Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja e Convento de São Bento da Vitória
Designação
DesignaçãoIgreja e Convento de São Bento da Vitória
Outras Designações / PesquisasConvento de São Bento da Vitória / Biblioteca Pública do Porto / Arquivo Distrital do Porto (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua das TaipasPorto Número de Polícia:
Rua de São Bento da VitóriaPorto Número de Polícia:
Travessa das TaipasPorto Número de Polícia:
Travessa de São BentoPorto Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.143936-8.616226
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNo final do século XVI e início do seguinte assiste-se, no Porto, ao estabelecimento de novas ordens religiosas que influenciam fortemente o urbanismo da cidade, ao conceberem "novos e grandiosos" edifícios inspirados pelo movimento da contra-reforma e por padrões maneiristas. As grandes obras de talha surgem também no início do século XVII, prevalecendo nos interiores das igrejas durante mais de século e meio. Neste contexto, o convento de São Bento da Vitória surge como um dos exemplos mais significativos, a par da igreja de S. Lourenço (Grilos), da igreja de São João Novo, da Casa do Cabido ou da igreja dos Carmelitas (REAL, 1993, p. 52).
Fundado em 1598 o convento de São Bento da Vitória viu começarem as obras de construção do edifício conventual, e respectiva igreja, em 1604, sob projecto do arquitecto régio Diogo Marques Lucas, que havia sido discípulo de Filipe Terzi. A conclusão dos trabalhos foi, no entanto, muito demorada, arrastando-se, sensivelmente, até 1690. Nesta data a fachada da igreja estaria adiantada, mas as campanhas decorativas no interior prolongar-se-iam significativamente até ao final século XVIII. Um processo longo, que acabaria por se reflectir na arquitectura, de tipologia maneirista e barroca, bem como ao nível da ornamentação da igreja, com obras de diferentes períodos, mas que constituem, na sua totalidade, um conjunto de grande equilíbrio.
A monumental fachada da igreja, do final do século XVII, divide-se em três registos, animados por pilastras que conferem ritmo à composição. No primeiro rasgam-se cinco arcos, no segundo, um número idêntico de nichos alberga representações escultóricas e, por fim, o terceiro, apresenta uma ampla janela, que se tornaria num emblema das igrejas beneditinas do século XVII.
De planta cruciforme, nave única com galilé, transepto saliente, e capelas colaterais intercomunicantes, a igreja reflecte as várias campanhas decorativas de que foi alvo, e que produziram obras de grande significado no contexto da história da arte portuguesa. O alçado da nave, de dois andares, é limitado por pilastras gigantes nos extremos, segundo modelos arquitectónicos já anunciados, por exemplo, em São Domingos de Benfica, em Lisboa (SOROMENHO, 1995, p. 386).
O retábulo de talha da capela-mor, executado entre 1716-19 e dourado entre 1722-25, tem vindo a ser atribuído a Gabriel Rodrigues e constitui um dos exemplos mais relevantes de retábulo de estilo nacional joanino, com tribuna e alternância de pilastras com colunas. Por seu lado, as sanefas da capela-mor denunciam uma feitura mais tardia, e um gosto que deriva da influência das obras de Nicolau Nasoni. Ainda neste mesmo espaço, o cadeiral, do final do século XVIII é um trabalho que anuncia já um gosto neoclássico (O Mosteiro de São Bento da Vitória, 1997, pp. 56-57).
Os altares colaterais, com retábulos de talha, são datados de entre 1725 e 1728, enquanto que os grandes retábulos situados nos topos do transepto, realizados pelos entalhadores José da Fonseca Lima e José Martins Tinoco, remontam aos meados do século XVIII.
No coro alto, o cadeiral de talha, é uma das obras mais emblemáticas da arte da talha, executado por Marceliano de Araújo e Gabriel Rodrigues entre os anos de 1716 e 1719. Os painéis, esculpidos em relevo e emoldurados por talha rococó, relatam episódios da vida de São Bento.
Uma última referência ao claustro principal, iniciado em 1608 e terminado entre 1725 e 1728, que revela uma tipologia arquitectónica invulgar, utilizando motivos serlianos.
Ocupado pelas tropas invasoras e nacionais durante a Guerra Peninsular, o convento viu ainda as suas instalações transformadas em hospital militar. As ocupações sucessivas e a consequente má conservação do convento, delapidaram muito do património conventual, à excepção de parte do revestimento azulejar da nave da igreja que se encontra no Museu Municipal. Actualmente, São Bento da Vitória constitui um importante pólo cultural da cidade.
RC
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPAntiga Cadeia e Tribunal da Relação do PortoIgreja de São José das Taipas, incluindo os retábulos com pinturas e esculturasPrédio situado na Rua de São Miguel, 2 e 4, na parte em que existem painéis de azulejo do século XVIIVestígios da Judiaria do Porto (Hêkhal)
Outra ClassificaçãoCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do PilarZona histórica do Porto
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura do Ciclo FilipinoSOROMENHO, MiguelEdição2009Vila Nova de Gaia
"Classicismo, italianismo e «estilo chão». O ciclo filipino", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.377-403SOROMENHO, MiguelEdição1995LisboaSoromenho, Miguel, "Classicismo, italianismo e «estilo chão». O ciclo filipino., in História da Arte Portuguesa, (dir) Paulo Pereir, Vol. 2., Lisboa, Temas e Debates e Autores, 1995, pp.377-403 Data do Editor : 1995
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa
Inventário Artístico de Portugal: Cidade do PortoQUARESMA, Maria Clementina de CarvalhoEdição1995Lisboa
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa
"Principais imóveis de interesse patrimonial no Centro Histórico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.102-183OLIVEIRA, Amélia Vieira deEdição1993Porto
"Principais imóveis de interesse patrimonial no Centro Histórico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.102-183BRAGA, Maria Helena GilEdição1993Porto
O Mosteiro de São Bento da Vitória - 400 anosEdiçãoCatálogo da exposição

IMAGENS

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal da igreja

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal da igreja: registo superior

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal da igreja: nicho central com a imagem de São Bento

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal da igreja: nicho lateral com a imagem de Santa Escolástica

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal da igreja: nicho lateral com a imagem de Santa Gertrudes Magna

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada lateral esquerda da igreja

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal

Igreja e Convento de São Bento da Vitória - Fachada principal da igreja

MAPA

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