Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja matriz de São João Baptista de Moura
Designação
DesignaçãoIgreja matriz de São João Baptista de Moura
Outras Designações / PesquisasIgreja Matriz de Moura / Igreja Paroquial de Moura / Igreja de São João Baptista (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBeja/Moura/Moura (Santo Agostinho e São João Baptista) e Santo Amador
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça Sacadura CabralMoura Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.143575-7.449495
DistritoBeja
ConcelhoMoura
FreguesiaMoura (Santo Agostinho e São João Baptista) e Santo Amador
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 21 355, DG, I Série, n.º 136, de 13-06-1932 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA primitiva matriz de Moura era a Igreja de Santa Maria do Castelo, situada dentro do perímetro das muralhas, sendo até meados do século XV a única sede paroquial da povoação. No entanto, devido ao crescimento populacional da vila alentejana na centúria de Quatrocentos, a matriz foi transferida em 1455, por ordem de D. Afonso V, para a Capela de São João Baptista, situada fora das muralhas.
Embora se situasse numa área mais ampla do que a igreja de Santa Maria, a original Capela de São João Baptista, existente já no início do século XIV, não apresentava um espaço interior muito maior do que a primitiva matriz. Como tal foi necessário transformar a Capela das Almas, edificada contiguamente a São João Baptista, na sacristia da nova matriz, alargando assim o corpo da capela.
A questão do espaço exíguo da nova matriz só viria a solucionar-se no início do século XVI, quando cerca de 1502 D. Manuel mandou edificar de raiz um novo templo, de feição manuelina, cuja planimetria obedece ao modelo utilizado na época em todo o país (SILVA, José Custódio Vieira, 1989, p. 121). A autoria do projecto permanece em aberto, sabendo-se que a direcção da fábrica de obras foi entregue ao mestre Cristóvão de Almeida (Idem, ibidem).
O templo, de planta rectangular disposta longitudinalmente, apresenta um espaço interior dividido em três naves abobadadas, separadas entre si por pilares oitavados, que serão o "primeiro exemplo de pilares desse tipo a ser usado no tardo-gótico português" (Idem, ibidem, p. 123). A capela-mor, também de planta quadrada, é coberta por abóbada de nervuras e as paredes laterais são decoradas com azulejos polícromos de manufactura seiscentista.
Junto à capela-mor foram edificadas duas capelas colaterais cobertas por abóbada de berço. A do lado do Evangelho, dedicada a Santa Catarina, ocupa o espaço da primitiva Capela de São João Baptista e foi instituída por Calvo Pacheco do Pino, tendo sido sepultados neste espaço D. Filipa de Moura e Frei Diogo Vaz Pascoal. A capela do lado da Epístola, que corresponde ao espaço da antiga Capela das Almas, foi fundada em 1650 e doada por alvará régio a Rui Lourenço da Silva, fidalgo da casa de D. João IV que patrocinou a execução do revestimento azulejar da capela-mor e de ambas as capelas colaterais (DGEMN, Boletim, nº 45, 1946, p. 13).
Na fachada foi rasgado ao centro o portal principal, que "apresenta uma feição do tardo-gótico internacional, embora com tratamento português" (SILVA, José Custódio Vieira, 1989, p. 125). O conjunto apresenta um rico programa decorativo, formado por relevos de folhagens, boleados, colunas torsas e espiraladas, enquadrando ao centro o escudo de Portugal ladeado por duas esferas armilares, emblemas de D. Manuel.
Do lado direito da fachada foi construída a torre sineira, que apresenta no segundo registo um balcão alpendrado com altar de gosto maneirista e inspiração serliana, mandado edificar no terceiro quartel do século XVI por Frei Luís Lopes, um dos curas da igreja. Embora tenha sido planeado no terceiro quartel do século XVI, este varandim foi construído apenas em 1610, tendo como finalidade servir de espaço à realização de celebrações eucarísticas destinadas aos presos da cadeia local, situada em frente à matriz. O seu modelo apresenta evidentes semelhanças com as torres das matrizes de Azurara e Vila do Conde, embora estas não possuam mesa de altar.
Catarina Oliveira
IPPAR/2005
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
"Data da igreja manuelina de São João de Moura", Sep. Belas Artes, 2 s., 32SEGURADO, Jorge de AlmeidaEdição1978Lisboa
"Christovam de Almeida e a Igreja de São João de Moura", Sep. Belas-Artes, 31SEGURADO, Jorge de AlmeidaEdição1977Lisboa
"Da génese da Igreja de S. João de Moura", Sep. Belas Artes, 1975SEGURADO, Jorge de AlmeidaEdição1976Lisboa
A igreja de S. João de Moura da sua arquitectura e da sua históriaSEGURADO, Jorge de AlmeidaEdição1929Lisboa
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
"Igreja de S. João Baptista de Moura", Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 45Edição1946Lisboa

IMAGENS

Igreja matriz de São João Baptista de Moura - Vista geral (IPPC)

Igreja matriz de São João Baptista de Moura - Interior: naves e capela-mor (IPPC)

Igreja matriz de São João Baptista de Moura - Interior: naves (IPPC)

Igreja matriz de São João Baptista de Moura - Vista geral (IPPC)

Igreja matriz de São João Baptista de Moura - Fachada principal: portal (IPPC)

Igreja matriz de São João Baptista de Moura - Interior: abóbadas da nave (IPPC)

MAPA

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