Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio do Freixo
Designação
DesignaçãoPalácio do Freixo
Outras Designações / PesquisasPalácio de Freixo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Jardim do Palácio do Freixo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Campanhã
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 108Campanhã Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.142524-8.574792
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCampanhã
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 24-03-1949, publicada no DG, II Série, n.º 79, de 6-04-1949 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 24-03-1949, publicada no DG, II Série, n.º 79, de 6-04-1949
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFoi num terreno de pronunciado declive que o cónego D. Jerónimo de Távora e Noronha, mandou erguer o conhecido "Palácio do Freixo", legado a seu irmão mais novo, o cavaleiro de Malta, Vicente Távora e Noronha. Senhor de grandes riquezas localizadas na província de Entre Douro e Minho e herdeiro do abastado deão da Sé do Porto, D. João Freire, graças aos bens acumulados por uma representante da família dos Cernaches, Jerónimo de Távora terá, no entender do investigador Robert Smith, escolhido o conhecido arquitecto toscano Nicolau Nasoni (1691-1773) para projectar a sua edificação.
Esta preferência não fora, aliás, inusitada, pois o artista italiano viera para o Porto em 1725, precisamente, graças à sua iniciativa, motivado que estaria com os dotes que demonstrava ao nível da pintura decorativa. Apesar disso, acabaria por influenciar de forma determinante a arquitectura barroca do Norte de Portugal e, em particular, da cidade do Porto, onde o Palácio do Freixo ocupa um lugar de eleição, pelo esforço envidado pelo autor em conceder a um dos seus principais mecenas uma verdadeira simbiose das suas capacidades arquitectónicas e decorativas.
Anos depois, já em meados do século XIX, um dos seus descendentes, Jorge António Salter de Mendonça (1804-1872), 2.º Visconde de Azurara, vendeu o palácio e a quinta ao conhecido negociante portuense, enriquecido em terras do Brasil, e futuro Barão e Visconde do Freixo, António Afonso Velado, que, além de estabelecer uma fábrica de sabão junto ao complexo habitacional, fez substituir as antigas pedras de armas dos Távoras pelo escudo partido de Afonso e Cunha, ao mesmo tempo que ordenava o restauro do interior do edifício, que resultaria num desmedido desvirtuamento do seu carácter primevo. Além disso, conferiu-lhe um ambiente excessivamente modernizado, derivado dos movimentos revivalistas então vivenciados, bem patente, aliás, nos salões árabe e chinês, riscados ao gosto da época.
Já no século XX, o Palácio foi adquirido por um industrial, que instalou uma fábrica de moagem nos jardins, à qual acrescentou, em meados da década de cinquenta, um silo com cerca de quarenta e cinco metros de altura, enquanto a parte administrativa da "Companhia Moagem Harmonia" funcionava no palácio, propriamente dito.
O projecto de Nasoni foi claramente influenciado pelas características do terreno onde deveria erguer-se toda a Quinta., bastante limitado, quando comparado com a área disponível nas Quintas da Prelada e do Chantre, também da sua composição. Terá optado, por isso, por construir o Palácio no centro do jardim e do terreiro que o contornam. Implantada numa plataforma que se alonga entre o monte dividido em diversos jardins e um outro terreiro, transpõe-se a Quinta através de um portão trasladado, em 1924, para uma propriedade situada nas imediações de Ponte de Lima, onde ainda se distinguem os primitivos elementos heráldicos insertos numa gramática decorativa típica deste período da História da Arte.
Transpondo o portão, entra-se no belvedere do jardim, elemento essencial na arquitectura dos jardins barrocos italianos, aqui disposto em hemiciclo ladeado por dois pequenos pavilhões, também eles realçados pela exuberância decorativa emblemática do Rocaille. De planta quadrangular com torreões ligeiramente salientes nas extremidades e telhados piramidais circundados por coruchéus de menores dimensões, o palácio é largamente decorado no exterior por escadarias de lanços opostos e terraços dispostos em cotas diferenciadas, num exercício de permanente dinamismo, reforçado pela unicidade do traçado de cada alçado, tal como os próprios patamares da varanda da fachada Sul, voltada para o rio, e de igual modo profusamente ornamentada.
Entretanto, o Palácio foi objecto de uma abrangente campanha de recuperação delineada pelo Arq. Fernando Távora, executada no âmbito do projecto Metropólis.
[ACNM]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Fernando TávoraCOELHO, PauloEdição2011Vila do Conde
História da Arte em Portugal. Do Barroco ao RococóBORGES, Nelson CorreiaEdição1986Lisboavol. IX
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Nobres Casas de PortugalSILVA, António Lambert Pereira daEdição1958Porto
Arte paisagista e arte dos jardins em PortugalARAÚJO, Ilídio deEdição1962
Guia histórico e artistico do PortoPASSOS, Carlos deEdição1935
Apontamentos para um dicionário de artistas e artífices que trabalharam no Porto do séc. XV ao XVIIIBASTO, Artur de MagalhãesEdição
Inventário Artístico de Portugal: Cidade do PortoQUARESMA, Maria Clementina de CarvalhoEdição1995Lisboa
Nicolau Nasoni, arquitecto do PortoSMITH, Robert C.Edição1966
Historia de Arte em PortugalSANTOS, Reinaldo dosEdiçãovol. III

IMAGENS

Palácio do Freixo - Fachada principal

Palácio do Freixo - Jardim formal: fonte na quadra central

Palácio do Freixo - Vista parcial da zona posterior

Palácio do Freixo - Fachada principal

Palácio do Freixo - Fachada principal: janela central do piso superior

Palácio do Freixo - Vista parcial dos jardins

Palácio do Freixo - Vista parcial do palácio e unidade fabril

Palácio do Freixo - Zona envolvente: jardim formal

Palácio do Freixo. Maria Ramalho, 2010.

Palácio do Freixo. Maria Ramalho, 2010.

Palácio do Freixo. Maria Ramalho, 2010.

MAPA

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