor Jesus dos Passos, mandada edificar por D. Mécia Mendes de Aguiar, mulher do navegador Gonçalo Gil Barbosa. Na segunda metade do século, construiu-se a capela de D. Gil Eanes da Costa, "presidente do Desembargo do Paço e da Câmara de Lisboa, com assento no Conselho de Estado de Filipe II". Para esta obra, infelizmente desmantelada pelo restauro do século XX, o promotor escolheu nomes cimeiros da arte nacional, como o arquitecto Pedro Nunes Tinoco e o pintor Diogo Teixeira (SERRÃO, 1990, pp.69-70).
Extinto o convento, as suas instalações foram ocupadas, em 1872, pelo Lar de Santo António. Nos meados do século XX, a DGEMN procedeu a um restauro selectivo, que visou suprimir tudo o que fosse posterior a 1500, desmantelando-se, então, a maioria das obras maneiristas e barrocas.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias16

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História de Santarém EdificadaVASCONCELOS, Pe. Inácio da PiedadeEdição1740Local de Edição - Lisboa Publicado a 1740
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
SantarémSERRÃO, VítorEdição1990Local de Edição - Lisboa
"II. Igreja de Nossa Senhora da Graça (Santo Agostinho)", Património monumental de SantarémCUSTÓDIO, JorgeEdição1996
História e Monumentos de SantarémSARMENTO, ZeferinoEdição1993Local de Edição - Santarém
Santarém: História e ArteSERRÃO, Joaquim VeríssimoEdição1951Publicado a 1959 Data do Editor : 1951
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
"Figuras do Além. A escultura e a tumulária", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.157-179GOULÃO, Maria JoséEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IIGIL, JúlioEdição1988Lisboa
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A escultura em Portugal (séculos XII-XV)SANTOS, Reinaldo dosEdição1948Lisboa
Igreja de Santa Maria da GraçaCUSTÓDIO, JorgeEdição2000Lisboa

IMAGENS

Igreja de Santo Agostinho da Graça - Interior: nave central e capela-mor

Igreja de Santo Agostinho da Graça - Enquadramento posterior: cabeceira

Igreja de Santo Agostinho da Graça - Fachada lateral esquerda: janelão do transepto

Igreja de Santo Agostinho da Graça - Fachada principal

Igreja de Santo Agostinho da Graça - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 282, de 04-12-1946 - Planta do diploma

MAPA

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